Capitulo 12 - Miguel.

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Capítulo 12 - Miguel.

- A gente faz qualquer coisa quando se está desesperada né? - minto e viro o rosto pra parecer que estou triste a beira de chorar.

Viro o rosto novamente para ver sua reação mas não encontro nenhuma, ele continua sério.

- Isso não responde bem a minha pergunta, mas tudo bem. - ele fala.
- Não sei bem o motivo mas sei que você quer entrar lá, então por favor só me responda que você não é o gênio através do crime e que quer entrar pra pegar alguma prova que te denuncie.- ele fala sereno e calmo.

Engraçado, porque ele revelaria sua suspeitas e confiaria tanto em uma estranha?

- Você vai me ajudar? - falo com um tom de esperança.

Espero que caia nesse teatrinho, mas ele não parece ser tão bobo e fácil de manipular assim.

- Eu poderia, mas oque eu ganho em troca? Matar minha curiosidade ou ganhar pontos com uma moça estranha não faria sentido ou tão significativo pra mim.- ele fala curto e reto.

Não, ele não vai cair.

Reviro os olhos e me levanto enquanto seco as lágrimas falsas do meu rosto.
Ele esconde um sorriso travesso em seus lábios como se alcançasse o que queria.

Manipulador, já saquei a sua principezinho.

- Eu sou tão bonito que sua tristeza foi até embora? - ele fala irônico.

- Haha. - faço risadas debochadas. - Você é bem convencido, mas então, oque você quer em troca?- pergunto seria me aproximando.

Ele sorri.

- Não acho que você tenha algo que me interesse tanto, a pergunta é: oque você tem a oferecer?- ele fala se aproximando também.

Isso só confirmou minhas suspeitas: Ele é rico.
Mas oque faz aqui? Esse bairro está longe de ser nobre.

Suspiro.

- Muito bem, não tenho muitos recursos agora e pelo que vejo, dinheiro você já tem.- falo e ele sorri orgulhoso de si.

Como ele pode se orgulhar disso?

- Sou jovem mas já sou um cara de negócios, me passa seu numero de telefone.- ele fala e eu rio.

- Que cantada mais barata. - falo não resistindo a piada.

Ele esconde uma risada e desvia o olhar.
Interessante.

Mas eu não tenho um celular e se eu revelar isso é que eu vou perder todo o jogo e proposta.
Ele não parece do tipo que se interessa por padrões baixos.

Dou uma olhada em mim, fala sério.
Logo hoje tenho que usar minhas não tão melhores roupas? Mas como eu iria saber que estaria em uma situações dessas?

Olho pro mesmo e parece estar ficando impaciente, terei que agir logo.

- Tudo bem. Não vou tentar ser algo que você já parece perceber que não sou, então, não tenho um celular, vai ter que ser de outro modo.- falo seria.

Ele debocha dando risadas de mim.

- Ok, sem problemas, tem outros jeitos, como..- ele fala e para fazendo cara de pensativo.

Ele tá zuando comigo?

- Eu não sou idiota tá bom? Foi bom te conhecer garota estranha.- ele fala e se vira pra sair mas eu pego o mesmo pelo braço o impedindo.

Ele se vira e suspira um pouco estressado.

- Você não entende, eu preciso de entrar lá e não vai ter jeito, terá que confiar em mim, assim como eu preciso de você agora.- falo firme.

Ele lança um olhar curioso.

Tiro do meu bolso um papel dobrado onde se encontra o endereço do Parque perto do orfanato.

Ainda bem que sempre levo isso nesse bolso comigo por precaução de algo assim acontecer, algo extremo.

- Quando precisar de mim e pode apostar que vai, dirija-se até esse endereço e entregue a mensagem a um velhinho que fica alimentando os pombos, vai por mim, quando fizer isso, eu já vou saber e teremos contato.- falo.

Ele ri novamente debochando de mim.

- Isso é sério? Tipo, sério mesmo??- ele fala ainda rindo.

Continuo seria.
Ele se recompõe.

- Bom, mas saiba que estou fazendo isso porque não tenho nada a perder e sinceramente acho que não precisarei de você, mas por curiosidade e garantia vou obter esse papel comigo.- ele fala sério e estende a sua mão.

- Temos um acordo? - ele fala com a mão estendida.

- Ok, playboy misterioso, temos um acordo.- falo e aperto a mão do mesmo que sorri.

Eu rapidamente tiro a minha mão desfazendo o nosso aperto fazendo que o mesmo hesite.

- Como podemos fazer um acordo se não sabemos o nome um do outro?- falo incrédula.

Ele suspire relaxado e dá um sorriso travesso.

- Miguel.- ele estende a mão novamente para mim.

Hesito um pouco mas respondo o mesmo.

- Euros.- falo e aperto sua mão novamente dessa vez sorrindo satisfeita.

Desfazemos o aperto e ele faz um sinal para que caminhemos novamente para a cena do crime.

- Deve estar se perguntando como eu poderia fazer com que você entre lá certo?- ele fala.

Eu paro por um segundo e penso nisso.
Poxa e não é que eu nem pensei nisso??

- Sinceramente, é uma boa pergunta.- falo.

- Na verdade, vou deixar um suspense, então vamos?

- Como assim vamos? - falo incrédula.

-Eu não vou perder toda diversão. Limites Euros e lembre-se eu não sou idiota. Vem.- ele fala invicto de si e me puxa pela mão pra cena do crime.

Lá vamos nós novamente.

Ao chegarmos bem perto o policial de antes nos barra.

Qual é.

- Garota, você quer ser presa? - o policial fala firme e autoritário.

Miguel ao meu lado ri e passa pelo policial empurrando com o ombro o mesmo enquanto me puxa pela mão.

Ele é doido?

O policial segue a gente mas Miguel rapidamente começa a correr e me puxa junto fazendo com que eu seja obrigada a correr também.
Olho pra trás e o policial nos segue no mesmo ritmo acelerado.

Quando alçamos a casa que é cercada por fitas amarelas da polícia o Miguel para drasticamente fazendo com que eu bata em suas costas largas.

- Ai.- resmungo pela batida e o mesmo ignora.

O policial nós alcança e para a nossa frente.

- Já chega, vamos já para a delegacia e sem mimimi.- ele fala e tira suas algemas para nós prender.

Miguel na mesma hora pigarreia e tira do bolso da sua jaqueta de couro chique um cartão preto e mostra pro policial que abre a boca de espanto.

- Mi..Mil desculpas Senhor Vinom, eu sinto muito, pode passar.- o policial de repente muda a sua reação e puxa a fita amarela pra cima pra podermos passar.

Quando entramos na casa eu paro e viro pro Miguel.

- Oque raios você fez e porque ele ficou tão assustado??- falo curiosa.

Ele ri ironicamente com seu sorriso quase perfeito numa tonalidade branca.

Ele me mostra o mesmo cartão de antes  que contém uma escrita prateada no meio.

"Família Vinom"

Eu já ouvi esse nome em algum lugar!
Tento recordar de onde já ouvi esse nome e o gatilho funciona perfeitamente me fazendo lembrar.

Não pode ser.
É?

Continua...
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Eu sou uma HolmesOnde histórias criam vida. Descubra agora