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SARAH

Minhas amigas estavam super bêbadas com as outras meninas e eu só tentando me divertir mesmo não sendo de fato o que estava acontecendo.

Eu não estava muito bem ultimamente. Eu e Bruno não estávamos nas mil maravilhas e se não fosse por Mariana e João contando sobre a mudança deles no natal, nós teríamos deixando todo mundo a par da nossa situação.

A real era que há um ano atrás eu e Bruno já não estávamos mais nos dando bem como antes. Sempre brigávamos pelos mesmos motivos de antes do acidente, coisas que eu não fazia questão de tentar entender o lado dele porque simplesmente eu não concordava.

Sempre batia na mesma tecla de que Sophia estava sempre na casa do pai e não com a gente, mas eu vou fazer o que se o pai dela a ama, é presente e é o PAI dela, tipo ???? Eu cansei dessa ladainha de ciúme, o problema dele não era Sophia com o pai e sim eu com ele.

Levei uma amizade sincera com ptk, ele sempre me apoiou na minha gravidez, sempre esteve ao meu lado, prestou ajuda a mim quando Bruno sofreu o acidente, e eu não viraria as costas pra ele assim.

Meu telefone começou a tocar e no visor mostrava que era Sophia. Aproveitei que eu já estava desligado do assunto das meninas e sai pra atender.

— Ligação

— Oi filha, tá tudo bem? — atendi.
— Oi mãe, tudo bem. Eu queria saber se você já contou para os meus tios.
— Não contei ainda, filha. Eu e Bruno ainda estamos decidindo as coisas.
— Vocês se gostam mesmo?
— Sim, mas fazer o que se não damos mais certo.
— Eu também gosto de vocês. — ela disse com o tom de voz chateado.
— Vai ficar tudo bem, ok? O Bruno vai continuar sendo seu amigo e a gente vai continuar fazendo parte dessa família, seu irmão é filho dele, esqueceu?
— E a vovó Solange também é minha vovó.
— Sim, é sim. Fica tranquila, Sôphi. Tá tudo bem aí com seu pai e a noiva dele?
— Aham, como sempre felizes.
— Fico feliz por eles!
— Eu também. Mamãe, vou desligar, a pizza chegou, beijos.
— Beijos, te amo.
— Te amo também.

Desliguei o telefone e fiquei um tempo olhando pro nada tentando raciocinar tudo. Aquilo tudo me doía, esperei tanto tempo pra ficar junta de Bruno de novo, e depois dá tudo errado novamente.

Guardei meu celular na bolsa, respirei fundo e voltei pra onde estavam todos. Observei Bruno encostado num canto de uma parede acenando pra mim.

— O que foi? — perguntei chegando perto.

— Vem aqui perto de mim, agora eu mordo? — ele riu sem graça estendendo a mão.

Coloquei a minha mão na dele rindo sem graça e ele me puxou.

— Você tá bem? — perguntou.

— Tô meio sei lá, não contar pra eles me mata. — olhei pros nossos amigos.

— É, eu também. — fez bico. — Mas você sabe que independente de qualquer coisa seremos juntos pra sempre, tá? Não quero nada de afastamento, temos o mesmo ciclo, temos o nosso filho, e vamos continuar presentes um na vida do outro.

— Uhum, de qualquer forma não dá pra gente se livrar um do outro. — ri fraco.

— Não mesmo. — balançou a cabeça negativamente. — Eu ainda te amo, isso não dá pra negar. — ele disse acariciando minha bochecha.

Fechei os olhos curtindo o momento, mas ao mesmo tempo, tentando segurar as lágrimas que já marejavam nos meus olhos.

— Nunca quis te magoar, tanto que essa não foi uma decisão minha, tentei te dizer que eu ia mudar, mas se você prefere assim, eu tô com você.

Coincidências 2Onde histórias criam vida. Descubra agora