Corpo no Metrô

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     Mad estava com a cara em cima da mesa da cozinha, depois de tanto be-
ber ela tinha desmaiado. Lessy não estava longe, a cachorra estava dor-
mindo bem nos pés da sua cadeira.
     Peguei seu casaco que estava atira-
do no sofá, a noite estava ficando fria. Larguei o casaco em cima dos seus om
-bros . Mad pisca os olhos e olha para mim sem tirar a cara da mesa.
         - Ahh... eu já te disse que vc tem olhos bonitos?- efeito da bebida.
         - É..eu acho q n ...
         - Ahh, mas você tem olhos boni-
tos... - ela resmunga.
         - Obrigado, eu acho.- digo, como resposta Mad apaga.
       Descendo as escadas deparo-me com Megan que havia descido para ajudar Alan a levar Jack ao seu carro.
Megan suspira,colocando as mãos no bolso.
          - Que noite.- balbucia- É muita emoção por uma noite.
          - Verdade.- lembro-me da gangs-
ter tentando me envenenar. E é claro o terremoto que Mad causou no pré-
dio inteiro como os amigos.
          -  Você esta bem?- seu rosto fica sério, mais do que o habitual.
          - Escute Megan. A sidney da festa não era a Sidney verdadeira, ela era..
          - Eu já sabia.- Megan
          - Já sabia?- ergo uma sobrance-
lha.
          - Sim, notei que "Sidney" estava agindo de uma forma diferente e vi a tatuagem. Então já saquei que era a sua irmã- seus olhos exibiram um bri-
lho diferente.- Foi dificil tentar falar com ela na festa por causa das pessoas grudadas umas nas outras. Quando a vi falando com você decidi deixa-la em suas mãos, afinal, você não deixa escapar merda nenhuma. Foi diverti-
do vela com medo.-  então era esse o motivo do seu brilho a lembrança de ver a garota se dar mal.
         - E se eu não tivesse desconfiado dela?- brinco.
         - Ah, pelo amor de Deus, você é o Bruce.- Megan bate no meu ombro.- Não se preocupe com nós Bruce, não somos crianças.
       Ela começa a subir os degraus mas eu a paro imediatamente.
          - Ele ligou para mim.
          - Isso é sério?- ela pergunta sur-
presa.
          - Sim.- continuo de costas para ela.- Ele me disse que eu deveria lar-
gar os casos e deixa-lo em paz. Se não..
          - Sabe, Bruce.- ela me interrom-
pe.- Não de ouvidos a esse merda. O objetivo dele é te atingir. É nessas horas que devemos mater os  relacio-
namentos longe do trabalho. Pois ti-
ram o nosso foco.
          - Então é errado querer me preocupar.- digo sem ter certeza no que eu havia falado.
           - Sim, é . Bruce sempre estive-
mos em perigo neste mundo e soube-
mos nos proteger. Então, não sinta cul
-pa em deixar seus relacionamentos longe do trabalho. Pois é o certo.
            - Obrigado por esclarecer tudo.- digo descendo as escadas, um pé atrás do outro segurando o corrimão.
             - Só acabe com aquele filho da puta,ok?- Megan.
             - Ok.- digo sério.
     
