𝐬𝐞𝐯𝐞𝐧

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A chuva caia de forma severa em Nova Orleans naquela noite, os relâmpagos e trovões acompanhavam a ventania, trazendo um ar horripilante para a mansão dos Tomlinson.

Harry estava deitado na sua cama, e repentinamente acordou do seu sono leve, um relâmpago tinha clareado todo o quarto por alguns instantes e logo depois, o som estrondoso de um trovão fez o pesquisador se encolher mais ainda. A última coisa que desejava que acontecesse era uma tempestade durante a sua estadia naquele lugar.

Tentou dormir novamente, mas a tempestade continuava completamente barulhenta e perturbadora. Decidiu beber um pouco de água, talvez isso ajudasse pegar no sono.

Tocou seus pés descalços no chão e sentiu um pequeno calafrio percorrer seu corpo. Fazendo uso dos seus calçados, pegou um candelabro e começou a andar para fora do quarto. O ar era ainda mais obscuro fora daquelas quatro paredes.

Iniciou sua caminhada pelo corredor tenebroso que recebia apenas a iluminação do pequeno candelabro, com passos rápidos chegou na escadaria que dava para o andar inferior. Foi um trajeto curto, mas tenso.

Os degraus de madeira rangiam a cada passo dado pelo jovem, era um som incômodo que se misturava com os sons da tempestade que persistia do lado de fora daquele casarão. Um pouco mais e ele chegou na cozinha para pegar sua água.

Colocou o candelabro no balcão e pegou um copo para encher, o silêncio naquele cômodo era incomum. O copo foi preenchido e depois Styles bebeu, era capaz de ouvir as próprias batidas do coração enquanto ingeria o líquido.

Largou o copo na pia e respirou fundo antes de esfregar os próprios olhos, talvez fosse apenas uma sensação. O sono podia ter finalmente chegado.
Mas o que ele ouviu a seguir não foi apenas uma sensação, não podia ser. Repentinamente, ouviu uma música vindo da sala de jantar, seu coração disparou em completa surpresa e sua respiração ficou descompassada. Louis podia estar acordado ouvindo? Precisava descobrir o real motivo daquilo estar tocando.

O cacheado respirou fundo e agarrou o candelabro para sair da cozinha e caminhar até a sala de jantar.

- Louis? Você está aí?

Não houve nenhuma resposta, apenas a tempestade, a música e as batidas do seu coração disparado. Podia ser uma brincadeira do vampiro?
Quanto mais perto da sala, mais alto o som ficava e mais tenso Styles se sentia. Sem pensar muito, abriu a porta da sala, mas não havia ninguém ali, apenas a vitrola ligada e tocando uma música antiga de maneira assustadora.

- Ok, essa cena foi digna de um filme de terror.

O pesquisador desligou o som, não precisava ter medo agora. Estava tudo bem.

- Foi mesmo, eu até me assustei.

Tomlinson falou parado na entrada da sala. O comentário repentino fez o hóspede se assustar, o imortal tinha chegado tão furtivamente que conseguiu pegar ele desprevenido.

- Ah, que droga, Louis! Quer me matar do coração?

- Não? Isso seria difícil, você é muito jovem.

- Engraçadinho. Foi você quem ligou a música?

- Não, eu estava no meu quarto até agora. Por que desceu?

- Eu queria beber água, ficou difícil dormir depois que a tempestade começou.

- Ela não é tão ruim assim.

- Diz por si mesmo, garanto que no seu quarto a luz dos relâmpagos não chega.

- É, na verdade não chega mesmo. Mas isso não me impede de ficar sem sono.

A conversa foi interrompida por batidas na porta da frente. Harry franziu o cenho e apenas seguiu Louis até a origem do som.
Tomlinson abriu a porta e se deparou com um homem, o pesquisador que estava mais atrás não tinha visto quem era ainda.

- Ahm, boa noite?

- Boa noite, senhor Tomlinson. Posso entrar?

O outro que ainda não tinha visto a pessoa, reconheceu automaticamente quando ouviu a voz. Era Liam. Ele saiu das sombras do vampiro e iluminou Payne com as velas do candelabro.

- Liam? O que faz aqui? Sai dessa chuva, entra!

O homem estava completamente ensopado por causa da tempestade, entrou na mansão sem pensar duas vezes. Apenas o imortal não parecia muito contente com a situação, nem ao menos conhecia aquela pessoa. Mas podia jurar que tinha algo errado, quem estaria por aqueles arredores durante aquela chuvarada toda? Apenas um louco!

- Me desculpem por chegar tão tarde aqui, é que eu estava na estrada e meu carro estragou. O lugar mais próximo foi a mansão, teriam algum celular pra mim chamar um guincho?

- Acho que está meio tarde para chamar um guincho, o que estava fazendo na estrada essas horas?

- Bem, eu sou taxista. Estava levando uma garota para casa e na volta meu carro estragou.

- Ele pode dormir aqui. - Harry comentou animado enquanto ignorava a completa desconfiança do vampiro -

- Dormir aqui? Não, isso seria muito incomodo da minha parte. Tenho certeza de que a última coisa que o senhor Tomlinson quer é um hóspede surpresa.

- Ah, não. Ele não vai se importar. Não é, Louis?

Tomlinson se manteve em silêncio enquanto ponderava entre deixar ele ficar ou expulsar de uma vez. A expressão feita por Harry não estava deixando muita escolha para a situação.

- Não, não tem problema. Você pode passar a noite, Liam. Amanhã de manhã eu te ajudo com o problema do seu carro.

- Sério? Isso seria ótimo, de verdade. Eu posso me arrumar no sofá daqui mesmo, não preciso de muito, é apenas uma noite.

- Sofá? Não! Nós vamos arrumar um quarto pra você no andar lá de cima, ou você pode dormir comigo no meu. Mas não vai dormir no sofá. - O pesquisador falou -

- Eu realmente não quero abusar da hospitalidade do senhor Tomlinson. Eu vou ficar bem se dormir no sofá.

- Eu posso te arrumar um quarto, também algumas roupas secas. Vamos subir. Eu cuido das coisas, pode ir dormir, Harry.

- Você é mesmo muito gentil, senhor Tomlinson. Não sei como agradecer.

- Não precisa agradecer, Liam. O Louis fica muito feliz em poder ajudar.

- É, eu fico mesmo. Agora vamos subir, preciso arrumar as coisas e também precisamos dormir.

Aquela noite ia ser muito longa.

bloodthirsty love |CONCLUÍDA|Onde histórias criam vida. Descubra agora