Capítulo 15

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São 18:55 e estou no uber voltando para a casa Loud em São Paulo, em 7 minutos chegarei ao meu destino. Estou insegura de fazer o que vim fazer, já pensei várias vezes em desistir mas cancelei essa idéia, eu não posso amarelar dessa vez. A ansiedade corre freneticamente por minhas veias, estou ansiando ver Carolina, estou com saudades. Decido tentar me acalmar ouvindo alguma música, ponho os fones de ouvido com uma música aleatória da banda Lagum.

O motorista estaciona na frente da casa, uma adrelina passa pelo meu corpo, como a corrida já estava paga, saio correndo do carro, vou à entrada e toco a campainha repetidas vezes, é Gilson que atende.

— Não sabia que voltaria mais cedo — O garoto diz mas não respondo.

Passo correndo por ele e por os outros que estavam ali na sala, vou em direção ao meu quarto e paro antes de abrir a porta tentando retomar minha respiração ao normal. Abro a porta e silêncio é tudo o que escuto, vejo a cama e ninguém se encontra ali, volto correndo para a sala.

— Cadê a Carol? — Pergunto com a respiração um pouco falha.

— Oi pra você também! — Bak diz. — Ela está gravando na outra casa.

— Cadê as chaves do meu carro? — Pergunto olhando na mesinha onde ficavam todas as chaves da casa. — Puta que me pariu! — Resmungo.

— Eu não sei. Calma, Babi — Mob fala. — Senta aqui e respira.

— Não posso. Cadê a droga das minhas chaves? — Vou em direção à cozinha e lá as encontro.

Corro para a garagem indo ao meu carro e saindo dali logo em seguida. A questão é que não posso parar para respirar/pensar muito ou minha coragem corre o risco de ir embora. Aconteceu tudo muito rápido, admiti para minha mãe e aceitei o que estava sentindo e logo depois me vi dentro do avião sem bagagens, elas são o de menos, as pego depois. Estou até um pouco suada por causa da "corrida".

Chego ao meu destino estacionando o carro de qualquer jeito, corro para a porta da casa e sinto um corpo colidindo ao meu, vejo fios de cabelo loiros.

— Ai! — A garota reclama e me olha.

— Eu gosto de você! — Falo gesticulando as mãos e tentando recuperar minha respiração, vejo ela me olhar com o cenho franzido — C-Caralho, eu gosto de você, demorei a perceber isso, mas é qu...

Minha fala é interrompida por seus lábios tocando os meus. Fico estática, minha reação é de espanto, mas dou conta do que está acontecendo. Há um tipo de explosão em meu peito. Solto a respiração que estava presa e nem tinha percebido. Sinto uma corrente elétrica passar por todo o meu corpo.

Beijo seu lábio inferior e deixo minhas mãos em seus ombros, as dela estão segurando meu rosto, sinto a ponta da sua língua tocar o meu lábio inferior, concedo passagem para a mesma e levo uma mão para sua nuca e a outra para sua cintura com o objetivo de aprofundar o beijo. Nossas línguas se movimentam em um ritmo lento. Nosso beijo é carinhoso e tímido. Preciso respirar mas não quero desfazer o contato. Ela dá fim com repetidos selinhos e se afasta lentamente. Tenho um leve sorriso no rosto.

— Oi — Ela diz dando mais um selinho em meus lábios. — Senti saudades.

— Eu também — Digo selando seus lábios mais uma vez e segurando sua mão direita.

— Queria conversar contigo agora mas não posso. — Olha em meus olhos. — Vai pra casa, ok? Só vou terminar umas coisas aqui e já chego lá.

— Tudo bem — Falo me afastando lentamente ainda segurando sua mão.

Sua boca está curvada em um leve sorriso. Nossos olhos se conectam, caminho de costas para o meu carro ainda a olhando, sorrio e faço um sinal de tchau com uma das minhas mãos. Sento no banco do motorista e encosto minha testa no volante.

Summer Love - BabitanOnde histórias criam vida. Descubra agora