A Floresta de Cecília, que tem vários nomes, mas Sophie escolheu esse, tem tantas histórias sobre sua origem que ninguém sabe qual pode ser a verdadeira. Todas parecem pura mentira.
Uma conta que o Oeste não passava de um deserto até que um viajante plantou uma semente no centro do deserto e as árvores cresceram imediatamente, dando vida a tudo ao seu redor, até Escarion. Outra diz que a Floresta ganhou sua reputação depois que o sangue de uma donzela foi derramado sobre um Salgueiro, o da bandeira de Denver. Agora a alma dela circula por aquela área, matando os caçadores e lenhadores que colocavam os pés ali.
Uma diz que a Floresta não passa de um animal gigante adormecido e que pode ser despertado apenas pelo rei de Denver, é uma história bem assustadora para Sophie pensar que está andando nas costas de um animal.
São muitas histórias que não justificam a visão que Sophie teve assim que chegou lá. Não tinha trilhas de caminhada e os animais que viviam ali não existiam em nenhum outro lugar, aves gigantes e de cores extravagantes, répteis coloridos e quadrúpedes que chegavam ao tamanho de uma mansão.
As árvores chegavam aos 20 metros de altura e as folhas e galhos escondiam Sophie do sol, ela era a penúltima da fila. A primeira pessoa era Michael, a segunda era Leonard, a terceira era Sophie e por último, Hank. Ele olhava para trás toda hora, temendo que alguém apareça.
Sophie estava gostando dessa caminhada, aproveitou muitos passeios silenciosos assim no Campo, era tranquilizador apenas andar e deixar seus pensamentos tomarem conta. Mas ela já devia ter aprendido que sua vida nunca é tranquila por muito tempo. Leonard e Michael param na frente de um riacho e olham para a dupla, Michael mostrava seu sorriso largo que o irmão odiava.
- Vocês vão sozinhos a partir daqui.- Michael anuncia gesticulando para o rio como se mostrasse um quarto para Sophie dormir. - Atravessem e saberão para onde ir.
- Está brincando comigo?- Sophie pergunta zombando, pensando que aquilo era uma piada de muito mal gosto.
- Não podemos passar daqui, ordens da madrinha do rei.- Leonard diz como se pedisse desculpa. - E as pessoas no Wildknight sempre notam nosso sumiço e passam horas nos interrogando. É bem chato.
Sophie queria empurrar aqueles dois no rio e afogá-los, eles não poderiam achar que ela conseguiria andar tranquilamente na floresta e chutar um lobo atrevido que tenta roubar seus doces como em qualquer conto de fadas. Tio Tyr não deu mais sinal de vida depois da última chamada, Sophie estava com muito medo de continuar, mas precisava. Pelo seu plano de fuga, a primeira meta na vida que ela tem em anos. Sophie precisava do segredo daquele maldito reino para ser livre.
- Como vocês esperam que eu saiba para onde ir?- Ela pergunta olhando de um homem árvore para outro.
- Atravessando o rio, nadando. - Leonard diz apontando para a água.
- A água é a única livre para circular por cada centímetro dessa floresta, ela sabe para onde você deve ir.- Michael diz.
- Traduz. - Hank diz irritado, como sempre. Ele agora estava fedendo a repelente.
- Essa água é como o resto da Floresta, vocês não entendem. - Michael diz com um sorriso orgulhoso e convencido, segurando Sophie pelo ombro e pelo pulso e a arremessando na água.
Primeiro, veio o desespero. Sophie pensou que fosse morrer afogada e o rio levaria seu corpo, mas percebeu que o rio era raso e conseguiu ficar de pé. A água batia no seu queixo e quase entrava em sua boca, Sophie sente o metal dificultando o nado e o manipula para virar uma bala gigante. Ela o abraça e o faz ir para o outro lado. Quando chega, apoia as mãos na lama, recuperando o fôlego por causa do susto.
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Coroas de Aço
General FictionUma família que pretende tomar um trono, um rei morto e uma imperatriz furiosa. Essas são coisas que Sophie nunca imaginou ter que aguentar, mas com o desaparecimento de sua mãe, ela vai ter uma grande participação em alguns desses eventos.