Coincidências 2

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PEDRO

— Caralho, tá com fome mesmo hein mano! — bati nas costas de João que estava colocando o terceiro prato de comida.

— É o nervosismo, cara! — ele riu se virando com o prato na mão. — Dá pra acreditar? Amanhã eu busco minha filha de 3 anos, e daqui há uns meses vem mais um. — deu uma garfada na comida.

— É a vida cara, e porra, maneiro pra caralho nós dois termos filhos ao mesmo tempo, ela já sabe quantos meses? — perguntei.

— Ela disse que depois que fez o de farmácia, foi no médico e descobriu estar com três meses, igualzinha a Malu. — ele riu de nervoso.

— Muito foda, vão crescer juntos, mesma idade, praticamente quase o mesmo mês, né? — bebi minha cerveja.

— No mesmo mês! — ele disse balançando a cabeça positivamente.

Lobão, Magalhães e Luan vieram na nossa direção trazendo mais cerveja. O resto estava com as crianças na piscina, a gente deveria estar ajudando, mas antes era trocar uma ideia.

— Ah eeee, parabéns pro papai! — Luan abraçou João de lado rindo.

— Vocês estão tudo ficando velhos, eu tô na pista pra causar! — Lobão disse fazendo uma dancinha.

— Tu acha isso bonito? — Magalhães olhou pra ele com desprezo, mas de brincadeira, claro. — Daqui a pouco eu caso com Beatriz e tu ainda tá aí.

— Que história é essa rapa? — João franziu a sobrancelha.

— Hum, você deve tá achando que eu tô de brincadeira com ela. — Magalhães negou com a cabeça.

— Virou uma família gigante isso, né? O Lobão vai ser aquelas tias que não pega ninguém. — Luan gastou com a cara dele.

— Vai se foder. — ele mandou o dedo e rimos.

— A gente tem que tirar uma noite pra dar um rolê só de homens, elas fazem isso direto. — falei.

— Pode crê! — João concordou. — E agora com duas crianças em casa...

A gente ficou batendo papo e quando eu me distraí da conversa me peguei olhando pra Malu de longe.

Ela com aquela barriguinha tava a coisa mais linda do mundo e quando eu parava pra pensar que aquela mulher era minha noiva, meu coração até acelerava como em um início de namoro.

Ela estava brincando com Sophia e Mike estava pendurado nela pedindo alguma coisa, continuei encarando até ela me olhar rindo e eu mandar um beijo no ar. Ela falou alguma coisa pra eles e se levantou pra vir na minha direção.

— Vamos colocar as crianças pra brincar e vamos fazer, ok? — ela me deu um selinho.

— Uhum, mas você sabe que Mike vai querer ver, não é? — fiz carinho na bochecha dela.

— Eu sei, mas não tem problema. O problema é os menores que vão fazer algazarra. — eu assenti.

— Aprenda a conviver com isso, Malu. Daqui pra frente pra vocês é só assim, eu tô free. — Lobão continuou se gabando de sei lá o que.

— Vai pensando que você vai ficar assim por muito tempo... — ele franziu a sobrancelha. — Uma amiga minha a sua cara vai vir no meu casamento.

— Juliana? — olhei pra ela rindo.

— A grande Juliana!

— Tô fora! — ele deu de ombros.

— Valeu, veremos. — ela deu as costas com muita certeza e foi nas crianças. Claro que nós também fomos ajudar.