Senhor Travers

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- My woman is as mean as she can be, my woman, she makes a fool of me, never treats me good, don't know why I should love her, she's lying when she says: "I love you", i know it, but what am I to do? Though she makes me cry, i don't care for I love her - a voz profunda de Tom Riddle ecoa em meus ouvidos, ao passar por ele em uma das estantes silenciosas da biblioteca, bom...isso é uma novidade para mim agora, ele me cantar com pedaços de músicas, cada dia uma forma diferente, muito do inovador esse Riddle, e Merlin, essa música do Al Bowlly, é muito boa, muito velha, no meu caso, mas para ele, é quase como uma música do ano...essa coisa de décadas antes é algo difícil de lidar as vezes... minto, sempre muito difícil de lidar... agradeço as aulas de história/sites do mundo Harry Potter, pois são eles que estão me "salvando" nessa minha nova vida.
- Once I laughed and loved for it all wrong, then she came along like a new song, now I sing a blue song, my woman, she has a heart of stone, not human, but she must be my own, till the day I die, i'll be loving my woman - completo a música baixinho ao chegar mais perto dele com um sorriso malicioso, vamos dar corda pra ver se sou puxada né.
O garoto sorri divertido, vindo até mim rapidamente, como a cobrinha legítima que é, se eu pedir para ele sibilar, pronto, é a própria dona cobra.
- É muito gratificante saber que a senhorita tenha conhecimento da música que define o que sinto por você, minha doce coelhinha - seus dedos retiram uma mecha de meu cabelo do meu rosto a colocando atrás de minha orelha.
- Além de "Don Juan" agora virou um galanteador barato, senhor Riddle? - faço uma cara de falsa lamentação - trágico, trágico - lembro da fala do senhor Omar para qualquer situação, em Todo Mundo Odeia o Chris, meu seriado favorito de toda a minha vida.
- Só com você, minha coelhinha - beija minha bochecha suavemente, me fazendo o encarar abismada.
- Abusado você, senhor Riddle, tirou a pureza da minha bochecha, que salafrário - dou um leve tapa em seu peito, tendo como resposta uma risada baixinha saindo por seus lábios.
Me afasto novamente de sua presença e me volto a procurar um livro que me ajude em alguma coisa sobre como parei aqui...já que não sei se ficarei presa aqui para sempre ou irei voltar algum dia para minha realidade.
- Olá senhorita Young - uma voz desconhecida surge em minhas costas e me volto para encarar o ser humano em questão.
- Ahn...olá senhor...- falo ao encarar o menino moreno, pois é, não sei quem o macho é, mas ele sabe quem eu sou...olha a gafe Cherry, pelo amor de Deus.
- Travers, Scott Travers - ele fala sorrindo, um corvino, alto, moreno de cabelos lisos, sorriso perfeito, postura de um aristocrata, se bem me lembro Travers é um dos "nobres" "Nojentos Endinheirados 28"...certo, temos outro engomadinho.

- É um prazer, senhor Travers - falo ao me afastar do garoto que se aproximou de mim - o que deseja? - questiono sem rodeios.
- Bom eu gostaria de saber se você - se aproxima mais de meu corpo, muito perto...
- Não precisa grudar em mim para falar, senhor Travers, é só mover a sua boca que eu irei entender, afinal eu tenho uma boa audição para isso né - falo me afastando mais do corpo do garoto.
- Senhorita Young - a voz de Tom Riddle é proferida atrás de mim de maneira grave e incisiva, esse provavelmente era o modo como falava com seus comensais - Travers - o garoto recua para trás, machos idiotas, pra outro macho ele recua né, vadio.
- Vou me retirar senhorita Young, em outro momento oportuno te encontrarei para ter-mos nossa conversa agradável - o garoto fala...eu não teria tanta certeza disso, homem das cavernas.
O garoto saí como um raio, tão rápido que quase nem o vi, me viro para trás com os braços cruzados no peito e encaro o homem que se encontrava com um semblante sério.
- Riddle... - começo a dizer mas sou interrompida por um movimento de sua mão.
- Não adianta, minha coelhinha, quando você deu uma joelhada em meu... orgão sexual - ele escolhe a palavra certa para dizer - você disse que não era um brinquedo, portanto não será tratada como tal nem por mim e nem por ninguém...você é uma mulher, uma mulher esperta e...independente, senhores como ele não merecem ter alguém como você, você é preciosa demais para tal coisa - fala convicto, o que confesso que amoleceu meu coração duro igual pedra.

Apresento ao espetáculo da vida, Cherry Lisa Young sendo impulsiva e idiota em 3, 2, 1...

- Tom Riddle... você quer ir na primeira reunião do Clube do Slughorn, comigo? - pergunto sorrindo para ele, que me encara sorrindo lindamente, surpreendentemente dá mais um beijo em minha bochecha e pega em minha mão me girando em meu próprio eixo.
- Sim, nobre senhorita coelhinha, seria uma honra incomparável para esse nobre rapaz acompanha-la em tal compromisso de tamanha importância social - fala brincando ao me puxar para si levemente.

- Certo, então você me pega no salão comunal as 19h, nobre senhor...não se atrase, para não ir sozinho - dessa vez sou eu quem me aproximo para beijar a sua bochecha.

O moreno me encara surpreso e pega em minha mão com delicadeza a alisando com os seus dedos longos.

- Não abusa não, macho - falo ao retirar a minha mão da sua rapidamente e saío da biblioteca pronta para pensar na merda que fiz em chama-lo para essa reunião boba... cacete, tô na fossa, mais do que na fossa, tô no fundo do poço já soterrada.


" Minha mulher é tão má quanto pode ser

Minha mulher ela me faz de bobo

Nunca me trata bem

Não sei porque eu deveria amá-la

Ela está mentindo quando diz:"Eu te amo"

Eu sei disso, mas o que devo fazer?

Embora ela me faça chorar

Eu não me importo eu a amo

Uma vez eu ri e amei por tudo errado

Então ela veio como uma nova música

Agora eu canto uma música azul

Minha mulher

Ela tem um coração de pedra

Não é humana, mas ela deve ser minha

Até o dia que eu morrer estarei amando minha mulher"

(My Woman - Al Bowlly)

Uma Paixão Literária - Tom RiddleOnde histórias criam vida. Descubra agora