Mandaram Sophie para Denver. Foi tudo o que Éden disse quando viu a tia chegar, Lídia teve que juntar todo o autocontrole que ainda poderia ter para não arrancar o rosto de sua mãe com as unhas. Ela foi falar com Oni, furiosa com ele por ter deixado isso acontecer. Seu irmão disse que se eles não concordassem, poderiam oferecer um dos filhos para ir no lugar de Sophie.
Depois, disse que Tyr foi com ela, os dois estão em Marillion a caminho da Floresta de Cecília. Isso aliviou um pouco o coração de Lídia, seu irmão não deixaria nada acontecer com a sobrinha.
"Sophie está em boas mãos."
Foi o que ela pensou antes de ouvir sobre a perseguição na capital de Denver, Sophie virou as coisas de cabeça para baixo por lá. Os denverianos entraram em pânico. Lídia acompanhou enquanto via a filha correr e ouvia seu irmão a orientando pelas rotas mais seguras. Seu coração queria sair pela garganta a cada esquina que a filha virava.
Se fosse por Lídia, Sophie ainda estaria no Campo, segura e bem. Por três anos, Miriam cumpriu sua promessa, ao que pareceu. Mesmo assim, Magnólia tinha os malditos aliados que ajudaram ela a se esgueirar pela ilha e pegar a neta.
Agora, ela tem Sophie e Lídia nas mãos.
Ao contrário do que Lídia imaginou e temeu desde que viu a filha pela primeira vez, Magnólia amou Sophie como diz amar Tyr. Até lhe confidenciou truques para manipular o metal que nunca contou aos outros filhos.
"Oh, Lídia." A velha disse. " Ela será a filha que você e sua irmã por pouco não foram."
Magnólia rasgava seda pela neta, dizia que ela tinha combustível, o maldito combustível. O "combustível" é a raiva que a mãe de Lídia diz que os faz alcançar coisas inimagináveis. Um momento de raiva e impotência que nos deixa mais motivados a agir depois, sem compaixão ou arrependimento.
Todos os Zander tinham isso. Tyr e Onúris tiveram durante a Guerra do Alvorecer, Lídia e Héstia tiveram quando o pai deles morreu, e Sophie tem um agora. Lídia tinha que descobrir a origem do combustível da filha porque é o que Magnólia usa para manipulá-la, mas Lídia não conseguia imaginar o que era. "Abandono? Está com raiva de mim por ter a deixado sozinha por todo esse tempo? Não, se fosse, não teria se juntado a avó de tão boa vontade." Lídia pensava todas as noites. "Ela tinha quatorze anos quando fui forçada a ir embora. Pode ser tanta coisa."
Lídia queria tanto falar com a filha, mas não seria fácil. Magnólia não sai de perto de Sophie e qualquer coisa que Lídia possa dizer será usado contra ela minutos depois. Isso piorou as coisas, Sophie ficou ainda com mais raiva da mãe por achar que ela está a ignorando.
Depois do treino da tarde das crianças, Lídia foi encontrar sua mãe que, para a sorte dela, estava falando com Tyr.
- Ela entrou na floresta, o comunicador está intacto, mas o sinal fica cada vez mais fraco.- Tyr diz na tela, Lídia podia ver a coleira do irmão deslizando de um ombro para o outro.- Ainda está com o Fowller e ele ainda está fazendo o serviço para nós.
- Ótimo, querido. - Magnólia diz sentada na cadeira estofada de couro preto, seus dedos não estavam com as garras habituais, mas ainda tinha anéis de prata.- Mas eu não confio em deixar a Sophie sozinha naquele terreno, acompanhe-a.
- Você vai mandar o Tyr e a Sophie para aquele lugar infernal?- Lídia pergunta atrás da mãe, Magnólia se vira e ergue as sobrancelhas para a filha como se fosse nada.
- Oh, Lídia.- Ela cumprimenta com um sorriso gracioso.- Não te vi chegar, querida. Como foi com senhor Oswald?
- Ele gritou bastante.- Lídia responde fechando os olhos, tentando impedir que a imagem surja em sua cabeça.
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Coroas de Aço
General FictionUma família que pretende tomar um trono, um rei morto e uma imperatriz furiosa. Essas são coisas que Sophie nunca imaginou ter que aguentar, mas com o desaparecimento de sua mãe, ela vai ter uma grande participação em alguns desses eventos.