Estamos no nosso segundo dia aqui nessa cidade e agora estou voltando para meu quarto de hotel depois de ter deixado Gs e Milena nos seus respectivos quartos, Carolina veio antes por estar com dor de cabeça. Estávamos na feira cultural que estava lotada de gente, teve até música ao vivo, conhecemos algumas pessoas novas também e comemos e dançamos todos juntos.
Estou levando alguns energéticos para mim e água para Carol, e também analgésicos para sua dor. Em silêncio para não acordá-la, passo meu cartão na porta e empurro a mesma. Sinto o ar ir embora dos meus pulmões com a cena que vejo, meu coração aperta de um jeito que não sei explicar.
A iluminação do quarto está baixa, apenas a luz do abaju na mesinha ao lado da cama ilumina o ambiente. Vejo Carolina vestida apenas com seu sutiã preto e short jeans, na sua frente tem um rapaz sem camisa que não reconheço, acredito que nunca vi ele na minha vida. Ele tem suas mãos no rosto de Voltan e olha fixamente para a mesma.
Sinto lágrimas chegarem aos meus olhos, eu estou desacreditada. Eles ainda não perceberam minha presença.
— C-Carol? — Falo baixo e a loira olha para mim assustada, vejo seus olhos brilharem. Ela não fala nada. O silêncio se instala por alguns segundos.
— Ok, acho que já deu a minha hora. — O rapaz pega sua camisa em cima da cama e passa por mim mas estou vidrada em Carol, não tenho reação.
— Amor, vamos conversar... — Ela diz se aproximando e me afasto imediatamente com uma mão esticada na frente do corpo.
— Não! — Falo um pouco mais alto — Fica longe de mim, por favor, e não me chama de amor, agora não.
— Deixa eu te explicar... — Lágrimas descem dos seus olhos.
— N-Não, Voltan. Depois a gente conversa, não tenho condições de falar contigo agora.
Me afasto mais e com muito esforço olho em seus olhos, eu não consigo acreditar que vi o que vi. Retiro do bolso do meu moletom os analgésicos que tinha comprado.
— Aqui pra sua dor de cabeça, se é que ela existe mesmo — Os jogo em cima da cama e rumo em direção à porta, a fechando com um pouco mais de força.
Saio correndo do prédio, atravesso a rua e vou em direção à praia, sinto que finalmente posso respirar. Lágrimas escorrem pelo rosto, meus olhos queimam, perco as forças das pernas e sento na areia.
Eu não sei o que pensar, de verdade, procuro alguma coisa na minha mente mas não encontro nada, estou em choque. O aperto no meu peito apenas se intensifica. Por esse motivo que eu tinha tanto medo de me entregar em alguma relação, eu sabia que iria me machucar, porque é isso o que acontece em todas as relações, querendo ou não, alguém sempre sai machucado.
É por isso que dizem que Deus criou a paixão, um sentimento lindo, intenso, ingênuo e viciante como uma droga, aí veio o homem e criou o amor para combater a angústia da morte, por isso ele é cruel, doloroso, ele é uma verdadeira selvageria, mas com uma pitada de prazer. O amor é um grande paradoxo, ele te leva da euforia à angústia, é o que te faz respirar e o que te deixa sem dormir. Ele é o responsável por traumas de muitos seres humanos, desilusões amorosas estão sempre acontecendo em todo o mundo, não apenas o amor romântico, mas ele no geral.
Claro que quem disse isso estava totalmente desiludido e não acredito cem por cento em sua fala, o amor não deve exatamente doer, ele é leveza, mas entendo quando dizem que é cruel, porque machuca, ele corta como uma lâmina afiada, não em questões físicas e nem psicológicas, mas sim em questão de sentimento, você sente aquela dor fisgar teu coração e essa sensação é tão forte que chega a te faltar ar.
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Summer Love - Babitan
Fanfiction[concluída] A vida é doida e o mundo é pequeno. Um fantasma do meu passado retorna ao meu presente, se foi ao acaso ou não, eu não sei. Mas continuo o amando mesmo sem perceber. ⚠️Conteúdo +18