Capítulo 31 - Parte 2

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2033

POV Carolina

Mesmo hoje sendo o meu dia de folga, que eu mesma me dei (esse é o lado bom de ser a própria chefe), tive assuntos para resolver. Fui à uma reunião com o Ph, e depois ao meu estúdio ajudar na composição das fotos das modelos para uma marca de roupas.

Aqui trabalham profissionais dos diversos ramos da fotografia. Atualmente, tenho trabalhado não apenas com fotos mas com o audiovisual em geral, cheguei à ser contratada por algumas empresas de automóveis para fazer filmes de apresentação para os carros que seriam lançados. Ainda trabalho na Loud, foi lá onde tudo aconteceu e não largo por nada.

Entro na minha sala, abro as cortinas e vejo o movimento da cidade. Ando até minha mesa e paro na parede ao lado dela, observo rapidamente o pequeno mural de fotos polaroid que tenho ali.

Fotos dos meus filhos construindo um castelo de areia na praia em Portugal; Babi e as crianças jogadas no sofá em uma das nossas noites de maratona de filmes; Bárbara trabalhando concentrada com seus óculos de leitura; Todos os nossos amigos juntos em uma das sociais que fizemos; Meus pais e meus sogros reunidos em uma das ceias de natal; Eu com uma câmera nas mãos, que Babi capturou quando fomos à Paris numa das minhas viagens à trabalho. Apenas umas das diversas fotos que estão expostas ali.

São infinitas memórias e infinitos sentimentos. Mesmo depois de todos esses anos, continuo revelando fotos, nunca perdi esse costume, gosto de tê-las nas mãos, é como segurar uma lembrança.

E daí vem todo o meu amor pela fotografia, o prazer de registrar um momento que dura uma fração de segundos e poder guardá-lo onde quer que seja para todo o sempre. O prazer de detalhar coisas, por mais bobas e incríveis que elas sejam. O prazer de olhar o mundo ao meu redor com outra perspectiva. O prazer de saber que uma simples foto ou filme é o suficiente para a expressão de diversos sentimentos. Na fotografia eu me encontrei, ela me deu voz.

Bárbara. Ela que me ajudou a conquistar tudo o que tenho hoje, me motivou a buscar o que eu queria. Na época, eu já trabalhava na Loud com o que amo, mas tinha a insegurança de crescer e fazer mais. Babi sempre me apoiou em tudo, me convenceu que um estúdio não seria de todo mal, que eu poderia ainda continuar na Loud e montar o meu próprio cantinho. E assim como ela disse anos atrás que eu teria exposições por todo o mundo, eu consegui... Na verdade, nós conseguimos, ela sempre esteve ao meu lado durante todo o projeto ajudando no que podia.

Termino de dar alguns ajustes nas fotos tiradas por mim para uma revista online com foco em cinematografia, e vou ao carro para buscar Luiza.

***

— E aí, meu consagrado! — Babi cumprimenta Jeferson, o porteiro da fazenda dos seus pais.

— Que família linda! Boa tarde! — Diz abaixando-se para ver na janela do lado do motorista. — Estão todos bem? Olha, Sra. Carol, minha mãe mandou especialmente pra senhora.

Ele estende um pote de vidro com doce e fica tímido ao ver que estou com uma pequena câmera apontada em sua direção, clico fazendo um pequeno som.

Uma foto totalmente singela e espontânea, a luz amarelada do sol ilumina o lado direito do seu rosto, o jovem com seus vinte e poucos anos abaixado na janela do carro, sorrindo timidamente com o doce estendido para mim e a minha esposa no canto sorrindo olhando a cena. Acaba de tornar-se uma das minhas preferidas.

— A senhora deveria trancar as câmeras dela numa caixa, pra ver se ela descansa um pouco as mãos. — Bate no ombro de Babi.

— Eu já tentei, mas não tem jeito pra essa aí — Ela diz rindo.

Summer Love - BabitanOnde histórias criam vida. Descubra agora