Gente, um aviso aqui, não vai dar pra contar tudo o que aconteceu no passado delas (2017/2018) detalhadamente, como elas se aproximaram aos poucos, todos os seus pensamentos sobre os acontecimentos e tudo mais, pois teria que ter vários capítulos para contar nos detalhes e acredito que isso ficaria cansativo. Então conto apenas os pontos mais importantes, mas tenham em mente que a história delas foi intensa para ambas as partes.
Outro aviso kkk, faço alguns vídeos Babitan lá no youtube, caso queira ver o link está aqui no meu perfil do wattpad.
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Verão de 2017
Eu e a Carolina construímos uma boa amizade, os nossos pais já familiarizados uns com os outros, parecendo serem amigos de longa data, são uma simples prova disso.
No momento estou em um dos quiosques que ficavam perto da orla ali no condomínio de chalés, estava com fone de ouvido observando o movimento, o qual era pouco mesmo sendo época de férias. Vantagem de praia deserta. Comecei a pensar em como me aproximei rápido da loira, coisa que era difícil de acontecer, já que sempre fui muito fechada para novas amizades, mas com ela foi diferente, as coisas fluíam levemente.
Sinto alguém chegar perto do quiosque, olho em direção à pessoa e me deparo com a mulher que estava nos meus pensamentos agora a pouco, em pé ao meu lado. Eu nunca tinha prestado atenção nos seus olhos, talvez porque sempre que nos encontrávamos era noite. Um par de verdes lindo. Ela vestia short jeans, uma camisa ombro-a-ombro branca, cabelos soltos e os pés descalços.
— Oi — Diz sorrindo para mim. — O que está fazendo sozinha aqui?
— Nada, só ouvindo algumas músicas. — Mostro o fone de ouvido branco. — Senta aqui comigo. — Dou tapinhas na madeira.
— Tenho uma ideia melhor. — Me olha com expectativa. — Vamos caminhar na praia!
— Sério? — Pergunto deitando a cabeça sobre meus braços. — Estou morta de preguiça aqui.
— Vamos Babi, o sol está perto de se pôr, essa é a hora perfeita para caminhar... — Me olha com cara de cachorrinho perdido. — Vamos, faço o que você quiser.
— Ok, vamos, me convenceu. — Levanto vencida.
Ela me puxa pela mão até estarmos com os pés na água, vamos andando descontraidamente conversando.
— Você é paulista, certo?
— O sotaque sempre denunciando — Ela diz rindo.
— Sim — Falo sorrindo. — Te desafio a falar: porta, porteira, portão sem enrolar o R.
— E se eu conseguir, ganho o quê?
— Penso nisso depois. Vamos, fale.
Ela tentou umas cinco vezes mas não teve sucesso, eu não conseguia parar de rir. Não sei se ria do jeito que ela falava ou da carinha que ela fazia enquanto estava tentando.
— Ai, eu desisto. — Eu tentei parar de rir mas não consegui. Por algum motivo aquilo estava sendo super engraçado para mim, talvez a leveza do momento estivesse influenciando. — Mano, você é uma besta — Fala chutando água em mim.
Paro de rir no mesmo instante, a encarando e fingindo estar brava. Chuto água nela também, continuamos com isso mais algumas vezes até que ela me empurra pelos ombros até estarmos com a água nos joelhos, acabo tropeçando em meus próprios pés e ela cai por cima. A olho desacreditada, começamos a rir. Nos levantamos e a mulher mais velha pega minha mão nos levando para a parte mais funda. A água estava muito fria, abraço meu próprio corpo.
— Muito fria?
— Sim. — Tento evitar que meus dentes batam um nos outros.
— Vamos mergulhar que o frio passa — Diz ela e começamos à nadar.
O sol estava se pondo, parei meu mergulho e comecei a apreciar aquela obra de arte. O pôr do sol sempre será o momento mais bonito do dia. Sempre que posso tiro um momento para apreciar. Um momento em que esqueço de tudo que aconteceu de ruim, o momento em que torna tudo mais perfeito. Momento em que o sol faz seu espetáculo e dá lugar à entrada da lua. Carol percebeu minha parada e surgiu na minha frente.
— O que houve? — Ela perguntou, apenas apontei a cabeça em direção ao horizonte.
Após alguns segundos senti frio novamente, a garota ao meu lado percebe e me abraça de lado tentando esquentar meu corpo, não recusei o abraço.
A olhei. Carolina é linda, todos sabem disso, mas naquela luz... Ela estava fodidamente linda. Seu rosto vira em minha direção. Os seus olhos são incrivelmente lindos, até as maiores e brilhantes esmeraldas perderiam comparadas à eles. Eu não sabia o que pensar, não sabia se prestava atenção no show de cores naturais que estava acontecendo no céu, ou se admirava a loira ao meu lado.
A mulher estava livre de qualquer máscara, tão natural, tão linda, tão... Ela. Sustentamos nossos olhares por mais alguns segundos. Vacilei o olhar e desci para sua boca, não sei se ela percebeu mas mesmo assim passou a ponta da língua os molhando. Não resisti, aquilo foi o fim para mim.
— Lembra que você disse que faria o que eu quisesse se viesse caminhar contigo? — Pergunto sem tirar os olhos do seu rosto.
— Lembro sim — Fala em um sussurro dando uma olhada rápida nos meus lábios.
— Se eu disser que quero te beijar agora, você recusaria? — Digo me aproximando.
Sinto ela ficar um pouco tensa, mas não se afasta, continua na mesma posição, levo uma das minhas mãos à sua nuca, olho nos seus olhos. Suas mãos vão para minha cintura, ela aproxima mais o seu rosto. Meu coração erra uma batida.
Nunca tinha sentido isso antes, sinto um choque rápido passar pelo meu corpo, como se uma água-viva tivesse grudado em mim por segundos, sinto seus lábios macios nos meus, sinto uma espécie de explosão em minha barriga. Ela pede passagem com sua língua e permito, nossas línguas dançam, tocando o céu das nossas bocas ao som das ondas e dos pássaros.
Ela beija bem para um caralho. Nos beijamos por mais alguns minutos, até que quebro o beijo por falta de ar deixando um selinho em seus lábios. Ela me olha com atenção, passa a mão pelo meu rosto retirando uma mecha de cabelo que tinha caído e logo depois me abraça. Ela deve ter percebido a tremida involuntária que meu corpo deu por causa do frio.
— Temos que ir — Ela começa. — Você precisa de roupas secas, e já está ficando escuro.
Saímos e fomos andando abraçadas conversando bobagens, ambas tremendo de frio.
***
Depois que voltamos da praia hoje à tarde não falei com a Carolina, vim para meu chalé e por aqui fiquei, estava cansada, decidi ir dormir mais cedo. Deitei para dormir e comecei a repassar toda a cena de hoje mais cedo.
A ficha caiu. Merda! Eu gosto de mulheres também.
Comecei a lembrar de todos os outros momentos em que admirei mulheres, mas era apenas a atração disfarçada. Comecei a me preocupar em como minha família reagiria, mas resolvi não pensar nisso agora. Será que a Carol também gosta? Ela retribuiu meu beijo, acho que isso quer dizer que sim, ou ela pode ter beijado só pelo clima no momento, certo? Não sei...
Seus olhos verdes invadiram meus pensamentos me levando à jornada do sono.
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Summer Love - Babitan
Fanfiction[concluída] A vida é doida e o mundo é pequeno. Um fantasma do meu passado retorna ao meu presente, se foi ao acaso ou não, eu não sei. Mas continuo o amando mesmo sem perceber. ⚠️Conteúdo +18