Elleonor Macallister é a definição de Garota Mimada. Tendo um dos donos dos maiores Cassinos de Las Vegas como seu pai, ela tem a vida perfeita. Ou talvez nem tanto, pois quando as amarras do seu pai ameaçam a sua liberdade, Elle sabe que precisa to...
UM pesadelo é exatamente o que estou vivendo. Estava ansiosa para fazer dezoito anos, para ir embora e agora vejo o que isso fez, dando liberdade legal a Jason para que me case com Oscar.
Esperei tempo demais. Dei a ele tempo demais para planejar isso. Porque sim, houve um planejamento. Se não houvesse, não estaria agora olhando para um vestido branco ou essa casa não teria virado uma bagunça com as pessoas lá fora arrumando tudo para o que estão chamando de "o grande dia".
Macallister e Westlake são duas famílias que fizeram suas histórias em Las Vegas. Qualquer um já ouviu falar sobre ambos e sobre seus conflitos. Então esse casamento pode ser considerado histórico para a cidade.
Estava tão atormentada que não disse nada a Jason quando ele contou que estava me despachando. Apenas fiquei parada, olhando para minhas malas que fiz enquanto sorria, achando que logo estaria colocando-as em algum avião para Boston.
Não sei o que fazer. É patético, porque até horas atrás eu sabia que iria para Boston, que Damon e eu ficaríamos juntos e Beverly não deixaria de ser minha amiga e que sempre contaria com o apoio do meu tio. Tudo isso se tornou nada.
Queria dizer que lutei quando me arrastaram para outro quarto. Ou berrei com o segurança que trancou a porta. Ou até mesmo que quebrei tudo e tive um colapso nervoso. Mas não. Nada aconteceu, nem mesmo desmaiei por causa do pânico. Isso não significa que estou feliz. Longe disso. Tem apenas um silêncio na minha mente. Um silêncio ensurdecedor.
— Senhorita? — a voz de Magda interrompe meus pensamentos. Permaneço em pé, olhando para o vestido branco. Não é feio, na verdade. É simples, longo e de seda.
Abro e fecho minhas mãos ao lado do corpo, como estou fazendo desde a hora que me trouxeram para cá. Magda, ciente que não vai receber nenhuma resposta minha, entra no quarto.
— Vou preparar seu banho. Seu noivo está lá embaixo — Magda vai para o banheiro, mas continua falando. — Ele parece ansioso em vê-la.
Não digo a ela que ele provavelmente está ansioso em me ver desabar.
— O sr Macallister também. Ele está bem contente. É difícil acreditar que ele e Samuel Westlake agora farão parte da mesma família.
Família. Até parece. Quase digo a ela que isso não se passa de um acordo estúpido, uma aposta estúpida de jovens inconsequentes que mesmo depois de velhos, encaram isso como diversão.
— Só acho isso tudo meio apressado. A senhorita acaba de fazer 18 anos e se formar na escola e de repente já vai casar?! — Magda aparece e me dá um olhar estranho. — Deve estar apenas ansiosa para ficar com ele, não é? Eu vi como ele é bonitão! Se fosse a senhorita também ia querer logo me casar.
Não sorrio de volta. Não sei se poderei fazer isso de novo se me casar com Oscar. Ele é bonito? Sim, mas é um escroto e isso tira toda a sua beleza.
— Quer que eu a ajude com as roupas? — Magda começa a se aproximar, mas dou um passo para trás.
— Quero que saia, por favor. Preciso ficar sozinha. — minha voz sai incrivelmente firme, não demonstrando o nó que tenho na garganta ou o nojo por suas palavras.
— Ah, tudo bem. — ela fica um pouco desapontada, mas sai e eu caio no chão logo depois.
Encaro o teto à procura de respostas. Tem que haver respostas para tudo isso, não posso acreditar que o destino quer mesmo me juntar a um homem que me vê como objeto, enquanto o que eu amo de verdade...
Damon... Deus, nem pensei no que ele estaria achando de tudo isso... O que será que fizeram com ele? Ele também está aí?
Fecho os olhos e suspiro. Eu vou dar um jeito nisso. Não me casarei com Oscar, nem que para isso eu precise matá-lo.
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Fingi uma indigestão. Fiquei surpresa por Jason não me obrigar a ir jantar como estava querendo me obrigar a me casar. Depois de amanhã, se eu não fizer nada, estarei nas garras de Oscar e eu não deixarei isso acontecer.
Passei a noite toda na janela, olhando para fora e esperando ver meu tio e quando aconteceu, eu acenei furiosamente para ele e para minha sorte e alívio, ele viu.
Esperei no quarto, ansiosa. Essa situação fica cada vez mais patética. Às vezes chego a pensar que talvez eu esteja presa dentro de um daqueles livros de fantasia. Faria todo sentido, aliás...
Em um reino muito, muito distante, uma princesa vive presa em seu castelo. Seu pai, o rei, é muito severo e protetor e diz fazer tudo para segurança da filha e única herdeira do trono.
Um certo dia, um incidente acontece e a princesa, sem saber, conhece um príncipe, filho de um rei, inimigo mortal de seu pai. Ambos vão se apaixonando com o tempo, até que a princesa descobre que estava prometida a outro, ao primeiro filho do rei e inimigo de seu pai, herdeiro do trono e irmão daquele que ela se apaixonou.
Com seu futuro já traçado pelos dois e aquele príncipe a quem é prometida, a princesa não vê outro modo de contornar essa união, a não ser fugir, que é exatamente o que ela planeja fazer com o príncipe por quem se apaixonou.
Ambos já estão com tudo planejado, ansiosos e apaixonados, não veem a hora de deixar tudo para trás, até que na última hora, o destino lhes prega uma peça e ambos ficam de mãos atadas quando um imprevisto acontece e eles se vêem mais uma vez presos a isso...
Um batida na porta me assusta e eu me sobressalto, mas fico aliviada quando vejo meu tio entrando. Rapidamente corro para ele, abraçando-o. Lembro-me de ter sido grosseira com ele meses atrás, eu não podia saber que ele se tornaria tão importante para mim.
— Eu sinto muito, querida. — Robert diz enquanto me abraça também.
— Ele sabe que está aqui? — falo, me afastando. Meu tio nega e suspiro aliviada, caminhando pelo quarto. — Não posso me casar.
— Não vou deixar isso acontecer, não se preocupe. Iremos fazer alguma coisa. — meu tio me garante e eu acredito nele, mas andei pensando em umas coisas...
— Eu planejava fugir na calada da noite, mas se ele quer tornar isso público, então talvez eu devesse fazer uma saída triunfante. — dou um sorriso diabólico e meu tio arqueia a sobrancelha.
— O que está planejando, minha querida sobrinha?
— Que talvez eu devesse ser tão ruim quanto o meu sobrenome.
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Capítulo pequeno para não perder o hábito ksksksks.
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