Capítulo 25

5.2K 290 370
                                    

— Gaby, eu não sei se volto viva, fala pra minha cachorra que amo ela — Carolina diz me vendo entrar no carro.

— Para de graça, palhaça — Digo rindo.

— Você sabe andar aqui por Las Vegas? A gente nem fala inglês direito.

— Relaxa, tem gps e google tradutor. Confia em mim.

— Confiar eu confio, mas né...

— Você é uma falsa, Carolina!

Fomos em um clima leve de brincadeira. Dirigi morrendo de medo de nos levar para um precipício e acabar matando nós duas sem querer. Avistei uma área verde, era o parque, ficava em uma área afastada do grande movimento da cidade. Encontrei o estacionamento e deixei o carro lá. Carol pega a cesta no banco de trás e desce do carro, vamos andando pelo parque de mãos dadas.

— Nossa senhora, Babi! Aqui é muito lindo.

— Verdade... — Digo impressionada com a beleza daquele lugar. No momento estamos passando por uma ponte de madeira com um pequeno riacho embaixo.

— Como descobriu esse lugar?

— Tenho meus contatos — Digo em tom brincalhão.

— Palhaça. Quer sorvete? — Ela pergunta ao ver um carrinho de gelados mais à frente.

Depois continuamos explorando mais o lugar até que paramos embaixo de uma árvore para comermos, tinha algumas famílias um pouco distantes, alguns casais e outras pessoas sozinhas com seus fones de ouvido.

Comemos enquanto conversávamos, depois me encostei no tronco da árvore e Carol deitou entre minhas pernas com as costas em minha barriga. Ela lendo um livro e eu conversando com meu irmão mais novo pelo whatsapp, acabei cochilando por uns 5 minutos.

Acordo e continuo na mesma posição, não quero atrapalhar a leitura de Carol. Bebo um pouco da água que estava na garrafinha ao meu lado e observo todo o movimento do ambiente. A pergunta de Gaby surge repetidas vezes na minha cabeça, "Vai fazer o pedido de namoro?". Não sei se está na hora para isso, se está muito cedo ou se já está tarde, fico nervosa com a possibilidade de pedir. Ouço Carolina fechar o livro e deixá-lo de lado, ficamos em um confortável silêncio observando tudo.

— Aquela criança vai cair, fica vendo — Ela diz apontando para um menino que estava correndo brincando com um cachorro.

Não demora muito e o garotinho cai de cara na grama, começamos a rir.

— Eu falei! — Carol diz rindo, o som da sua risada faz as borboletas do meu estômago se agitarem.

Passo a mão por seu cabelo e depois deslizo para seu rosto alisando a bochecha, ela olha para mim de baixo para cima e olho seus lábios, me curvo um pouco e dou um pequeno beijo neles. Ela volta à observar as pessoas e faz um pequeno carinho em minha perna.

— Já pensou o porquê de estarmos no mundo? — Pergunto fazendo círculos invisíveis em seu braço.

— Acho que a gente nem tem um objetivo real.

— Como assim?

— Só viemos para viver mesmo, sem ter um porquê, só ficar vagando por aí. Mas não sei também.

— Faz sentido — Digo e faço uma pausa — Não sei porque viemos ao mundo mas ainda bem que estamos aqui, ou não teria te conhecido.

— Acho que a gente teria se encontrado de qualquer jeito, nem que fôssemos pequenos átomos soltos por aí.

Dou uma pequena risada e ela me acompanha.

— Eu não sei porque evitei sentir.

— Sentir o quê?

Summer Love - BabitanOnde histórias criam vida. Descubra agora