𝐭𝐡𝐢𝐫𝐭𝐲 𝐭𝐰𝐨

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Tempos atrás, numa época indeterminada, foi quando surgiu em Nova Orleans a original família Tomlinson, uma família de vampiros. Temidos por todos, caçados por pouquíssimos seres.

Outros seres sobrenaturais viviam naquela região, mas somente tiveram coragem de aparecer quando os Tomlinson tomaram posse do casarão localizado na colina central daquela cidade. Foi neste momento em que tudo começou a acontecer em Nova Orleans.

A população começou a ficar assustada, desde o surgimento daquela família vários incidentes aconteceram e tudo piorou depois de algumas semanas.

Embora o povo estivesse com raiva e indignação, ninguém tinha coragem suficiente para ir atrás de quem estava causando aquelas mortes, desaparecimentos e roubos. Os humanos esperavam apenas pela sua própria morte, ou o surgimento milagroso de um herói naquela região.

Numa noite tempestuosa, uma reunião secreta foi feita na igreja. Reunidos ali estavam o padre, o prefeito, o xerife e algumas freiras. O grupo estava ali para discutir medidas que teriam de ser tomadas, se a situação continuasse como estava, todos ali acabariam mortos até o fim do mês. A cidade seria tomada por completo.

- O que faremos agora? Já pedimos ajuda até para as cidades vizinhas! - Uma das irmãs disse -

O vento balançava a porta da frente como se fosse feita de papel, causando um barulho assustador. Os raios e relâmpagos faziam parte daquela orquestra aterrorizante, assim como a chuva poderosa que despencava do céu.

- Ninguém virá nos ajudar, só nos resta rezar. - O padre determinou -

- Rezar? Estão rezando desde que a primeira pessoa foi assassinada, desde o dia em que o primeiro rebanho de ovelhas foi executado. Me diga padre, quando o seu Deus vai vir nos salvar? Se continuarmos rezando, vamos todos morrer e as nossas orações não vão importar. - O xerife questionou indignado -

Uma confusão estava prestes a estourar dentro da igreja, o padre estava prestes a revidar as palavras do outro, mas o prefeito interrompeu os homens.

- Nós não viemos aqui para discutirmos religião ou seja lá o que for, viemos aqui para decidirmos as próximas ações que devem ser tomadas. Vocês parecem duas garotinhas! O povo está morrendo e todos estão contando com nós!

A chuva de provocações e insultos que ia iniciar foi interrompida, o xerife e o padre apenas trocaram um olhar hostil e voltaram a ficar em silêncio.

- Algum plano, prefeito? - A irmã mais velha questionou -

- Estava pensando em evacuar a cidade e depois que os assassinos se estabelecessem, atacar de surpresa.

- Para onde iríamos evacuar o povo? - O xerife perguntou -

- Quem iria participar desse ataque surpresa? - O padre interrogou -

O prefeito suspirou antes de fechar os olhos.

- Eu ainda não cheguei nessa parte do plano. - Confessou -

Todos ficaram em silêncio, analisando mentalmente o que poderia ajudar naquela situação ou não.

A tempestade seguia, assustadoramente forte.

Um barulho estranho veio do banco mais próximo da entrada, o último da fileira da esquerda, pouco iluminado e oculto.

Uma figura misteriosa estava sentada ao canto, próximo ao pilar de estruturação da igreja. Parecia rezar em silêncio. A atenção de todos foi para aquele ponto. Estavam congelados de medo.

- Faça sua prece agora, padre. Acho que estamos prestes a morrer nessa igreja. - Sussurou o xerife retirando a arma da cintura -

- Quem está aí? - Perguntou o prefeito com a voz falha pelo nervosismo -

O ser levantou de onde estava, estava coberto por uma grossa capa de chuva e sua cabeça era protegida por um chapéu, nos pés tinha botas de couro rústico. Estava completamente escondido nas sombras e naquela vestimenta.

- Não se preocupem senhoras e senhores, sou apenas um viajante de passagem, fiquei sabendo da sua reunião e decidi comparecer já que o assunto me deixou interessado.

- A reunião não está aberta para quem não foi convocado, peço que se retire da imediatamente. - O padre respondeu severo -

Ignorando a ordem, o indivíduo caminhou até o corredor entre os bancos, calmamente.

- Bem, é notável que todos aqui estão desesperados, vocês não sabem mais o que fazer. Porém, eu sei alguém que pode acabar de vez com o mal que assola essa cidade.

- Nós não precisamos da ajuda de um forasteiro, faça o que o padre mandou, vá embora daqui ou eu enfio uma bala no meio da sua testa. - O xerife falou com sua arma em mãos -

Desconsiderando os comandos, o homem seguiu caminhando até o grupo, sem se importar com a arma apontada na sua direção.

- Vocês não querem que eu vá embora, eu sou sua salvação.

- Fique onde está, ou eu mando o xerife atirar, rapaz.

O prefeito declarou antes de dar um passo a frente. O homem desconhecido parou e levantou as mãos para cima.

- Quem é você? Tire o chapéu. - Mandou o xerife -

Lentamente a ordem foi completada, o rosto do homem deixou de ser oculto e todos puderam ver sua face.

- Eu me chamo Desmond Styles. Meu nome de caçador é Desmond Edward, e vim até aqui por que pretendo acabar com as pragas que estão matando em Nova Orleans.

- Você? De onde veio? - Perguntou o prefeito -

- Eu e meu grupo viemos de Londres. Já faz um tempo que estamos nesse ramo, ficamos sabendo das histórias e viemos para cá.

- Certo, Desmond. Se estiver mesmo falando a verdade, queremos saber seu preço. - Falou o xerife -

- Quero três mil e quinhentos por cada vida salva durante nossa caçada. É um preço justo, não acham?

- Três mil e quinhentos por cada pessoa? Está de brincadeira? Isso é loucura. - O padre perguntou incrédulo -

- Ah, eu só achei que o povo tivesse algum valor para vocês que estão aqui.

O prefeito pensou por alguns instantes.

- Nós não temos tudo isso, posso oferecer mil e quinhentos por cada pessoa. Além disso, preciso de uma garantia.

- Certo, eu aceito esse valor. Darei sua garantia, amanhã nós começaremos nossa caçada, mas pelas vidas salvas não vai precisar me pagar. Só vamos ser pagos se quiser que continuemos no dia seguinte, pode ser?

- Sim, trato fechado. - Disse o prefeito -

O caçador sorriu vitorioso e acenou para o grupo antes de dar meia volta e sair do local.

- Acha que minhas orações são inúteis agora, xerife? - O padre questionou sorrindo de canto -

- Isso não é um milagre, estúpido. É puro acaso e não descobrimos ainda se é um vigarista. - Respondeu o xerife enquanto guardava sua arma -

bloodthirsty love |CONCLUÍDA|Onde histórias criam vida. Descubra agora