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MARATONA 1/5

— Hoje eu vou dar cambalhota e vocês vão ter que me aturar caralhoooo! — João gritou todo elétrico assim que chegamos em casa. — Isso é pelo Brunão e por vocês que se deram bem pra cacete nessa inauguração.

— Eu não esperava mesmo isso! Fechamos no total dez viagens numa inauguração com pouquíssimas pessoas, vocês tem noção disso? — Karine falou puxando uma cadeira da mesa.

— Foi foda pra caralho, porra! — Malu levantou o copo pro alto. — Também vou me entupir nessa porra, por mim e por você que não pode beber amiga.

— Pena que Sarinhah não pode vir, mas vou beber por ela também. — Mari disse sorrindo.

— Meu Deus, já tô vendo vocês caindo de bêbados e eu tendo que aturar, puta que pariu. — Karine bufou.

— Ué amor, comemoração! — Luan falou fazendo carinho na cabeça dela.

— Só não quero que ponham minha casa a baixo, pelo amor de Deus! — pedi rindo.

— Relaxa, vamos só quebrar algumas coisas mesmo, mas não tem problema porque hoje o pai tá on e vai cobrir os gastos. — Lobão falou fazendo uma dancinha.

— Eu não aguento com esse moleque, cara. — Magalhães negou com a cabeça.

— Chega de papo e bora beber caralho! — João falou colocando a vodca na mesa. Hoje ia ser cenas pesadas mesmo.

Sorte a minha que a mina que eu namoro é tranquilona pra porra, porque se não fosse isso era surtos atrás de surtos que hoje eu não tô nem aí.

Se fosse com Maria Luiza, ela já viria me dar o papo sério e me fazer ficar quietinho rapidinho, se bem que a gente curtia pra caralho juntos.

Já peguei uma dose pra virar e esquecer do passado e começar a me divertir no presente. Karine ficou só comandando a gente, inventando as brincadeiras, participando com suco, mas ela não deixava de ser engraçada nunca, uma das melhores.

MALU

— Ohhhh Mariana, o que tu quer de mim? — João cantou sarando nela e começamos a rir.

Já estávamos loucassos juntos, era uma pena que Karine não pudesse beber e já estivesse morgada numa cama de um quarto qualquer da casa porque todos nós estávamos bêbados, sem exceção e eu juro que sem mesmo.

A vibe do Luan enquanto bêbado era ficar chorando por ser o mais novo pai do grupo, então se ele não tava agarrado com a garrafa de vodca dançando uma música triste ele tava deitado no sofá em posição fetal pensando na vida. Uma comédia sim.

João e Mariana eu preciso mesmo dizer? Se beijando, dançando pra caralho, fazendo palhaçadas assim como os loucos do Magalhães e do Lobão, ás vezes eu compartilhava dessa vibe também, mas eu sou bem menos disposta que eles.

Pedro tava era virando todas, um bêbado indecifrável, não chorava, não ria, não dançava, só bebia e andava torto, apenas. Mas parecia confuso, perturbado com alguma coisa.

— Feliz demaaaais! — gritei colocando a língua pra fora e chacoalhando a cabeça.

— A mais nova empresária do Brasil, meus bens! — Mari anunciou levantando meu braço e fazendo um microfone com a própria mão.

— Obrigada, obrigada! Nada disso seria possível a vocês, meu fãs. — brinquei. — E também a esses meus dois amigos que foram fundamentais pra agência hoje, obrigada Luiz vulgo Lobão e Magalhães vulgo Vitor Magalhães.

— É uma honra fazer parte desse time, sei que eu sou a pessoa chave pra isso dar certo, não precisa agradecer, imagina! — Lobão disse convencido como se olhasse pra um público.

Luan finalmente tinha limpado as lágrimas e estava rindo observando nossa ceninha.

— Então você acha que se não fosse por você esse evento teria sido um fiasco? — foi a vez do João de "entrevistar".

— Não quero me gabar, mas infelizmente é o que é né... — ele fingiu ajeitar uma gravata imaginária.

— Vai te foder garoto. — xinguei rindo.

— Mais classe por favor, senhorita Medeiros. — João pediu sério e eu mandei o dedo médio.

— E você, Vitor Magalhães? O que tem a dizer? — Mariana se virou pra ele.

— Bom, tudo isso não seria possível sem meu mano aqui, como vocês ouviram. — bateu nas costas do Lobão. — Mas as meninas fizeram um bom trabalho também, parabéns!

— Parece que Lobão merece mais crédito de acordo com ele mesmo que se diz imprescindível, você concorda senhor Nogueira? — João perguntou. — Mas assim, sinceridade, não deixa seus sentimentos pela dona afetarem seu julgamento.

— João! — eu o repreendi e todos riram.

— Ele tá certo, Pedro ama elazinha! — Luan falou aleatório lá do fundo. Impressionante como ele e Karine eram parecidos até nas personalidades de bêbados, que desgraça.

Neguei com a cabeça.

— Prossiga, Pedro. — Mariana ordenou.

— Concordo em partes com os meninos, mas as meninas sempre foram melhores, e se discordássemos disso seria injustiça. — eu ri pra ele gostando da resposta.

— Mas seu sentimento pela dona, mais precisamente Maria Luiza, não atrapalharam nadinha da sua opinião? — Lobão insistiu.

Ele riu envergonhado e eu tava com mais vergonha ainda pela resposta que talvez viria.

— Acho que... — e o telefone dele tocou. Amém. — Só um minuto, é a Madah. — disse e saiu pra cozinha.

— Porra, estragou com nossa brincadeira. — Magalhães bufou.

— Ainda bem que essa ceninha toda acabou mesmo, já tinha ficado cansada. — bufei.

— Ah para que você queria a resposta! — João me provocou.

— Queria a resposta sim, fala a verdade. — Lobão continuou.

— Queria, queria, queria... — Luan puxou um coral.

— Shiu, parem! — sussurrei e depois fiquei rindo sozinha enquanto negava com a cabeça.

Toda aquela cena se não fosse cômico seria trágico. Não sei qual seria a resposta, mas já me pego imaginando em várias possíveis.

O doido voltou e eu só continuei bebendo o resto de vodca com energético com meu copo fingindo não estar interessada.

— Preciso passar lá na festa do primo dela, mas fiquem aí a vontade, falou? — disse guardando o celular no bolso.

— Ah que isso, logo hoje? — João reclamou. — Porra, logo agora que íamos assistir filme de terror.

— Eu não ia. — cruzei os braços. Pedro riu.

— Foi mal gente, mas podem ficar por aí pô, assistem aí, tem tudo, netflix, Amazon.

— Ah não, agora desanimou. Bora pra casa que é melhor, Maga! — Lobão disse se levantando e cutucando Magalhães.

— Bora mermo!

— Aff, então vamo também, né? — Mari olhou pro João que assentiu.

— E eu vou acordar Karine pra levar a gente pra casa, Luan e eu estamos impossibilitados. — avisei e todos pegamos nosso rumo.

Acabei ficando com o apê só pra mim, o que não faria muita diferença já que eu tiraria a maquiagem, tomaria um banho rápido e apagaria na minha cama satisfeita com a noite. Com quase a noite toda.

Coincidências 2Onde histórias criam vida. Descubra agora