Ele parou na frente do restaurante do Luan. Eu olhei sem entender, primeiramente porque hoje não abria, segundamente porque João não dava um pio e não tinha ninguém por perto. Deserto total.
Ele saiu do carro, deu a volta e abriu a porta pra mim. Repito, sem dizer nada. Fomos andando até a porta da frente, ele sacou uma chave do bolso e abriu a porta.
Estava tudo escuro, menos um canto do restaurante que se iluminava com velas, em cima de uma mesa.
Eu olhei pra ele que apontou com a cabeça pra lá pra que eu andasse. As luzes da parte da cozinha se acenderam, ele puxou uma cadeira pra eu sentar e depois se sentou na minha frente.
— O que é isso? — eu ri olhando em volta.
— Esse é o jantar romântico que nossos amigos providenciaram pra gente. — ele disse.
— Por que? — ele fez cara de óbvio. — Por causa de mim. — revirei os olhos. — Olha João, se você quer falar...
Ele me interrompeu com o dedo na minha boca e ainda fez um chiado. Eu quis rir daquela cena toda.
— Deixa pra gente conversar depois que comermos! — disse e acenou pra trás de cima, onde aparentemente tinha uns garçons.
Eles nos serviram fettuccine ao molho branco com fillet mignon que é um prato que eu simplesmente amo e vinho tinto. Até que depois do meu banho relaxante caiu bem.
Depois serviram um Petit gâteau de frutas vermelhas com uma bola de sorvete de creme. O que tava maravilhoso também.
Uma pena era que depois de toda essa comida deliciosa eu sabia que vinha o sermão. Eu não o culpava, mas não sabia se tava preparada pra ouvir.
— Posso? — ele pediu limpando a boca com um paninho.
— Fala João. — suspirei.
O garçom tirou os pratos e a gente ficou se encarando.
— Você me ignorou por dois meses, me deixou de lado nos seus momentos com a Laís, não conversou sobre sua gravidez, tampouco me deixou ir nas consultas, acho que já chega, né? — ele disse sem nem soltar um sorrisinho pra amenizar as coisas. — Somos casados dormindo na mesma cama sem se falar, tem noção disso Mariana? Isso é o fim pra um casamento.
— Eu sei, mas é que...
— Deixa eu falar! — eu assenti. — Só os moleques sabem o quanto eu me chateei com isso, Pedro sabe quantas vezes fui trabalhar triste, mas sério, agora a gente vai se resolver. Mariana, nós temos uma filha linda, um presente pra gente e agora vamos ter outro filho, é momento pra gente se unir e não acontecer o que tá acontecendo. Eu só quero saber o que tá acontecendo com você!
Ele parecia nervoso, talvez com raiva. Eu me assustei com isso, não com ele, mas sim no que causei nele. Não pensei que estava sendo tão desse jeito, eu só fiquei mais na minha.
— Eu não sei o que tá acontecendo, ok? — aumentei o tom de voz deixando algumas lágrimas rolarem. — Eu tenho medo, João. Medo de perder minha carreira, perder minha afetividade com a Laís, medo de perder você.
Ele me olhava atentamente querendo entender cada detalhe do que eu estava dizendo, e isso só me fazia ter mais vontade de chorar.
— Isso não existe, Mari. Nada disso você vai perder. — ele disse pegando na minha mão por cima da mesa. — Você é a minha maior conquista, nem nesse momento difícil eu pensei em te deixar e nunca mais vou pensar.
Eu sorri fraco.
— Sua carreira tá indo cada vez melhor, seus desenhos ficando famosos pelo mundo todo, suas criações, artistas de fora te querendo, tem noção disso? — ele apertou mais minha mão. — E a Laís... — ele soltou uma risada em meio a um suspiro. — Mariana, o que você tem com a Laís é o amor de mãe e filha mais lindo que eu já vi e vai ser assim com vocês e o nosso filho, só que agora eu vou estar no meio, hein?
Eu ri chorando.
— Eu só te peço, Mari, não me afasta. Eu te amo tanto que você não faz ideia de como fiquei esses últimos meses com você me ignorando. — ele segurava minhas mãos com tanta força que só faltava ele ficar com elas.
— Eu te amo. — soltei uma mão pra limpar minha bochecha molhada. — Isso vai mesmo dar certo?
— Vai dar certo! — ele assentiu e se levantou me puxando pra levantar com ele. — Agora... temos que fazer isso! — ele tirou da minha bolsa o papel que revelava o sexo do bebê.
— Como você pegou e eu não vi, cara? — falei surpresa.
— Joãozão né more. — ele beijou o ombro e eu ri. — Vamos nessa? — olhou pro papel.
Mesmo nervosa, só com aquele jantar ele fez eu me sentir dez vezes melhor, quem sabe até superar esse momento defensivo que eu tava passando.
Respirei fundo e assenti. Ele não fez cerimônia, já foi rasgando o envelope e desembrulhando o papel.
— É menina! — arregalou os olhos olhando pra mim. — É menina porra!
Com todos os hormônios eu só consegui balançar a cabeça positivamente de maneira frenética, chorar pra caralho e abraçar ele com força.
Parece que na hora minha tristeza passou e tudo que eu queria era comemorar minha nova menininha vindo aí, e mais, contar pra Laís que ela vai ganhar uma irmãzinha. É felicidade demais da conta.
— Eu te amo! — ele selou meus lábios.
— Eu também te amo, se não fosse por isso eu ainda estaria daquele jeito.
Ele deu de ombros e continuou selando meu rosto inteiro, mesmo cheio de lágrimas. Ficamos rindo juntos depois fomos buscar Laís e contar pros nossos amigos que Analu ganharia uma amiguinha pra conta.
***talvez mais tarde saia mais dois pela falta de capítulo de ontem. foi erro do wattpad.
VOCÊ ESTÁ LENDO
Coincidências 2
FanficClassificação +16 Autora: juwebs_ Aquela questão ainda persiste... e se por coincidências do destino o universo te dissesse que sim, que ficar com o amor da sua vida realmente pode ser uma regra!? Tudo indica que sim, mas a vida nunca é fácil. Nad...