               *  *  *
      Chego no carro olhando para as ruas quase vazias. Toco na porta, mas antes de abri-la retiro o celular do bolso que estava vibrando.
         - Alô?- coloco-o no ouvido.
         - ...- escuto uma respiração lenta e pesada.
         - Alô?- repito irritado.
         - Ah, que dia de merda.- era skarllet irmã de John. Porém ela não estava falando comigo sim sendo seguida.
         - Você!- digo com raiva.
         - sim,eu . Só estou observando a minha presa.skarllet não é? Ela pare-
ce uma pessoa tão gentil. Seu rosto ficaria bonito na minha parede junto com os outros...- sua voz rouca ecoa na minha cabeça de um jeito provoca-
dor.
         - Seu...- abro a porta do carro- você não vai fugir desta vez.- bato no porta luvas, pego meu revólver que estava em seu interior. Desloco o tambor colocando as balas em seu devido local, e mais algumas no bolso da calça.
      Escuto Scarlett no outro lado da linha.
         - Acho que devo me apresentar, srta.Scarllet - sussurra ele - Fantasma , é um prazer.
          - Hum? - resmunga confusa.- Quem está aí? Quem é você? - Scarlett grita com medo- NÃO !NÃO!
          - Pare com isso. Vamos conversar como pessoas civilizadas - sua voz fica mais grossa- Não seja rude! Cadê sua educação?
       Escuto passos apressados , skarllet não parava de gritar. Era hora de fa- zer alguma coisa , atiro o celular para dentro do carro fecho a porta e corro em direção ao metrô onde skarllet estava com o assassino. Por morar longe do trabalho ela custuma ir para casa tarde depois de resolver as papeladas que John empurra para ela.
       Corro descendo as escadas que guiariam- me ao metrô, quase tropeço
várias vezes.
        O metrô estava vazio, tinha lixo jogado perto das latas cheias, catálo-
gos de viagens  grudados no chão com marcas de sapatos. Não havia ninguém por perto.
        Olho para todos os lados seguran-
do o revólver com as duas mãos. Onde está você?...
            - Não!- era skarllet sua voz vinha do lado do local.
          A parada . Caminho até lá encarando a escuridão há minha volta
, bancos vazios e luzes piscando. Ten-
to procurar skarllet.
             - você não pode dete-lo.- sussur
- ram as vozes- Ninguém pode...
          Suas vozes ecoavam na minha cabeça com suas frases ásperas e vingativas  tentando me esmagar.
             - Parem!- grito arregalando os olhos, seguro a minha cabeça com as duas mãos.- Parem!!
              - É a verdade ninguém pode para-lo...- as vozes parecem socar a minha cabeça.
              - Eu posso para-lo!- retruco puxando o cão da arma para trás com o polegar.
         As luzes piscam três vezes, e aca-
bam deixando-me no escuro. Sinto mãos agarrarem os meus pés arran-
bando minhas pernas e puxando meus ombros, mãos grandes, delica-
das, pequenas. Todas me tocando no escuro.
               - Bruce..- dizem com raiva.
        Me contorço e dou passos para trás, mas parece que estou cercado por um oceano de mãos, não as vejo. Porém sei que há muitas.
               - Bruce!!!
        Estou ficando maluco... Agora não, agora não... Preciso achar Skarl-
let. Marcho por cima delas, acabo tro
-peçando no chão frio, as mãos que estavam saindo do chão pularam no meu rosto tateando as minhas feições.
              - Está é a face de um inútil.. inútil, inútil. INÚTIL!!!
              - CHEGA!!!- ergo-me pisando nelas com raiva.
         Quando paro de gritar de raiva as luzes voltam e as mãos somem. Então olho para cima ao ver uma sobra no chão e gotas de sangue caindo.Che- guei tarde demais...
          Olhos arrancados,boca aberta ainda salivando, tripas para fora faziam curvas até chegar ao seu pescoço.Sangue descia pelos buracos dos olhos e pela barriga. Enforcada pelas próprias tripas, olhos arranca- dos brutalmente, e seu corpo completamente pálido de tanto perder sangue balançava em cima daquele poste.
          Um trem passa ao lado com rapidez chamando minha atenção. Após passar vejo uma figura do outro lado dos trilhos no escuro. Aqueles olhos ..  os óculos de visão noturna do açougue. É ele! O fantasma!
             - Ei!- grito e o culto acena se virando para a escuridão desaparecen
-do.
            Atravesso os trilhos segurando o revólver com as duas mãos, entro no túnel que fazia parte da estação de metrô indo atrás dele. Há dois metros a minha frente tinha luzes mostrando as paredes de um outro túnel. Era nela que vi na sua sombra que se movia formando na parede.
           Corro até a parede cheia de pichações olhando para os dois lados, procurando-o. Escuto passos indo para um outro lugar, a estação principal. Ao correr acabo derruban - do um mendigo que caminhava com um carrinho velho de super mercado e o seu cachorro. Mal olho para trás ou o ajudo a levantar, ele estava fugindo e não tenho tempo para fazer paradas fúteis.
