Música = Juntin Timerlake - Mirrors
Patrick ajudou Alicia a entrar no carro. A barriga da loira estava enorme e a pequena Gabi poderia chegar a qualquer momento. O namorado e ele haviam preparado uma pequena festinha entre os funcionários antes da licença maternidade dela.
- Ligue para nós assim que qualquer novidade apareça.
- Você vai fazer tanta falta no estúdio - Douglas emendou.
- Até mais pessoal - ela responde com um sorriso no rosto.
Jonathan também se despede e com sua BMW se junta ao trânsito de São Paulo. Alicia está tão emotiva por ser seu último dia de trabalho que nem percebe o nervosismo do namorado. Depois de tudo o que aconteceu quatro meses atrás ele percebeu que não havia motivos para viver longe de Alicia.
Jonathan aproveita um semáforo e retira um lenço do porta malas. Alicia franze o cenho para ele. Ele pede para que ela confie nele e coloque como uma venda.
- Você sabe que não se deve assustar uma mulher grávida de nove meses, não é? - ele gargalha.
- Anotado. Agora coloca.
Alicia obedece e coloca a venda, sentindo o nervosismo crescer dentro de si. O que ele estaria planejando? Seria uma surpresa antes do nascimento da Gabi ou um presente adiantado de aniversário? Ela não sabia e odiava não saber das coisas.
Eles dirigiu pelo que pareceu uma eternidade. Alicia involuntariamente passou o caminho todo acariciando a barriga numa tentativa de dissipar o nervosismo. Então, o carro para e Alicia ouve Jonathan sair do veículo. Ele caminha até a porta do banco do carona e ajuda a mulher a sair, depois vai guiando-a para algum lugar.
- Chegamos, pode tirar a venda.
Alicia retira o lenço dos olhos e demora um pouco para se dar conta do que está acontecendo. Ela está em frente a uma casa linda e muito charmosa de dois andares. Jonathan abre a porta e ela se depara com pétalas de rosas espalhadas desde a entrada até o espaço vazio que provavelmente será uma sala de estar.
- O que significa isso? - ela pergunta entrando na casa.
- Significa que se você aceitar, esse pode ser o nosso lar.
- Como assim?
Ela termina de varrer o cômodo com os olhos e gira nos calcanhares para encarar Jonathan. Alicia trava ao ver o homem ajoelhado com um anel nas mãos. Ele não estava fazendo isso, não poderia estar fazendo isso. Alicia começa a chorar.
- Alicia Cardoso, você quer casar comigo?
Ela levou as mãos até o rosto, não acreditando que isso estava acontecendo. Ela nunca imaginou que se casaria de verdade, com véu e grinalda, não depois de tudo o que tinha sofrido no amor. E agora ali estava o homem que ela amava, ajoelhado, esperando uma resposta dela.
Quando foi abrir a boca para dizer sim, ela sentiu um liquido escorrer por suas pernas. Ambos olham na direção da poça de se formou em seus pés. A bolsa estourou e Gabriela estava a caminho.
- Ai meu Deus! O que fazemos? - Jonathan pergunta se levantando e colocando a caixa do anel no bolso.
- O enfermeiro aqui é você.
- É mesmo. Temos que ir para o hospital.
- Não me diga - ela responde antes de sentir uma pequena contração.
Jonathan ajuda Alicia a entrar no carro e acelera para o hospital. O trânsito de São Paulo não estava colaborando nenhum pouco naquele horário. Ele pediu para que ela começasse a cronometrar entre as contrações. Ela por sua vez foi tomada por um intenso mal humor e a cada contração parecia que aumentava.
Ao chegar no hospital, Alicia foi mandada para o quarto onde a enfermeira apareceu para conferir a dilatação dela. Três dedos. Jonathan aproveitou para ligar e avisar Leon. Ele disse já estava a caminho e brigou por Jonathan não ter ligado antes. Jonathan apenas revirou os olhos.
Quando Leon chegou Alicia já estava com sete dedos de dilatação. Ele levou todas as coisas que Alicia e a bebê precisariam, pois na correria eles acabaram esquecendo.
Eles se revezaram para ajudar Alicia nos movimentos e alongamentos que ela deveria fazer para auxilias na hora do parto. Ela estava tentando ser forte, mas estava na cara que as contrações estavam muito, muito intensas.
