Capítulo 16

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No dia seguinte, a cozinha era o único lugar da mansão, que não estava desarrumada.

Ainda vestindo o robe sobre uma camisola, Zelda adentrou no cômodo dando largos passos, com total desaprovação estampada no rosto.

- Quero esta casa brilhando, mocinha! - exclamou ela, severa, para a sobrinha, enquanto tomava seu lugar, na mesa.

- Pode deixar - disse Sabrina, sorrindo ligeiramente. - Ela ficará, tanto quanto você.

Ambrose reprimiu uma gargalhada, tampando a boca, cheia de cereal.

Zelda lançou um olhar fatal pra eles.

- Crianças - falou Hilda, trazendo as panquecas, colocando na superfície da mesa retangular. - Deixem sua tia paz.

Com a cara fechada e calada, a ruiva pegou sua xícara, e em seguida, depositou algumas colheres de açúcar dentro.

- Você já viu o presente que Mary me deu? - perguntou Sabrina, inclinando-se na mesa, pegando uma panqueca.

O coração de Zelda pulou.

Ela parou de mexer a colher no café, no exato momento em que ouviu o nome. Mas depois, tornou a mexer de novo.

- Ainda não. - respondeu ela, olhando fixamente para a colher.

Hilda olhou para irmã, sorrindo desconcertada, e seguidamente, pegou o copo de suco.

- Então - falou Ambrose, debruçado na mesa com a colher cheia, próximo à boca. - é uma amizade colorida?

Sabrina botou a mão nos lábios. Hilda quase se afogou com líquido, e Zelda levantou a sombrancelha, sem entender o que aquilo significava.

- O quê?- perguntou ela, ingênua.
- Uma amizade colorida, Tia Zee. - explicou Sabrina, com toda a paciência. - Amigos que têm uma relação íntima, sem compromisso.

A ruiva fez sua cara de profunda indignação para ele, e replicou:

- Absolutamente não.
- Não foi o que pareceu ontem... - cutucou Ambrose, com um sorriso brincando nos lábios.

Hilda vendo que Zelda encontrava-se à deriva, veio com bote, ao seu socorro.

- Impossível, docinho. - disse ela, suavemente. - Mary está noiva.

A ruiva partiu um pedaço da panqueca, misturou na calda, e levou o garfo à boca.

- Fiuuuu!- assoviou Ambrose, enquanto segurava a caixa de cereal, e derramava o conteúdo dentro da tigela.

Elegantemente, Zelda terminou de mastigar, lambeu os lábios, e num tom áspero, falou:

- Não sei o motivo para tal estardalhaço.

Hilda limpou a garganta, e tomando muito cuidado com suas palavras, disse cautelosamente:

- Deve ser porque vimos vocês dançarem juntas na festa.
- E? - indagou Zelda, olhando para ela, com o rosto neutro.
- Bem...
- Estou fazendo o que me pediu, Hilda. Sendo legal com ela, por Sabrina. Não é isto?
- Sim. Mas...
- Só. Hilda.

A ruiva voltou a pegar a xícara, satisfeita, por ganhar a conversa perigosa, e por ninguém ter percebido o que, por pouco, ocorreu na dança.

- Bom - disse Sabrina, depois de alguns segundos, rompendo o silêncio desagradável. - , vou ligar para Roz e os outros, para virem ajudar.
- Excelente idéia! - exclamou Ambrose, em grande aprovação.

Zelda depositou a xícara no pires, e inclinou-se, com seu olhar estreito.

- Você irá igualmente, rapazinho. - sentenciou ela, na sua voz potente.

Collision With LoveOnde histórias criam vida. Descubra agora