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PEDRO

Dois dias se passaram após termos chegado de Saquarema e cá estávamos em Búzios pra comemorar nosso ano novo.

Tava feliz pra caralho que estava geral reunido, sem exceção de ninguém, mas ao mesmo tempo meu coração se apertava ao lembrar que João e Mari estariam indo pra Europa daqui uns dias.

— Mãe, tem certeza que eu não posso dormir na sala? — Mike disse batendo na porta do nosso quarto.

Eu e Malu estávamos tirando as roupas da mala pra por na cômoda, facilitava demais quando se tem criança.

— Dormir na sala pra que se você tem um quarto ótimo pra dormir!? Só por quê vai ser com os gêmeos? — Malu se virou com ele cruzando os braços.

— Eles fazem muita bagunça, cara. Vocês sabem que eu gosto de ficar no meu celular em paz. — ele retrucou.

— Não Mike, fica lá que tá ótimo. Ainda sou legal contigo que depois de você ter aprontado na escola ainda te disse que ia levar em CF pra você ver Giovana. — disse olhando pra ele.

Ele assentiu sem questionar e foi embora pro quarto. Quando eu metia Giovana no meio da frase, era o suficiente pra ele parar de me encher.

Mike quando criança era o menino mais compreensível do mundo, muito fofo, mas agora... ficou um mero de um, como Malu diz, aborrecente.

— Que história é essa? — Malu sentou na cama dobrando umas blusas da Luma.

— O que? — me fiz. Já sabia que vinha a ciumenta.

— Você indo levar Mike na Giovana em Cabo Frio! — ela disse sem enrolar muito. — A Madalena vai estar lá?

— Pensei que você já estava acostumada com essa nossa "convivência" com ela por causa deles. — fiz aspas com a mão.

— Desculpa se não consigo me acostumar com meu marido se encontrando com a ex namorada. — ela disse terminando de colocar as roupas no armário e fechando a mala vazia.

— Ciumenta!? — olhei pra ela rindo que cruzou os braços.

— Não começa. — fez cara de brava.

Larguei minha mala e fui em direção dela. Puxei ela pela cintura e a única coisa que eu conseguia olhar era aquela boca deliciosa que mordia os lábios olhando pra mim.

Levei minha mão até seu pescoço fingindo a enforcar trazendo seu rosto pra mais perto ainda do meu. Ela selou meus lábios e pediu passagem com a língua, mas eu neguei apertando a boca. Ela odiava quando eu fazia isso.

Ela ficou me olhando brava e eu rindo com a boca fechada.

— Vai ficar de palhaçada? — falou puta.

— Vai ficar de palhaçada? — a imitei fazendo careta. Ela aproveitou que eu abri a boca e me beijou na força.

Quis gargalhar da cena, mas o beijo era tão bom que era quase impossível largar dela.

— Que nojoooooo! — alguma abençoada de uma criança gritou da porta e nós nos afastamos vendo Amanda e Analu.

— Que nojo o que, mocinhas? — Malu colocou a mão na cintura.

— Vocês são nojentos. — Amanda fez careta.

— Você colocou a língua dentro da boca dele, iuuuu. — Analu estava real enojada.

Eu caí na gargalhada e Malu ficou perplexa olhando pra elas.

— Quatro anos na cara achando que é gente. — ela negou com a cabeça rindo.

Coincidências 2Onde histórias criam vida. Descubra agora