A impostora

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        Subo as escadas do prédio de Mad carregando uma caixa de presente. Ao chegar na frente da sua porta bato três vezes e Megan a abri.
            - Bruce, que bom que veio.- Megan estava com um avental preto sujo de farinha, o cabelo estava amar-
rado e seu rosto tinha gotas de glace.- Entre.
            - Vejo que esta dando tudo de si na cozinha.- fecho a porta com meu calcanhar. No fundo da sala observei a cozinha completamente suja.
            - Odeio cozinhar, mas é pela Mad.-  Megan faz uma careta e corre para o forno, aproveito e deixo minha caixa no sofá.- Porra!- reclama ao a-
brir o forno e tirar um bolo de dentro dele com uma luva.- Esqueci do fer-
mento!- diz encarando a gosma de massa na forma.
             - Calma Megan temos tempo.- analizo a gosma segurando o queixo.
             - Era para ser um bolo do cho-
colate com morango.- seu pé pisa no do lixo e ela escorre a massa para dentro da sacola.- Droga..droga.
             - Sabe...acho que posso ajudar.- digo seriamente olhando para os in-
gredientes.
              - Obrigada, mas o erro foi meu.
- a loira tira a luva jogando na pia cheia de louça suja.- Acho que vou ter que comprar um.
              - Não mesmo. Vou ajudar e ponto final.- digo tranquilizando-a.
              - Se você enxiste não posso fa-
zer nada .- ela cruza os braços.
              - Não pode mesmo.
              - Alias , Mad esta no quarto do Rock.- Megan encara a louça com uma cara fechada- Acho que sou obrigada a lavar essa merda, quando eu termi-
nar você pode vir colocar a mão na massa.
              - Certo . - caminho até o sofá pegando a caixa, precionando- a con-
tra meu peito.
        O quarto do rock tinha paredes revestidas de carpete preto para aba-
far o som da bateria de Mad, desse modo vizinhos não encheriam o saco. Era lá onde Mad tocava com seus amigos roqueiros o dia todo.
         Segurei a caixa do lado do meu corpo para abrir a porta onde tinha uma placa dizendo " Cai fora!"
         Abro a porta me deparando com Mad tocando bateria em extase, suas baquetas batiam com força nas peles dos tambores enquanto ela batia o pé no chão e fazia headbangs. Estava completamente louca tocando Back in black, o som estava muito alto então esperei ela terminar , segurei firmi-
mente a caixa .
              - Bruce! - ela virou o rosto para mim passando a mão nos cabelos che-
ios de suor,tirando-os da frente dos olhos.- A quanto tempo você esta ai cara?
              - Tempo o suficiente para ver que você continua tocando bem. Quanos anos já? 20? - entro no quarto.
              - Uns 22 eu acho...- ela coça a cabeça e com a outra mão gira uma baqueta  entre os dedos.
              - Bem, isto é para você.- entre-
go a caixa.
              - Não precisava .- ela fica sem jeito- Na verdade precisava mesmo po
-is é o meu aniversário.- Mad ri colo-
cando a caixa no chão e esfregando as mãos.- O que será? Tava um tanto pesada.
              - Descubra .- cruzo os braços apoiando as costas na parede perto de vários  posters de bandas famosas , ad
dc, metallica, blacksabath, kiss e etc. Os posters tapavam praticamento o quarto inteiro.
          Mad tira a tampa da caixa deva-
gar fazendo uma careta.
              - Não é uma bomba.
              - Ai de você se fosse.- ela para quando algo de dentro da caixa bate na tampa fazendo-a pular.- Mas que diabos...
          Uma shitzu com pelos negros e brilhosos tira a tampa por conta pró-
pria abanando seu pequeno rabo e latindo para Mad.
              - Ai meu Deus!
              -  Mad você esta bem?- pergun-
to.Ela parecia congelada sua expres-
são estava séria ao encarar a Shitzu.
- Misericórdia..
             - Mad?
             - Óh Jesus...- ela ainda estava com a mesma cara.
             - Mad?- a shitzu levanta as ore-
lhas e torce a cabeça confusa.
             - VOCÊ É MUITO FOFA!- sorte que a porta estava fechada porque a-
cho que seu grito poderia ser escuta-
do lá da China. Meus ouvidos!
         Mad ergue a cachorra do chão co-
locando-a contra seu rosto e girando de alegria, o animal lâmbia o seu ros-
to sem parar deixando Mad com um sorriso ainda maior.
              - Ela é linda! Obrigada, obriga-
da!
              - Que bom que você gostou. Qual será o nome dela?
              - Lessy!- ela beija o fucinho de Lessy - Você ouviu? Seu nome será Le-
ssy!!!
         Abro um sorriso pequeno ao ver sua alegria. Comprei uma cachorra pois Mad adora cães e ela necessita esquecer das cicatrizes feitas pelo pai.
               - Obrigada, você é incrivel.- a roqueira me da um abraço com força usando um braço, grudando seu rosto no meu pescoço enquanto Lessy grun-
hia animada.
               - De nada...- digo sem ar.
               - Megan! Você não vai acredi-
tar!- suas mãos erguem o filhote no ar, Mad sai correndopara fora do quarto.
           Ajudei Megan a preparar o bolo e definitivamente ela é um horror na cozinha. Fiz a massa colocando peque
-nos gotas de chocolate dentro e peda-
ços de morango misturando bem os ingredientes. Deixei no forno enquan-
to eu preparava a cobertura.
          Mad se divertia com Lessy até al-
guém bater na porta e Megan abri-la.
              - Eai Megan.- uma voz masculi-
na surgiu do outro lado da porta.
           Megan suspirou e se virou para Mad com uma expressão "doce".
               - Seus amigos emos...- resmun-
gou se retirando de perto deles.
           Mad correu até a porta mostran-
do Lessy em seus braços . Todos se ati-
raram em cima dela fazendo um abra-
ço grupal. Eu apenas observava a si-
tuação atrás do balcão segurando uma tingela com morangos cortados e ras-
pas de chocolate amargo.
           Eles usavam camisetas pretas com estampas de monstros e bandas, cabelos pintados e descabelados, ja-
quetas de couro, piercings e tatuagens
.Alguns seguravam instrumentos, bai-
xo, guitarra, teclado.
              - Então eles fazem parte da banda?
              - Infelizmente.- Megan se apoi-
ou no balcão- São um bando de idio-
tas.
              - Você esta com ciúmes.- digo me virando para ver o bolo crescendo dentro do forno.
              - Não estou!- ela ruge atrás de mim.
              - Não é o que parece.- viro a cabeça para ela erguendo-me do chão
              - Áhh, vai a merda.- diz séria.

 caso 137Onde histórias criam vida. Descubra agora