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— VOCÊ continua maravilhosa. — diz Oscar, depois de beijar minha mão. Fico corada na hora.

— Você continua sendo o mesmo galanteador de sempre. — digo.

Oscar é mais alto que eu e dois anos mais velhos e isso é intimidador. Ele tem um anel com a letra ‘W’ no dedo mindinho, como o pai. Talvez eu esteja olhando para o próximo dono do Casino Real.

— Algumas coisas não mudam — Oscar deixa a taça de champanhe de lado e pega duas taças de gin da bandeja do garçom mais próximo. Ele me dá um. — A você que sempre me surpreende com sua beleza.

Tento não revirar os olhos quando brindamos.

— Cadê o rabugento do Jey? Ele deixou você sozinha com tantos urubus a solta? — diversão brilha nos seus olhos verdes e por um segundo uma pessoa que não desejo pensar toma conta dos meus pensamentos. Eu o afasto no mesmo instante.

— Deve estar brigando com Sam sobre aquela história da piscina de novo. — reviro os olhos ignorando que ele ache que eu preciso de proteção também.

— Venha, vamos conversar lá em cima. Esse salão é só para os velhos. — deixo ele tomar minha cintura e me guiar para o andar de cima, onde, realmente, tem pessoas da nossa idade ou alguns poucos anos mais velhos.

Alguns estão jogados nos vários sofás espalhados pela sala, do outro lado, noto a porta dupla aberta onde alguns garotos jogam sinuca. Todos despreocupados com a vida.

Oscar continua andando, sorrindo para alguns, até chegarmos à sacada, quando me desvencilho do seu toque e me aproximo do muro. O jardim está iluminado com luzes coloridas, fazendo as rosas brancas parecem de todas as cores.

— Então, o que tem feito? — ele pergunta ao se aproximar. Deixo o gin no muro, desejando estar com meu casaco de pele que entreguei ao mordomo.

— Estudo a maior parte do tempo. Eu não convenci meu pai a ter aulas particulares, sabe. — dou de ombros. Ele ri com escárnio.

— As escolas são chatas. O que posso fazer se meu pai pode pagar aulas particulares? — ele passa a mão pelo cabelo loiro. Um gesto familiar...

— E agora? — pergunto, recusando-me a deixá-lo tomar meus pensamentos.

— Agora? Agora vamos nos divertir. Você e eu. — ele pisca para mim e desce seus olhos para o meu corpo. Afasto o desconforto de tê-lo olhando-me assim e dou risada.

— Não era desse agora que eu estava falando, Oscar. — pego meu gin novamente. Hoje vou precisar de muito mais que uma taça se as coisas continuarem assim...

— Mas é esse que importa para mim — ele dá um passo para frente, diminuindo o espaço entre nós. Minha respiração acelera de leve e me obrigo a sorrir — Estava pensando que podíamos matar a saudade. — Oscar se inclina para me beijar e sinto o pânico tomar conta de mim. Cerro o punho livre para parar o tremor em minha mão, enquanto seguro o gin com a outra, tão forte que se eu olhar sei que os nós dos meus dedos estarão brancos.

Só um beijo... Apenas um...

— Isso são modos, irmão? — dou um pulo para trás com o susto de sermos pegos no flagra.

Gᴀʀᴏᴛᴀ Mɪᴍᴀᴅᴀ-Lᴀs Vᴇɢᴀs||Vᴏʟ1 Dᴀ Tʀɪʟᴏɢɪᴀ Gᴀʀᴏᴛᴀ MɪᴍᴀᴅᴀOnde histórias criam vida. Descubra agora