Capítulo Dezenove

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ALICIA

Quando entro em casa eu me surpreendo. Meu apartamento está todo iluminado por velas. Jonathan está em pé no meio da sala. Eu caminho até onde ele está.

- O que é tudo isso?

- Pensei que você precisaria refrescar a mente - ele me vira para mostrar um colchão no chão, cheio de almofadas, dando um ar mais confortável.

- Você não existe - falo jogando meu braços sobre seus ombros.

- Vou mostrar como existo - responde com um sorriso sapeca no rosto.

Joanthan começa a me beijar suavemente e essa é uma da melhores qualidades dele, ele não tem pressa. Ele me deita sobre o colchão sem parar de me beijar e seu beijo lento faz um formigamento começa de baixo para cima no meu corpo. Seus dedos ágeis brincam na barra do meu vestido antes de puxá-lo para fora do meu corpo em um movimento rápido, me deixando apenas de calcinha e sutiã.

Ele solta um suspiro ao me ver assim e seu membro pulsa contra minha barriga. Porém, ele não me ataca, como pensei que faria, mas me vira de costas e abre o fecho do meu sutiã e o joga em algum lugar da sala.  Sinto algo gelado ser derramado em minhas costas e um cheiro de baunilha invade minhas narinas. Sinto as mãos grandes de fortes de Jonathan alisarem minhas costas, espalhando o óleo que ele derramou. A massagem faz aquele formigamento aumentar consideravelmente.

Jonathan começa a distribuir beijos e lambidinhas por meu corpo. Ele me vira de barriga para cima e derrama o mesmo óleo sobre meus peitos, agora nus. Com as mãos ele espalha o óleo, sem que seus olhos deixem os meus, me venerando. Essa é a grande diferença entre Jonathan e qualquer outro homem com quem já sai, ele não quer apenas se satisfazer com meu corpo.

Ele começa a chupar meus peitos enquanto suas mãos continuam a espalhar o que sobrou do óleo. A delonga por irmos ao ato de uma vez está me deixando louca. Jonathan retira minha calcinha e solta um sorriso, é possível ver a marca de minha lubrificação nela. Ele leva a peça de roupa intima até o nariz, inalando meu cheiro. Merda! Isso aumentou ainda mais o meu tesão.

Ele volta a me beijar e vai descendo a carreira de beijos por todo meu corpo. Até que seu lábio chega até minha vulva. Seu hálito quente me faz instintivamente levá-la na direção da boca de Jonathan. Ele solta um sorriso diante a minha impaciência e em seguida enterra a cabeça em minhas pernas.

Eu não me controlo e acabo soltando um gemido alto, o que pareceu incentivar  Jonathan a me chupar e lamber com mais avidez. Não sei o que a língua desse homem tem, mas eu chutaria que o que quer que seja é com um toque de céu. Prendo sua cabeça nas minhas cochas e ele não para de chupar, na verdade ele aumenta a intensidade. Uma mão minha vai parar no seu cabelo e a outra agarra a manta que estou deitada em cima e solto um grito de prazer.

Antes que eu possa me recuperar do meu orgasmo Jonathan me penetra com força, me fazendo arfar. Com apenas três estocadas eu já sinto outro orgasmo a caminho. Ele também percebe e continua metendo com força. Ele arqueia as costas e começa a chupar meus peitos. Porra! Isso deveria ser considerado covardia. Eu cravo minhas unhas em suas costas quando mais um orgasmo me invade.

Porém, Jonathan não para e continua me penetrando, enquanto sua mão e lábios percorrem todo canto de pele que podem alcançar. Minha visão já está embaçada pela intensidade dos dois orgasmos que acabei de ter, mas isso não me impede de entrelaçar minhas pernas no corpo de Joanthan quando ele aumenta a velocidade para o seu clímax. Por fim, eu acabo gozando mais uma vez junto com ele.

Jonathan solta seu corpo no colchão ao meu lado, ofegante, assim como eu. Ele me puxa para seu peito e ficamos assim por um tempo. Não acredito que demoramos tanto tempo para ter nossa primeira vez. Logo depois do que aconteceu com Leon aquela manhã, Jonathan teve que voar para Curitiba e ficou lá quase o mês todo. Foi nesse tempo que percebi que por mais que, talvez, eu amasse Leon, eu estava apaixonada por Jonathan. 

E se já tinha certeza que eu queria ficar com ele e ser dele, depois desse sexo, eu queria ainda mais.

HENRIQUE

Minha cabeça está estourando. Entro no meu carro e afrouxo a gravata enquanto o motorista se junta ao trânsito de Lisboa. Mando que vá até o hospital enquanto ligo para o meu pai. Miguel foi com ele até a fazenda para dar uma olhada na vinícula, o que de certo modo foi bom, pois quando mais afastado disso tudo Miguel estiver é melhor.

- Como ela está? - meu pai pergunta ao atender.

- Ainda não cheguei. Eu estava na reunião e meu celular desligado.

- Caralho! Será que tu não consegues ser mais inútil.

- Não esqueça que ela está nessa situação por sua negligência, agora coloque meu filho na linha.

Ouvi meu pai bufar no telefone antes de chamar Miguel. Minha mãe e meu pai eram felizes antigamente, até a traição dele acontecer. Eu tinha 22 anos na época e tinha acabado de descobrir que Alicia estava grávida. Quando eu disse ao meu pai que ficaria no Brasil, ele me ameaçou. Dizendo que jogaria minha mãe, meu filho e eu na sarjeta para ficar com a amante. Eu não poderia admitir que isso acontecesse. Então, larguei Alicia e voltei para Portugal.

Minha mãe, sempre muito amável, perdoou meu pai, mesmo ele não merecendo. Semanas depois ele descobriu que era soropositivo, graças a traição, mas disse que estava tomando a medicação e não passou para minha mãe. Porém, não sabíamos que já era tarde demais. Agora minha mãe está sofrendo no hospital, pois a AIDS já está no estágio avançado.

- Pai - a voz de Miguel soou no telefone.

- Como você está?

- To bem. Mas eu chorei hoje - preocupação cresce dentro de mim.

- Por quê?

- Um pássaro bateu contra a janela e morreu, eu fiquei com pena dele e chorei, mas o vovô Antonio disse que isso era coisa de menina.

- Chorar não é coisa de menina, meu amor. Não dê muita atenção ao que seu avô lhe disser.

- Estou com saudade, papai.

- Eu também.

- Pai, será que a Ali ainda lembra da gente? - meu coração se aperta com aquela pergunta.

- Tenho certeza que sim. Logo vamos visitá-la, mas agora o papai precisa ir. Te amo.

- Miguel também ama - ele responde e desliga.

Sigo pelos corredores do hospital pensando que estou fazendo a coisa certa. Há alguns meses que a Vinícola Gartner está oficialmente no meu nome e não no de meu pai. Então, agora eu sei que ele não poderá me chantagear com nada, pois agora eu tinha tudo e ele quem dependia de mim.

Minha vida irá mudar drasticamente em algumas semanas, mas não posso cruzar os braços e deixar que meu pai transforme meu filho em uma cópia do lixo de homem que ele é, assim como fez comigo. Está na hora de cuidar de quem eu amo.

Corações ErradosOnde histórias criam vida. Descubra agora