Capitulo 07 - Sozinha.
(1 dia depois...)
Uma luz da janela do pequeno quarto em que estou faz com que eu não consiga mais dormir.
Mas quem consegue dormir em um chão úmido e frio?Eles se superaram, são piores do que pensei, eu preciso sair daqui e acabar com isso de uma vez por todas.
Acho que era isso em que ela quis dizer quando me disse que nenhum deles jamais ousou novamente em desobedecê-los.
Porque eles mantinham os "filhinhos desobedientes" nesse quarto pequeno sujo, úmido e frio.A vontade de chorar invade meu peito novamente, porque eu confiei em pessoas estranhas?
Sem que eu perceba já estou em soluços.A porta do pequeno quarto se abre dando uma iluminação a mais.
- É melhor você calar a boca e ficar quietinha, seu castigo seria muito pior, mas eu te poupei, seja um pouco grata!- a Senhora Smith fala enquanto segura meu queixo com suas unhas afiadas.
- Sua refeição.- ela fala e joga um pão ao meu lado que provavelmente está velho e duro pelo barulho que soou ao tocar ao chão.
Ela faz uma cara macabra dando um sorriso, tenho pesadelos à noite com isso.
- Agora, cadê o sorriso de gratidão?- ela fala me provocando minha ira.
É isso que ela exatamente quer, quer eu me revolte para que ela me castigue ainda mais, eu não sou boba.
Mesmo assim resisto e não sou o sorriso pedido.
- Ingrata.- ela fala se afastando pronta pra sair.
Não resisto e acabo falando:
- Aproveite a "mordomia" enquanto você ainda pode, tenho certeza que na prisão não será assim.- falo provocando-a e a mesma faz uma cara de brava.
Ela prepara sua mão levantando a mesma bem alto para me bater.
Acabo fechando os olhos por impulso.A dor automaticamente invade meu rosto, posso sentir que as unhas dela arranharam o mesmo.
Sinto um gosto de ferrugem surgir da minha boca.
Passo a mão no local da dor e sangue surge na mesma mão.Viro o rosto pra ela e a mesma sorri parecendo se divertir com a situação.
- Você não merece nem isso, tente refletir que cada ação dessa você terá uma consequência, isso se você conseguir ainda pensar com a fome.- ela fala e pega o pão duro que se encontrava em meu lado.
Ela se vira e sai pela porta vitoriosa cheia de si.
Sem muito oque fazer acabo chorando novamente, mas dessa vez com a mão na boca para garantir que os soluços não sejam tão auditáveis quando antes.
(...)
Adormeço.
⭐️
Acordo sonolenta mas mantenho os olhos fechados.
Não quero acordar, não quero.O sentimento de abandono invade meu peito novamente, sinto vontade de explodir.
Sinto estar em movimento, mas não estou em pé.
Estou?Arrisco abrir os olhos.
Estou numa maca em uma ambulância.Levanto rapidamente mas sinto uma dor terrível no meu ferimento de faca fazendo com que eu recue meus movimentos.
-Você acordou.- ouço uma voz conhecida ao meu lado.
Sherlock?
Olho para a direção da voz e vejo ele lá todo pleno, como sempre.
Ele não me analisa dessa vez, acho que já fez isso enquanto estava inconsciente.
O sentimento de tristeza juntamente com a solidão se transformam imediatamente em raiva, raiva por ter confiado neles e terem me abandonado no final.- Como você se sente?- ele pergunta curioso.
- Como eu me sinto? Você não faz ideia de como eu me sinto! Eu confiei em vocês dois e vocês fizeram algo imperdoável.- falo em um tom elevado.
O estresse e fome faça com que a minha dor e agonia sejam maiores, mas ignoro, tenho que tirar satisfações.
- Euros, se acalme, você não está em condições boas de discutir agora.- ele fala calmamente provocando mais a minha ira.
- Condições boas? Você quer mesmo falar disso? Me machucaram, fiquei sem comer e dormir direito há um dia praticamente é simplesmente você me resgate e fala isso?- falo e ele respira fundo.
- Me desculpe Euros.- ele fala resistindo tentando esconder sua cara tristonha.
O choro vem novamente e dessa vez não impeço ou melhor: desabo.
- Me prometa que nunca mais você me dará esperanças, isso é a pior coisa que pode se dar a alguém como eu.- falo em meio ao soluços.
Ele olha pra mim com um olhar de pena, não pensa muito e me abraça para me confortar.
Retribuo o gesto carinhoso enquanto choro em soluços em seu ombro.- Vai ficar tudo bem agora.- ele fala tentando me acalmar.
O silêncio se acomoda exceto pelo som da sirene da ambulância que dispara bem alto como se fosse um despertador para os meus ouvidos.
Não hesito em abraçar ele mais apertado na intenção de que se assim ele nunca mais vá embora e eu fique sozinha novamente.
Mesmo perdoando ele eu me decidi que:
A partir daquele momento,
Não devo e não vou depositar minhas esperanças em mais ninguém, será somente eu por mim.
Mesmo com essa certeza sinto um sentimento que dessa vez posso confiar totalmente no Sherlock e em Watson, como se eu já conhecesse eles e fôssemos uma só família: unidos, preparado para enfrentar juntos o que vir.Talvez no fim, ele esteja certo:
"Vai ficar tudo bem."
⭐️
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Eu sou uma Holmes
Phiêu lưu(Livro baseado na série "Sherlock" da BBC) (Escrito por uma fã, numa versão um pouco diferente, onde pode haver variações conforme o decorrer da história.) Nessa versão da história do famoso detetive Sherlock: Conta a história de Euros Wook uma garo...