— Gaby, eu não sei se volto viva, fala pra minha cachorra que amo ela — Carolina diz me vendo entrar no carro.
— Para de graça, palhaça — Digo rindo.
— Você sabe andar aqui por Las Vegas? A gente nem fala inglês direito.
— Relaxa, tem gps e google tradutor. Confia em mim.
— Confiar eu confio, mas né...
— Você é uma falsa, Carolina!
Fomos em um clima leve de brincadeira. Dirigi morrendo de medo de nos levar para um precipício e acabar matando nós duas sem querer. Avistei uma área verde, era o parque, ficava em uma área afastada do grande movimento da cidade. Encontrei o estacionamento e deixei o carro lá. Carol pega a cesta no banco de trás e desce do carro, vamos andando pelo parque de mãos dadas.
— Nossa senhora, Babi! Aqui é muito lindo.
— Verdade... — Digo impressionada com a beleza daquele lugar. No momento estamos passando por uma ponte de madeira com um pequeno riacho embaixo.
— Como descobriu esse lugar?
— Tenho meus contatos — Digo em tom brincalhão.
— Palhaça. Quer sorvete? — Ela pergunta ao ver um carrinho de gelados mais à frente.
Depois continuamos explorando mais o lugar até que paramos embaixo de uma árvore para comermos, tinha algumas famílias um pouco distantes, alguns casais e outras pessoas sozinhas com seus fones de ouvido.
Comemos enquanto conversávamos, depois me encostei no tronco da árvore e Carol deitou entre minhas pernas com as costas em minha barriga. Ela lendo um livro e eu conversando com meu irmão mais novo pelo whatsapp, acabei cochilando por uns 5 minutos.
Acordo e continuo na mesma posição, não quero atrapalhar a leitura de Carol. Bebo um pouco da água que estava na garrafinha ao meu lado e observo todo o movimento do ambiente. A pergunta de Gaby surge repetidas vezes na minha cabeça, "Vai fazer o pedido de namoro?". Não sei se está na hora para isso, se está muito cedo ou se já está tarde, fico nervosa com a possibilidade de pedir. Ouço Carolina fechar o livro e deixá-lo de lado, ficamos em um confortável silêncio observando tudo.
— Aquela criança vai cair, fica vendo — Ela diz apontando para um menino que estava correndo brincando com um cachorro.
Não demora muito e o garotinho cai de cara na grama, começamos a rir.
— Eu falei! — Carol diz rindo, o som da sua risada faz as borboletas do meu estômago se agitarem.
Passo a mão por seu cabelo e depois deslizo para seu rosto alisando a bochecha, ela olha para mim de baixo para cima e olho seus lábios, me curvo um pouco e dou um pequeno beijo neles. Ela volta à observar as pessoas e faz um pequeno carinho em minha perna.
— Já pensou o porquê de estarmos no mundo? — Pergunto fazendo círculos invisíveis em seu braço.
— Acho que a gente nem tem um objetivo real.
— Como assim?
— Só viemos para viver mesmo, sem ter um porquê, só ficar vagando por aí. Mas não sei também.
— Faz sentido — Digo e faço uma pausa — Não sei porque viemos ao mundo mas ainda bem que estamos aqui, ou não teria te conhecido.
— Acho que a gente teria se encontrado de qualquer jeito, nem que fôssemos pequenos átomos soltos por aí.
Dou uma pequena risada e ela me acompanha.
— Eu não sei porque evitei sentir.
— Sentir o quê?
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Summer Love - Babitan
Fanfiction[concluída] A vida é doida e o mundo é pequeno. Um fantasma do meu passado retorna ao meu presente, se foi ao acaso ou não, eu não sei. Mas continuo o amando mesmo sem perceber. ⚠️Conteúdo +18