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Tentei insistir pra que ele voltasse comigo pra mesa da nossa galera, mas ele negou até o fim.

Eu ficava triste com essa história dos dois, eu sabia do fundo do meu coração que Luan ainda era da Karine e ela dele, mas sinceramente, não tinha esperança com esse casal mais.

Ele se perdeu muito, e agora - olhei pra ela rindo com Danilo - parece que ela se encontrou. Não por estar com o menino, até porque provavelmente seria só um lance, mas por estar se soltando novamente.

Puxei minha cadeira pra sentar de volta, acenei pro garçom sinalizando mais uma e ele fez um sinal de "ok" com o polegar.

— Perdeu a chamada de vídeo que João fez agora com a gente! — Bruno disse negando com a cabeça.

— Ah, mentira? — bufei — Ele tá bem?

— Tá, tava até bêbado com um pessoal. — Sarah contou.

— Mas disse que ama Mariana! — Pedro olhou pra ela de rabo de olho que parecia estar meio inquieta.

— Vish, vocês dois hein... — ri.

— É uma loucura mesmo, não entendo! — Karine disse.

— Eu vou é encher minha cara e procurar alguém pra beijar na boca. — Mari disse virando o resto de bebida no copo.

— Tô contigo. — Pedro levantou o copo — Amanhã pego Mike na Letícia pra ficar comigo, então hoje é dia de aproveitar.

— E você tá morando onde? — Sarah perguntou.

— Lá na minha mãe, mas já tô providenciando um apê pra ficar sozinho. — ele contou.

— Fica lá em casa, cara. Apartamento é teu também! — Bruno disse.

— Não mano, vai vir a namoradinha do Mike aí, melhor não deixar os dois morando juntos. — ele riu.

— Ah, melhor não mesmo então. — disse Bruno ciumento.

— Você tá grávida? Nem reparei! — Danilo apontou pra Sarah.

— Sério? Tô bem mesmo, acabei de adorar você, pede logo Karine em ficante sério. — Sarah disse dando um sorriso de lado.

— Ah pronto! — Karine disse e eles riram.

— Então fica no Luan, tem ninguém lá, só ele que quase não para em casa. — Mariana sugeriu.

— É uma boa, talvez ficar lá até achar um lugar melhor. Vou falar com ele depois! — ele disse — Em falar nisso, por que ele não voltou? — olhou pra mim.

— Tá de graça essa porra. — falei.

Eles me olharam já sabendo do que se tratava, incluindo Karine, mas ela deu de ombros.

Continuamos conversando, logo após todos começaram a se dispersar. Bruno, Sarah e Mariana foram falar com o pessoal que Luan estava, Karine e Danilo foram pra algum outro canto que pelo que eu sabia era pra se beijar.

Só sobrou na mesa eu e Pedro, e quando o assunto acabou, ficamos em um silêncio absoluto. Era sempre essa porra, nunca conseguíamos agir como duas pessoas normais.

— Queria te falar uma parada! — ele disse me olhando.

— O que? — franzi a sobrancelha.

— Tô feliz pra caralho que tô de volta, feliz que geral tá junto de novo, claro que nem todos pelo João, mas tô me sentindo bem. — sorri pra ele — Só que tem uma coisa que me deixa cabreiro demais, e eu acho que tenho que falar.

Fiquei em silêncio pra que ele prosseguisse.

— Achei que não, mas eu ainda sinto coisa pra cacete por tu. — meu coração parecia que ia pular pela boca. Com certeza ele percebeu que eu quase passei mal devido aos meus olhos arregalados na hora — Ver você com Guilherme me deixou maluco pensando em casa, era pra tu estar comigo agora e essa porra tá me atordoando. Quero saber de você se tem alguma chance da gente tentar se acertar, sei lá.

Nossas mãos involuntariamente estavam quase se encostando sob a mesa. A verdade é que se eu tivesse coragem, me entregaria pra ele no exato momento que ele abriu a boca. Enquanto ele me olhava ansioso por uma resposta, meu cérebro imaginava mil fins possíveis pra duas respostas viáveis, e em nenhum eu conseguia pensar rápido com racionalidade.

Quando eu me inclinei pra dar uma resposta, a voz de Bruno ecoou no meu ouvido. Tirando a nossa atenção um do outro com um susto.

— Olha quem chegou! — ele disse abraçando Guilherme de lado.

Forcei um sorriso no rosto. Guilherme levou o olhar até onde nossos dedos quase se tocavam, tirei rápido tentando disfarçar, mas era óbvio que não adiantou de nada, ainda mais pela cara dele que não estava muito boa.

— Oi, você nem me avisou que viria. — me levantei pra dar um selinho nele.

Olhei Pedro de rabo de olho que engoliu a seco.

— Essa é a parte da surpresa! — sorriu fraco.

— Aconteceu alguma coisa no trabalho? — perguntei tentando eliminar a imagem que ele tinha visto segundos antes.

— Não, só terminei cedo pra vir pra cá. — disse.

Eu assenti.

— Luan tá onde? Vou lá nele. — Pedro disse se levantando.

— Bora lá! — Bruno disse.

Não queria ficar sozinha nesse momento com Guilherme, ele não era muito de ficar calado, o que era bom, mas com a confusão que tava na minha cabeça, não queria ter que responder inúmeras perguntas que com certeza ele faria.

Na realidade, eu nem sabia o que eu ia responder pro Pedro. Ia começar a falar, mas sem dúvida alguma iria ser uma resposta impulsiva.

— O que que estava acontecendo aqui, Maria Luiza? — perguntou sério.

— Nada amor, estávamos só conversando.

— Aham, então toda vez que eu conversar com alguém vou ficar tocando nela. Faz todo sentido. — balançou a cabeça negativamente — Inclusive na minha ex namorada.

— Guilherme, não era nada. Eu nem percebi que estava tocando na mão dele, que bobeira cara!

— Tem certeza? — assenti — Mesmo? — assenti de novo com mais convicção.

— Fica tranquilo, ele é só passado. — fiz carinho na bochecha dele.

— Rum. — murmurou me puxando pra um beijo.

PEDRO

Maria Luiza não tinha respondido, mas mesmo assim eu tomei como resposta um não. Não acho que a resposta seria diferente, e como de longe ela e Guilherme pareciam estar de boa, deduzi que a resposta seria negativa.

— Não gostou muito que Guilherme veio, né!? — Mariana riu pra mim.

— Tá doida, tô nem aí! — menti dando um gole na breja.

— A mim você não engana, bebê. Te conheço a anos! — mandou um beijo pra mim.

— É foda! — suspirei — Mas foda-se, bora escaralhar numa vodka?

— Sim, tô precisando. Por minha conta! — ela disse avançando na minha frente.

— Vou junto! — Luan disse intrometido.

Soltei uma risada e me preparei pra ficar porrado. Tinha tomado essa decisão de falar com Malu na cara e na coragem, pra no final dar nesse vácuo enorme por causa desse moleque. Foda.

Coincidências 2Onde histórias criam vida. Descubra agora