Capítulo 7

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Verão de 2017

São nove horas da manhã, estamos em uma terça-feira, o meu beijo com a Carol aconteceu no sábado, desde então, apenas a vi na manhã do domingo quando estava para entrar no carro.

FLASHBACK ON

Domingo - 06:43 da manhã

Acordo cedo, olho no meu celular e vejo que são quase sete horas da manhã, fui ao banheiro e depois decidi sair para ver o mar.

Estava saindo do meu chalé quando vejo uma linda mulher perto do carro do seu pai com uma mochila nas costas, enquanto olhava algo no seu celular e segurava a coleira de sua cachorra que estava andando em círculos. Como pode ser tão bonita a essa hora da manhã?

Ela nota a minha presença e acena para mim com um sorriso no rosto. Meu coração saltitou com aquela cena. Vou me aproximando dela.

— Oi. — Sorrio. — Bom dia!

— Bom dia, garota bonita — Ela diz e coro com a forma como me chamou. — Por que está acordada tão cedo?

— Também não sei. — Solto um riso. — Dormi muito cedo ontem, estava cansada.

— Ahn... S-Sobre ontem — Ela começa e solta a coleira da cachorra que fica correndo por ali. — Eu gostei...

Sorrio involuntariamente, ela sorri de volta e acaricia meu braço esquerdo, sinto meu coração aquecer com aquilo.

— Eu também gostei.

Aproximo mais dela, levo minha mão direita à sua cintura e ela traz seu rosto para perto do meu. Nossas respirações se unem. Meus lábios roçam os seus.

— Carolina, olha o que você ia deixando! — Sua mãe aparece na porta com uma sacola em mãos.

Nos afastamos rapidamente, ambas com a respiração acelerada devido ao susto. Ainda bem que estávamos atrás do carro onde sua mãe não tinha visão completa do que poderia estar acontecendo.

— Só não esquece a cabeça porque não tem como tirar — Ela termina deixando a sacola em cima da cadeira da varanda.

— Caralho, meu coração! — Ela ri pondo a mão no seu peito esquerdo, acho graça da cena.

— Meu Deus! — Sorrio. — Então, você já vai embora? — Pergunto com curiosidade.

— Não, não, estamos indo visitar uma praia aqui perto. Voltamos em dois dias, acredito eu.

Seus pais se aproximam de nós com algumas bolsas nas mãos.

— Bom dia, Babi! — O casal me cumprimenta, os cumprimento de volta.

— São sete da manhã, menina, volte para cama — O homem fala com ar de graça. — Está vendo, Carol? Aprenda com a Babi, essa é a hora que se deve acordar.

Dou uma risadinha e olho para a mulher ao meu lado, que sorri colocando a lingua um pouco para fora provocando seu pai.

— Estava indo olhar o mar quando vi a Carol aqui e passei pra desejar um bom dia.

— Isso mesmo, tem que aproveitar ao máximo esse paraíso — Diz a mãe da loira olhando ao redor.

— Não quero atrasar vocês, tenham uma boa viagem. Tchau, Carol! — Sorrio e pisco um olho para ela que sorri de volta.

FLASHBACK OFF

Estou na varanda sentada com uma caneca do Darth Vader em mãos, bebericando o café quente. Minha mãe está do meu lado, estamos em total silêncio, cada uma com seus pensamentos. Começo a pensar nos acontecimenos do sábado e domingo.

— Mãe? — Ela murmura mostrando que está ouvindo. — Como sei que estou gostando de alguém?

— Bárbara, você tem dezoito anos e ainda não sabe essa resposta?

Ela pergunta olhando para mim, respondo que não. Minha mãe volta seu olhar para algo distante e fica alguns segundos em silêncio, fico do mesmo jeito.

— Não tem problema nenhum nisso — Ela diz sem olhar para mim. — Existem pessoas que amam outras e passam anos sem perceber. Por exemplo eu, só percebi que amava seu pai quando o vi voltando para casa com uma sacola de pão nas mãos. — A mulher sorri provavelmente lembrando da cena. — O amor e até mesmo o gostar são coisas complicadas, filha, já deve saber disso. Se não descobrir agora, fique tranquila, você saberá no momento certo se gosta ou não.

— Mas como a senhora sabe que gosta/ama meu pai? — Insisto na minha dúvida

— Eu não sei, eu só sinto — Responde bebendo um pouco do seu café. — Eu amo a companhia dele, é algo leve, não me sinto pressionada. Amo suas conversas, os papos sérios que levamos até aos mais bobos. Amo como me abraça, me sinto em casa. Eu amo a sua existência, saber que ele está ao meu lado para qualquer coisa. Amo quando me olha e amo olhá-lo, é uma das coisas mais bonitas que já vi. Amo suas brincadeiras, o seu jeito bobo. E também amo como ele sempre está nos meus pensamentos — Diz sonhadora com olhos brilhantes.

Ficamos por mais algum tempo em silêncio, refleti sobre o que minha mãe falou sobre seu esposo e isso me levou à Carolina, pensei nela.

— Você acha que está gostando de alguém, filha? — Minha mãe interrompe meus pensamentos.

— Não sei, mãe, de verdade, eu não sei — Falo com os cotevelos sobre os joelhos olhando para o chão vendo uma formiga que passava por ali.

— Quer me falar sobre essa pessoa?

Fico em silêncio por um momento pensando se devia ou não falar sobre essa tal pessoa. Decidi que sim, afinal, é minha mãe, que deixa sempre claro que posso contar com ela.

— Essa pessoa... ela é linda — Respondo respirando fundo. — Eu acho que ela é uma das pessoas mais lindas depois da Beyoncé e Rihanna. — Faço uma pausa lembrando da garota loira. — Eu gosto de quando ela sorri, o sorriso dela é lindo e gosto do som da sua risada, faço piadas só para ouvir ela rindo. Gosto dos seus olhos também, duas bolinhas brilhantes... — Resolvi parar, aquilo estava me assustando. — Não sei, mãe, eu não quero falar mais.

— Tudo bem — Ela diz acolhedora. — Mas não se prenda, não há mal algum em gostar de alguém.

Minha mãe me conhece melhor que ninguém. Sou bem fechada com todos, mas consigo me abrir com ela. Absorvi suas palavras.

Olho o ambiente e vejo o movimento de um carro parando no chalé a nossa frente. Carolina chegou. Observo ela sair do carro e logo em seguida abrindo espaço para sua cachorra sair também. Olho seus movimentos com mais atenção. Ela me olha e sorri, acenando para mim e minha mãe. Foi bem ali, naquele momento que apenas pensei: Puta merda, eu gosto dela.

Summer Love - BabitanOnde histórias criam vida. Descubra agora