Soldado(cão), louco.

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      Harry Mattews, 50 anos, ex-militar, serviu na guerra do Vietnã assim como o Freed. Segundo algumas pesquisas seus psicologos o conside-
ram um sociopata. Depois da guerra do Vietnã ele quase foi preso por tentar matar a esposa, além de ter comportamentos agressivos o tempo todo.
       Após ler as informações do suspei-
to vi a sua foto, era um homem negro, cabelo raspado,barba longa e grossa. Tinha rugas no rosto, seus olhos pareciam cubos de gelo.
      Em baixodas informações estava uma anotação de John.
    
      Costuma ir ao parque dar pedaços de pães aos  patos e pombos... ou será que é para negociar com clientes?- mafia pode estar envolvida com ele.
     
      Eu estava sentado em um banco de madeira no parque com Freed. Ele estava comendo uma rosquinha de chocolate e bebendo café.
        De longe pudi ver Harry na frente de uma banca de revistas, logo atrás dele estava Jack usando um boné de beisebol vermelho que cobria a metade do rosto e Megan usava óculos escuros com lentes redondas. Os dois perseguiam o alvo enquanto se comunicavam comigo.
           - Jack!- diz megan, no telefone.- Tire sua mão do meu ombro. BABACA!
        Vejo ela empurrar Jack com uma cutuvelada violenta. Jack ri e o dono da banca os encara.
           - O que foi? Somos um casal lembra ?- escuto a voz dele- Só estou entrando no personagem.
           - Se me tocar de novo eu..- Megan para de gritar pois já estava chamando muita atenção.
            - Esses dois não foram feitos um para o outro.- diz Freed se cuspindo todo por causa da rosquinha.
            - Jack pare de tocar nela.- digo.- Isso é sério, matenha foco e nada de graçinhas.
         Após ouvir minhas palavras do telefone de Megan ele indereitou o corpo e mexeu os ombros.
            - Mas eu pensei que eramos um casal, então deviamos agir como um...
            - FOCO!- quase grito pois Harry estava se afastando da banca e os dois não paravam de brigar.
            - Por que você não foi espionar o ex-militar com a Megan? Acho que seria muito melhor.- Freed fala como se tivesse uma batata quente na boca.
            - Parece que um homem negro que anda com uma mulher branca chama muita atenção. E é isso que não queremos que notem, que Harry esta sendo seguido- explico.
            - Ahhhh , saquei.- murmura e depois bebe um pouco de café.
         Observo-os  atentamente, Harry caminhava na calçada com passos largos. No bolso da calça estava um saco de papel marrom que carregava suas migalhas. Megan o seguia hesitante, ela não queria que ele desconfiasse que alguém o observava. Jack fazia o oposto, ele parecia correr atrás de Mattews e se distraia muito facil observando outras pessoas por isso Megan o puxava para trás o tempo todo.
          Caminharam atrás dele por alguns minutos. Mas depois eles tive-
ram que o seguir por outra rua então acabei perdendo-os do meu campo de visão.
            - Ele esta caminhando ainda, não espera ... ele esta conversando com uma mulher.
            - Como é essa mulher? - pergun-
to e com a mão afasto o rosto de Freed que estava quase grudado ao meu.
            - Ei! Eu não consigo escutar... você sabe que eu sou muito curioso.- protesta o velho- minha aúdição não é mais a mesma...
            - Shhhh!- levo meu dedo indicador a boca pedindo silêncio. Freed engole as bochechas depois toma mais café " Você precisa ter mais respeito com os mais velhos..", sussur-
ra me encarando.
            - Mexicana, terno fino preto, tem um treco no ouvido e usa óculos escuros . Parece uma segurança.- Jack a descreve.
             - Agora ele parece alterado, ele esta brigando com a segurança.- Megan.
             - Eles trocaram alguma coisa? Algo que pareça suspeito?
             - Não. Eles apenas trocaram poucas palavras.
             - E agora?- pergunto.
             - Só um momento, tem muita gente aqui. Estamos o seguindo ele acabou de se afastar da mulher.- Megan.
             - Eai como eles estão indo?- pergunta Freed.
             - Temos que esperar, muito movimento.- digo.
           O velho gorducho pega dois canudos do seu saco de lanche e colo-
ca na parte de cima da boca fazendo uma careta maligna.
             - Adivinha quem eu sou.- ele ergue o braço puxando a sua capa imaginária para tapar o rosto - Me de seu sangue rapazinho! Muahhahaha!- sua mão se mexe para perto do meu pescoço mas não chega a me tocar.- Sangue...
             - Hummm deixa eu adivinhar...- fingi pensar bastante.- Um velho com canudos na boca que esta agindo como uma criança?
              - Éhhh- pragueja como o barulho que escutamos quando alguém erra uma pergunta na tv.- Er-
rado bobinho. É drácula. DRÁCULA, estava facil.
              - Sério? Não me diga- falo despreocupado.
              - Você é muito chato Bruce. Eu só queria matar o meu tédio. As vezes é bom ser criança sabia?- suas rugas da testa dançam.
              - Não me leve a mal mas não é hora de piadas.- dou um tapinha nas suas costas e ele cruza os braços me olhando pelo canto do olho. - É talvez não seja...
         O velho vê um carrinho de preticells e imediatamente seu humor muda.
               - Mas está na hora do prétcell!- Freed sai do banco louco para colocar os dentes nos prétcells com mostarda.
               - Bruce?- chama Megan.
         Coloco o celular no ouvido vendo Freed penchinchar com o vendedor.
               - Então? Onde ele está?
               - Perto de um beco, ele acabou de ver se estava sendo seguido...
               - Humm, suspeito.- por que Harry estaria em um beco de repente e se certificaria se estava sendo segui-
do?- Se ele acabou de ver se não estava sendo seguido provavelmente fará algo errado.
             Escuto Megan arfando, corren-
do atrás de Harry então Jack diz.
                - Ele esta espancando um mendigo!
              Gritos grossos e agudos. Uma verdadeira confusão, faço uma careta.
                 - Jack! Megan o que esta acontecendo? - tento escutar atenta-
mente.
                  - Solte ele ! Mãos pra cima!- Megan ruge.
                 - Áhhh, droga! - reclama Jack.
       O celular cai no chão e começa a fazer um barulho esquisito do outro lado da linha. Coloco o meu no bolso e corro a procura deles.
                 - Merda...- digo enquanto desvio das pessoas do parque, deixan-
do Freed com seus pretcells gorduro-
zos.
    