- Quem vai assistir ao parto? o doutor perguntou ao notar que ela estava com os dez dedos de dilatação necessários.
Os dois homens se entreolharam. Aqueles dois olhos azuis se encontrando. Os dois queriam assistir, ambos seriam importantes para Gabriela. Alicia notou a guerra fria em que eles se encontravam e disse:
- Eu gostaria que os dois estivessem lá.
O doutor parecendo pensar a mesma coisas concedeu o pedido da mulher. Assim, os três foram arrumados para o parto. Jonathan ficou ao lado de Alicia segurando sua mão, e fazendo careta toda vez que as contrações vinham e ela apertava sua mão com uma força que ele desconhecia. Já Leon ficou mais afastado, gravando cada momento com seu celular.
- Agora você vai ter que empurrar com toda a sua força - o médico disse para Alicia.
A loira acenou positivamente e quando a contração veio ela começou a empurrar. Empurrou com tanta força que o mundo começou a girar, ela nunca havia sentido tanta dor na vida. Jonathan ao seu lado lhe dava incentivos e ela só desejava que pudesse passar essa dor para qualquer um dos dois pamonhas na sala do parto.
- Empurra mais - o médico disse.
Mais uma contração e Alicia empurrou de novo. Dessa vez o mundo começou a se apagar e ela sentiu que iria desmaiar. Então, ela ouviu o medico dizer que a cabeça estava saindo. Alicia respirou fundo e da próxima contração ela empurrou com uma força interior que ela não sabia que tinha.
Quando ouviu o choro da pequena Gabriela, alívio tomou conta de seu corpo e ela sentiu como se a dor de segundos atrás nunca tivesse existido. Um baque seco chamou a atenção de todos e ao olhar para o lado Alicia viu Leon desmaiado no chão. Uma das enfermeiras foi ajudá-lo.
Ao olhar para frende, ela viu outra enfermeira trazer sua filha para seus braços. Ela era tão pequena, tão delicada que Alicia teve medo de quebrá-la se apertasse demais. Com lágrimas nos olhos ela encarou Jonathan que estava chorando como uma criança enquanto olhava para Gabriela.
Era isso, agora a família estava completa.
Logo Alicia e a pequena Gabi foram transferidas para o quarto, ambas com saúde para dar e vender. Evelyn, Eduardo e Carla foram visitá-las e levar lembranças para as novas meninas dos olhos de todos. Claro que Jonathan contou a todos que Leon desmaiou durante o parto, fazendo o novo papai virar chacota, mas ele não ligava, aquela havia sido a experiência mais emocionante e assustadora que ele já tinha passado na vida.
No inicio do dia, enquanto o sol se levantava preguiçoso lá fora, depois de amamentar Gabriela, Alicia e Jonathan estavam sozinhos no quarto. Ele se aproximou da cama e se sentou, encarando a mulher linda que estava repousando nela. Ele pegou sua mão e levou aos lábios.
- Quando eu te conheci você parecia tão frágil que eu senti que precisava conhecer você, proteger você - ele encara os olhos esverdeados de Alicia. - Mas quando o tempo foi passando eu percebi o quão forte você era e que não precisava da minha proteção.
- Onde quer chegar com isso, meu amor?
- Você é a melhor coisa que já me aconteceu. Antes de você eu era apenas uma alma vagando pelo mundo, mas depois de você minha alma encontrou seu lugar - ele sorri. - Com você eu sinto que nossos corações errados encontraram o jeito certo de amar.
Ele retira a caixa com o anel do bolso.
- Eu ia perguntar isso antes da Gabi interromper - foi a vez dela de sorri. - Você quer se casar comigo?
- Sim.
Foi a resposta de Alicia antes de jogar seus braços ao redor do pescoço de Jonathan e beijá-lo com paixão. Um beijo que significava que eles estavam prontos viverem felizes para sempre.
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Corações Errados
RomanceAlicia, mulher linda, arrogante e fria. Muito enganada no passado decidiu colocar uma pedra no lugar do coração, o que a fez ficar conhecida na fábrica em que trabalha como "coração de gelo". Aos 28 anos jurou jamais se apaixonar novamente. Mas por...