            Chego em uma parada e as luzes piscam novamente, então de re- pente uma risada.
             - Você é muito lento.- a voz ecoa para todos os lados, ele zomba de mim.
         Nos trilhos perto da parada havia algo no chão, paro e pulo neles pegan- do uma bola branca com veias verme- lhas atrás, um globo ocular de Skarllet
. Ele está me provocando, me atraindo
... E eu caí na sua armadilha ao ver dois faróis brilhantes vindo na minha direção em alta velocidade. Merda!
                 *.  *. *. 
         Deitado no chão espero o trem passar, as rodas fazem barulhos altos deslizando nós trilhos. Meus ouvidos zunem e por um momento fico quase sem ar. Encaro a barriga do trem pensando em como fui idiota em cair nessa. O contato das rodas com os trilhos criavam faíscas que quase voavam no meu rosto.
          O trem acaba se afastando para dentro de um túnel e consigo levantar do chão. Aproximo-me de perto de um dos pilares de sustentação, perto de outro vejo um culto correr atrás de uma placa onde havia revistas de viagens. Atiro contra a sombra acertando em cheio a placa que cai no chão soltando fumaça onde estava o furo da bala. Atravesso as revistas espalhadas escutando mais risos.
              - Venha me pegar...- o maldita disse das sombras.
          Finalmente o avisto correr para a escuridão do corredor e o sigo, as luzes continuam a piscar mas consigo ver a sua silueta. Não vou cair em mais nenhuma armadilha, chega dessa perseguição de gato e rato. Estou cansado disso. Conforme ele corria o perdi de vista, mas depois o achei novamente, não pensei duas vezes em mirar em uma das suas pernas e apertar o gatilho.
            As luzes se apagaram, corri onde ele estava gritando e gemendo de dor. Pego ele por trás atirando-o no chão, o meu oponente resisti se viran- do e dando- me um chute na barriga, cai para trás, mesmo assim não larguei a arma. Se as luzes estivessem acessas eu poderia atirar na outra perna.
            Gringo de raiva segurando sua perna, sinto seu corpo cair no chão e com o cabo da arma dou um murro no seu queixo. A garro seus braços que tentavam se livrar de mim.
               - O que foi? Não tem mais nenhuma piadinha ou provocação?- grito de raiva socando- o mais uma vez no rosto.
            Escuto ele cuspir sangue, acabe sentindo gotas na minha cara. Eu o peguei ! FINALMENTE! AGORA ELE NÃO VAI ESCAPAR DAS MINHAS MÃO S!
              - Me solta!- sussurra . Erguendo o corpo do chão, ele acaba escapando de mim.
        Não vou deixar, nos embolamos, levo alguns socos e chutes porém dou mais que ele, conheço que me senti feliz. Então novamente o jogo contra o chão fazendo um arco em volta do seu ombro torço o braço para trás, quebrando-o , seu osso se deslocar do ligar e um grito sai da sua garganta. Pego a arma do chão apontando para a cabeça do desgraçado.
             - Fim da linha. Você está preso!- ainda seguro seu braço escutando sua respiração tensa.
          As luzes acedem revelando ninguém mais ninguém menos que o fantas...
              - Mas o que está fazendo idiota? SAIA DE CIMA DE MIM!- a voz de John sai esganisada por causa da dor - Por que diabos você atirou em mim?
            - Merda, onde ele foi?- resmun- guei mais para mim mesmo do que para John saindo de cima dele.
            - Ele quem? Você está paranói- co! Ninguém estava aqui!- John faz uma careta erguendo o tronco segurando o braço.- puta merda, Bruce! você tentou me matar!- ele gritou , seus lábios estavam verme- lhos de sangue, e o olho estava rosado . Eu até estava com alguns ferimentos  mas ele estava pior- Você vai pagar por isso droga...- grunhi cutucando a perna.
           Atordoado olhei para todos os lados colocando a arma atrás da calça, ele me fez de idiota de novo...
           - O fantasma , ele estava aqui.- digo.
           - A é? Eu acho que você usou erva demais, não escutei nada nem vi ninguém.- retruca com desprezo.
           - Skarllet está morta ,John.- digo com um olhar vazio para ele que sangrava no chão.
           - O que? - John fica em choque- Me diga que é apenas uma brincadei- ra de mal gosto...
            - Por que eu estaria brincando? - falo friamente- Venha ver com os seus próprios olhos.
          Ao saber da notícia John ficou pálido, sua parceira foi assassinada brutalmente por um psicopata . Quando o levei até a parada para ve- la o inglês caiu de joelhos no chão.
            - Não pode ser verdade  ... Não é.- John agarrou o rosto com as mãos.
         Aquela não era apenas sua parceira  de trabalho a qual ele sem-
pre enchia de papéis e insultos na frente de todos, Skarllet era a sua irmã. Que estava na sua frente pendurada ao poste com as tripas caindo no piso branco.

     Obg por ler!!!!
        

    

 caso 137Onde histórias criam vida. Descubra agora