         * * *
    É, tudo não passava de um engano. De fato Harry estava espancando um mendigo de 70 anos. Mas isso aconte-
ceu porque ele estava tentando rou-
bar uma garota de 10 anos que vinha de um mercado aquela hora. No final das contas foi apenas um alarme falso
.Jack e Megan pediram desculpa pelo ocorrido,é claro que Harry não gostou de saber que estava sendo seguido, ninguém gostaria de ser perseguido. Então apenas cortei suas reclamações e disse "Podemos conversar?", eu não precisava da sua autorização para fazer perguntas, pois não se pode evi-
tar perguntas de policiais, Harry simplesmente disse "Como quiser".
       Eis que ele estava ali, de costas para mim jogando migalhas de pães aos patos que nadavam no pequeno lago. Suas penas eram marrons no pescoço havia uma listra preta e apartir dela o resto da cabeça era ver-
de escuro. Eles bicavam e gritavam uns com os outros para comer algu-
mas poucas migalhas. Não muito diferente de nós humanos.
          - Eu não sou seu assassino.- Harry joga mais migalhas aos patos.
          - Então só por que você diz que não é isso significa que devo acreditas em você?- cruzo os braços- Você é um sociopata andando pelas ruas de Nova York, tem comportamentos violentos, já tentou matar a esposa.- bati os pa-
peis no meu lado.- Resumindo,você é um ex-militar problemático. Me de algum motivo para pensar que você não é ele.
          - Pelo visto você leu seus relató-
rios- seus ombros ficam baixos, então ele parou de alimentar os patos.- Como posso admitir que sou ele,sendo que não sou? Sei que tenho uma lista suja. Mas todos temos defeitos.
          - Me diga a respeito dos seus psicólogos. O que você tem é loucura. - digo asperamente.
          - Eu servi na guerra, vocé sabe como é servir na guerra? Não, pois se soubesse não conseguiria dormir a noite. Fui obrigado a fazer coisas que eu não queria só para tentar manter a honra deste país de merda. E por cau-
sa dos meus atos...- sua voz ficou dis-
tante ao voltar pro passado.- eu criei meus próprios demônios, isso afetou a minha mente, e virei apenas mais um cão insensivel do governo. Desenvolvi uma loucura, e digamos que ser deixa-
do pela esposa por causa do seu melhor amigo me afetou mais.
      Olhei um instante para Freed,ele estava sentado em um banco perto de uma mesa de pic nike com Megan. Jack havia ido embora pois precisava ver alguns assuntos de trabalho. E vendo aquele velho que passou por tantas coisas na guerra, não da para dizer que isso o afetou como Harry.
       Voltei a encarar o homem na minha frente.
           - Então é isso? Espera que eu me comova com sua histórinha? Você esta fazendo um tipico teatro que um psicopata faria para me enganar.- digo nervoso.- Sei que a guerra é algo traumatico, mas sei o que esta tentan-
do fazer. E não esta funcionando.
      Ele se vira colocando as mãos nos bolsos, seus olhos estavam aguados.
            - Seu psicopata espacaria um mendigo para salvar uma garotinha de 10 anos?
        Fiz algumas perguntas rapidas depois falei para Freed ficar de olho nele quando tiver tempo." Seu psico-
pata espancaria um mendigo para salvar uma garotinha de 10 anos?", não o Fantasma não faria isso. Mas e se ele percebeu que estava sendo seguido e armou tudo? Assim ele não levantaria suspeitas... e já que John esta o seguindo, ele pensou em um plano para sairem da sua cola. Ou en-
tão Harry seja mesmo inocente...
         

      Obg por ler!!
     

 caso 137Onde histórias criam vida. Descubra agora