◇ Nervosinha ◇

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Anne.

Acordei ainda cansada da noite passada, tanto da quantidade de bebidas que tomei e do ato que eu e o Gilbert fizemos ontem. Foi bom, intenso e cheio de saudade, nossos corpos precisavam desse reencontro, eu precisava dele tanto quanto ele precisava de mim. Acordei e vi o moreno deitado em um sono profundo, ele tava tão cansado quanto eu.

Me levantei e fui ao banheiro, escovei os dentes, lavei o rosto, amarrei o cabelo e fiz minhas necessidades. Fui a cozinha preparar café e uma torrada, ainda tava morta de cansada mas também com fome. Era mais ou menos 11 horas da manhã e não tava nenhum pouco preocupada com o almoço, fui até o quarto com o café na minha mão e encontro Gilbert acordado apenas com os olhos fora do cobertor.

  -Bom dia chato. -Dou um sorriso encostada no batente da porta.
  -Bom dia. -Ele diz com a voz rouca. -Que horas são?
  -11 horas. -Tomo meu café. -Problemas aí em baixo? -Aponto para o lençol que ainda combria seu corpo.
  -Digamos que sim. -Ele responde e eu começo a rir. -Ta rindo porque não é com você.
  -Exatamente. Resolve isso logo. -Saiu do quarto e vou pra varanda deitar na rede.

Me sentir bem parecia algo tão novo pra mim, estranho

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Me sentir bem parecia algo tão novo pra mim, estranho. Tudo dando certo parecia algo impossível pra Anne de cinco anos atrás, ou até meses atrás. Eu pensava muito no que poderia ter acontecido se eu não tivesse encontrado o Gilbert naquela sacada do prédio, o que o universo prepararia pra mim, pra ele, pra nós. Me lembro como se fosse hoje, eu andando no meio daquele prédio procurando desesperadamente um canto pra me drogar, um canto que eu pudesse ter o silêncio e deixar meus pensamentos torturantes de todos os dias me comerem viva.

Se eu encontrasse com a Anne de antigamente e contasse tudo que eu estou passando e da minha luta diária contra a droga, ela não acreditaria. Sem  dúvidas ela iria rir e falar que eu tava drogada igual a ela.

  -Vida. -A voz masculina me chama, me tirando dos meus pensamentos.
  -Não vive sem mim né? -Olho ele se sentando na poltrona.
  -Nossa, como adivinhou? -Ele rir e eu jogo um travesseiro que tinha na minha perna do seu rosto. -Parece distante, quer me contar como se sente?
   -A Anne do passado acharia graça se eu contasse como tô agora.
   -E como você tá?
   -Melhor que antes eu diria, bem melhor.
   -Tenho tanto orgulho de você. -Ele sorri e eu apenas fecho os olhos rebendo o amor daquelas palavras.
  -E você, como se sente?
  -Muito bem. Principalmente agora que tô com você. -Ele vai até a cozinha pegar a água. -Você também tá cansada ou é só eu? -Ele volta a se sentar na poltrona.
  -Que tipo de cansaço você ta falando? -Junto as sobrancelha e tomo o café.
  -KKKK da ressaca.
  -Ata, bebe café que passa.
  -Quer falar sobre ontem a noite? -Ele me olha curioso.
  -O que exatamente você quer falar? -Solto um sorriso.
  -De como você é ousada e extremamente gostosa. -Ele se aproxima. -Ontem foi...
  -Estranho. -Falo antes que ele termine.
  -Eu ia dizer perfeito. -Ele me dá um beijo. -Você me faz bem.
  -Digo o mesmo. -Ele se deita comigo na rede.
  -Preciso confessar que ver você se masturbando ontem me deixou excitado pra caralho. -Ele beija meu pescoço.
  -Gilbert. -Repreendo ele e meu rosto fica rosado. -To cansada, você devia fazer isso pra mim. -Ele rir e coloca a mão na minha cintura e vai descendo a mão mas eu seguro ela. -Não ouse deixar o serviço pela metade.
  -Sim senhora.

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