Capítulo 30 - Parte 1

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2033

POV Bárbara

O Tempo. Aquele que controla tudo. Fazemos sacrifícios para ter um pouco mais dele. Sem ele não existe vida. Giramos em torno dele como os planetas giram em torno do sol. Ele é a resposta para muita coisa, só ele pode curar certas feridas. Perguntamos se temos tempo quando a verdadeira pergunta é se o Tempo nos tem.

Cada segundo é extremamente valioso porque não sabemos se o teremos novamente, não sabemos se o Senhor Tempo nos concederá a sua grande benção de mais um segundo, minuto ou hora. O Tempo tem tempo para nós?

Destino. Por que insistimos em ter o trabalho de mudar algo que já está pré-determinado? Apesar das diferentes escolhas que tomamos, cada uma delas já tem seu caminho trilhado. Mudar o curso das coisas é jogar o pouco tempo que nos resta no lixo. A única coisa que somos capazes de mudar, é nós mesmos e a forma como enxergamos as coisas que nos acontece.

Eu não sei se acredito muito em destino, talvez tudo apenas não passe de uma grande coincidência. Mas eu sei que o que passamos tem um motivo, por mais bobo que ele seja. Quem é o responsável por isso? Não sei, mas esse alguém é esperto para um caralho.

Afinal, não sabemos de nada, tudo o que achamos que temos conhecimento é apenas uma fração do infinito. Nem tudo precisa de resposta, não precisamos saber de tudo, até porque a vida é doida, e se tentarmos entendê-la ficamos doidos juntos.

— Bárbara. — Ouço alguém me chamar ao fundo. — Babi! — Percebo que é Carolina e murmuro. — Amor, você vai se atrasar, acorda.

— Já vou — Falo baixo com a voz rouca e viro para o outro lado.

Escuto algumas pequenas batidas na porta e uma voz mais aguda em seguida, ouço Carol conversar em sussurros mas estou com muito sono para ver do que se trata.

— Mamãe! — Um corpo pequeno cai em minhas pernas, acabo sorrindo e abro os olhos.

— Oi, meu amor. — Melhoro minha posição e ela deita em meu peito abraçando meu corpo. — Como passou a noite?

— Sonhei com dinossauros — Senta-se na minha barriga e faço cara de surpresa.

— E o que eles faziam lá?

— Dançavam, teve um que dançou com o bichinho daquele filme dos monstros.

— Você não teve medo? — Carol pergunta deitando de lado e tirando uma mecha de cabelo do rosto da criança.

— Não, eu sou corajosa. E eu dançava com eles, vocês também, e o vovô, a vovó, e o outro vovô e a outra vovó... O titio Victor, o titio Gs também... E a Bia da escola, o Lucas... — Fala olhando pra mulher loira ao meu lado e contando as pessoas nos dedos minúsculos.

— Ok, ok. — Interrompo ou ela não para de falar nunca. — Você tem que ir pra escola.

— Vamos acordar o Tavio, vamos, vamos! — Pula em minhas costas assim que fico sentada.

— Temos que pedir permissão à comandante — Sussurro no seu ouvido.

— Comandante, mamãe. P-Permissão acordar-r o... — Se embaralha um pouco com as palavras. — Fala você — Sussurra no meu ouvido de volta.

Fico em pé com ela nas costas e olho para Carol que nos olha com um sorriso no rosto.

— Comandante, Carolina. Temos permissão para acordar o seu filho preguiçoso? — Digo sério batendo continência.

— Permissão concedida — Responde divertida.

— Ao infinito... E além! — Grito saindo correndo do quarto e a pequena garota ri em animação.

Summer Love - BabitanOnde histórias criam vida. Descubra agora