𝐭𝐡𝐢𝐫𝐭𝐲 𝐨𝐧𝐞

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- O que você quer dizer com isso? - Questionou num tom mais baixo, buscando não encarar Louis -

Tomlinson estava mais próximo agora, o pesquisador apoiava as costas na porta, estavam apenas alguns passos um do outro. As velas nos candelabros iluminavam de forma tênue, o vento estava quieto.

- Eu quero dizer, Styles, que me importo demais com você pra te deixar distante. Não espero que me entenda, na verdade, é difícil demais pra mim estar confessando isso.

- Acredito que numa relação a pessoa só se importa de verdade quando é transparente com seu parceiro. E você não se mostrou completamente sincero até agora.

- Eu tentei, eu juro que tentei. As coisas não acontecem como nós queremos sempre. Acha que é fácil pra mim acobertar os fatos? Eu gostaria de ser sincero com você, pesquisador, mas sei também que se fosse, teria ido embora no mesmo instante.

O humano levantou o olhar, incrédulo com a afirmação. Nada poderia ser tão vil ao ponto de se ocultar da pessoa amada.

- Está me dizendo, que é mais fácil pra você mentir pra mim e me manter perto, do que ser sincero e deixar que eu faça meu próprio julgamento? Prefere me manter na mentira do que me libertar na verdade? É isso? Ser honesto é menos importante que manter as aparências?

O olhar do humano e suas expressões demonstravam total indignação e repulsa pelas afirmações daquele ser. Era de se indignar o que Louis havia declarado.

- Não, não foi isso que eu quis dizer. Você sabe. Tenho medo de te perder. Se você fosse embora hoje, eu não sei o que seria de mim.

- O que seria de você, Louis? Você continuaria aqui, sendo o imortal isolado e rude que amedronta as pessoas da cidade. Você continuaria escondido de todos nessa mansão fria e escura, que combina tanto com a sua personalidade. Você continuaria fugindo de quem realmente é, escondendo a verdade de si e de todos. Fazendo todos manter distância, por que você não sabe quem é, não sabe sair desse lugar por medo, não sabe sentir nada de forma sincera por medo, e também não sabe ser você mesmo comigo por um medo absoluto e violento que lateja dentro da sua mente e corpo. Tem tanto medo de ser sincero comigo, que está me afastando. Seu medo é a única coisa que ainda consegue manter por perto, isso é fato, concorde ou não.

O vampiro permaneceu em silêncio, Harry era a primeira pessoa que expôs com sinceridade sua concepção sobre ele, estava estático com a franqueza. Os outros que juravam gostar dele, sempre iam embora. Styles agia diferente e com isso se tornava honesto sobre o que sentia ou pensava, não ligava para o que ele ia achar, não temia a objeção dele sobre seus pensamentos e atos. Harry era Harry e ponto.

- Como consegue ser tão direto? Não possui temor sobre mim?

- Acha mesmo que se tivesse medo de você ainda estaria aqui? Não entende? Eu não tenho medo de você, Louis. Nem de você, nem da sua história ou dos seus atos. Você não me assusta só por ser diferente.

- Não contei nada sobre mim ou minha família, isso não se mostrou temeroso na sua perspetiva? Você nem me conhece de verdade!

- Não sei se está com amnésia, mas eu também não contei nada sobre a minha. Logicamente, estamos quites nesse quesito. Seu passado não é meu maior problema atualmente. Ficar vivo é.

O vampiro ficou em silêncio novamente, entretanto, se aproximou do outro, revelando com mais clareza sua fisionomia.

Harry sentia seu coração urgir no peito, tão depressa. Nenhum temor sobre o outro, apenas sobre seus próprios sentimentos.

Ao mesmo tempo que o humano desejava não se entregar, seu corpo almejava ceder ao sentimento tentador da atração. Era uma luta entre o pesquisador e suas próprias vontades.

A mão pálida do vampiro foi de encontro ao rosto quente do humano, com completa brandura. Styles libertou um suspiro ansioso e olhou para aquele par de olhos azuis reluzentes, que eram notáveis até mesmo na luz fraca das velas.

- Me desculpe por não ter sido sincero com você.

Ele murmurou olhando fixamente para os olhos do humano, esquecendo qualquer problema que tinham antes, absorto pela tentação de ter novamente o homem para si.

Nesta pequena atitude, o hóspede viu suas defesas caírem, como podia ser tão fácil se tornar indefeso diante daquele ser. Desejava tanto quanto o vampiro libertar suas vontades.

As esmeraldas vívidas pela luxúria, trilharam o espaço até os lábios finos e macios do imortal, almejando que a distância entre os corpos terminasse tão rápido quanto tinha começado no dia da viagem. Aquela maldita viagem que tinha causado a discórdia entre eles.

Como se estivesse lendo os pensamentos do mortal, Louis inclinou o próprio corpo mais para frente, colocando uma das suas mãos apoiada na porta e a outra ainda no rosto do humano, fixando seus olhares.

Harry sentiu algumas lágrimas volumosas correrem pelas maçãs do seu rosto, chegando até seu maxilar e depois caindo na roupa.

Com a maior delicadeza, Tomlinson passou a mão no rastro molhado do pranto, tocado pela melancolia exalada pelo humano. Almejando silenciosamente tomar para si todas as dores e medos daquele ser. Almejando de toda alma que pudesse ser verdadeiro com ele, sem que tivesse o risco de arruinar suas chances de concertar as coisas.

Styles fechou seus olhos, libertando gotas mais pesadas, se livrando daquilo que não conseguia expressar. Os lábios sutis do imortal, foram de encontro com a bochecha calorosa do outro, sorvendo as lágrimas com o beijo.

Um beijo depositado ao lado direito da face, o próximo ao lado esquerdo, o terceiro deixado na testa e o último beijo disposto nos lábios avermelhados do pesquisador. Louis sabia que beijos e demonstrações de afeto não iriam concertar tudo, mas deveria começar de algum modo.

Anos de guerra e mortes não seriam apagados assim, o sangue derramado não seria esquecido. Mas se fosse começado agora, no futuro não se lembrariam das guerras, lembrariam do amor que permitiram crescer depois de tantas batalhas que seus antepassados tinham travado.

Harry não sabia da verdade, uma hora ou outra teria que saber, e seria melhor que fosse por Louis.

Os beijos foram interrompidos pelo anfitrião, com a voz tensa e olhar preocupado, encarou o humano.

- Eu estou pronto para ser sincero, Harry. Vou contar tudo e você vai poder decidir por conta própria se continua aqui ou vai embora.

- Totalmente sincero?

- Sim, eu prometo.

bloodthirsty love |CONCLUÍDA|Onde histórias criam vida. Descubra agora