Oi, meus amores! Aqui estamos nós com mais uma fanfic, agora com um gênero mais complexo e cheio de aventuras. Espero que vocês curtam tanto como estou curtindo escrever.
A princípio verei como vai ser a reação de vocês com a história para só depois montar e programar os dias de postagens, pode ser?
Boa leitura a todos!
(...)
A academia estava cheia, como em toda noite. Gizelly estava na sala de lutas, as luvas brancas nas mãos enquanto socava com toda a força o saco de pancadas. Tinha os cabelos ondulados presos em um coque alto e bagunçado, que deixava alguns fios teimosos de fora. Vestia top preto e um short legging curto da mesma cor. O corpo suado pingava sobre o tatame conforme os golpes eram deferidos sobre a superfície nada macia.
Geralmente ninguém se metia com a morena enquanto ela estava concentrada nas pancadas, já estavam acostumados com seu temperamento explosivo e ameaçador. Antes disso, ela tinha uma aula particular com Bianca Andrade, sua personal. Não que realmente precisasse de uma, mas era como se dissesse a si mesma que a amiga estava ali para tirá-la do mundo do trabalho. Sem contar que aquele era um dos poucos momentos que conseguia passar com ela.
Embora todo aquele esforço com a musculação e o Muay Thai só fizesse com que pensasse ainda mais no trabalho e em como precisava extravasar todos os sentimentos ruins que trazia toda vez que o expediente acabava.
Gizelly era sargento do departamento de homicídios da polícia civil, tinha que comandar uma horda de policiais que queriam tudo, menos seguir as ordens de uma mulher. O mundo machista não a surpreendia, porém as vezes era desgastante. Delegar tarefas enquanto acompanhava vários casos adjacentes era bem mais complicado que ser responsável por um único caso. Isso quando não tinha seu próprio caso e ainda assim precisava orientar a fiscalizar o caso dos outros.
Dando um último soco forte, passou os olhos pelo relógio na parede e constatou que era nove em ponto. Por isso respirou fundo e saiu da sala forrada com tatame cinza escuro sem dizer nada a ninguém. Quando desceu, encontrou Bianca no andar debaixo, ainda cuidando do salão de musculação.
- Já estou indo - avisou a ela. Era a única com quem falava dentro do estabelecimento. - Me avisa quando chegar?
- Aviso - bateu a mão na dela no ar. - Vê se toma banho antes de dormir, você está fedendo.
Gizelly soltou uma risada abafada e deu um soco leve no ombro da melhor amiga, que também riu. Ela era uma das poucas pessoas que a via como realmente era, sem barreiras.
Então desceu as escadas, passando pela cantina e pela área da piscina, da qual frequentava as terças e quintas. Gostava de nadar, era relaxante e a transportava para outra dimensão, longe de tudo que sempre desejava fugir durante o dia. Antes de sair, encheu sua garrafa de água e bebeu quase a metade.
Já do lado de fora, olhou para o céu e respirou fundo. O tempo estava melancólico, em dúvida se chovia ou não. A temperatura daquela noite de outono estava gelada, como normalmente acontecia em Belo Horizonte.
Assim, em um falso silêncio, já que sua mente falava um dicionário inteiro a cada segundo, atravessou a rua e montou em sua moto. Colocou o capacete e foi para casa finalmente.
O prédio em que morava não era lá essas coisas. Tinha somente quadro andares e a vista dava para a rua Curitiba, não tinha nada de interessante visualmente. Mas Gizelly gostava dali, tinha uma boa localização. Ficava a um quarteirão da Praça Raul Soares e a dois do Shopping Cidade. A academia que Bianca trabalhava ficava mais perto do parque municipal, mas eram somente quatro minutos de moto.
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A Informante
Historical FictionSer mulher dentro do departamento de polícia nunca foi um trabalho fácil, mas Gizelly sempre foi uma pessoa que nunca de fato se importou com isso. Destemida e com a vida pessoal repleta de cicatrizes mal curadas, ela se vê responsável por um caso g...