◇ Beethoven ◇

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Anne.

Natal, minha época preferida do ano, mentira, nem Judas mentiu tanto assim, a melhor parte é a comida, tirando a parte dos filhos da puta que colocam uva-passa no arroz ou em qualquer coisa, se pá tem uva-passa até no seu cu. Ninguém gosta dessa merda, porra.

O Natal é basicamente, comprar roupa para ficar sentado no sofá da sala até dar meia-noite e geral comer, o Natal é o nascimento do menino Jesus, essa parte é legal, mas eu fico vendo uns pirralhos que choram e fazem birra para os pais comprarem brinquedos caros e o caralho a, quatro, para no final a criança não gostar. Bem feito, quem mandou mimar a criança.

Desabafo de Natal :)

Fomos ao mercado comprar os ingredientes para prepararmos as comidas na casa da dona Maria. Tem sempre uma tradição em todas as famílias, que existe um parente que nós fazemos todas as festas, são João, aniversário, páscoa, natal e réveillon.

Perai, réveillon não, esse parte a gente sai com os amigos pra encher a cara e começar o ano com uma ressaca do inferno.

E normalmente é sempre na casa dos avôs, tradição. Ficamos o dia todo arrumando as coisas e o Gilbert tava um pouco tenso perto da vovó, ele tava com medo do que ela ia falar, mas eu pedi pra ele relaxar porquê no máximo que ela ia fazer é bater nele, mas tá tudo tranquilo. 

Gilbert.

Ok, eu tô surtando, essa veia vai me massacrar, eu também não sei porque eu tô surtando, a Anne me falou da dona Maria e eu tava tranquilo, mas do nada me bateu um desespero. Ela parecia uma mulher muito experiente, doce, engraçada e super carinhosa.

-Dona Maria. -Chamo sua atenção depois de todo mundo termina os preparativos para o Natal.

-Oi Gilbert, sente-se. -Ela fala indo até a varanda. -O quer comigo?

-Vou pedir a Anne em casamento. -Falo de uma vez. -Tipo, eu amo muito ela e to planejando isso a um tempo, mas o momento não é agora.

-E quando vai ser o momento? -Ela coloca um sorriso. 

-Cada coisa tem seu tempo e a presa às vezes é um perigo. 

-E às vezes a lerdeza é o perigo. -Ela leva seus olhos até o jardim que tinha em sua casa.

-Obrigado por falar da parte que me toca. -Solto uma risada. 

-Como vai você? 

-Bem. -Respondo simples, mas com sinceridade.

-E como era você? 

-Era frio, me escondia na minha própria escuridão e deixava a bebida, o álcool e minha depressão me consumirem. -Meu coração aperta. -É como se a vida escondesse o que a de bom e eu não com conseguisse achar no meio da minha escuridão e dor.

-Às vezes a vida esconde presentes nos lugares mais sombrios. -Ela lança um sorriso e o conforto me consumiu.

-Estou pensando em pedir a Anne em casamento, o que acha? -Fiquei receoso ao perguntar aquilo.

-Eu não tenho que acha nada, vocês combinam e se tem certeza que ela é a mulher certa, vá em frente. 

Ela é a pessoa certa.

Anne.

Nossa ceia de Natal tava acontecendo da forma mais leve e descontraída possível, me imaginar sentada numa mesa com todos que eu amo ali me trazia um alívio e paz tão grande. Após organizamos tudo no final da festa, todos foram para suas casas. Fiquei mais um pouco lá na minha vó com a Diana, moody e o Gilbert. Eles estavam na sala conversando sobre coisas nada importantes, fui até a mesma varanda que o Gilbert estava conversando com minha vó mais cedo e encontro ela bebendo um chá.

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