Capítulo 19

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Os corações se remendam sozinhos quando a gente deixa. Fora desta maneira que Mary seguia com sua vida após ser rejeitada por Zelda.

Mas ainda doía…

Wardwell era do tipo de se entregar à paixão. De se doar completamente quando começava a amar. Por isso, dava absolvição a ruiva. A mulher não tinha idéia de como ela estava por dentro. Se soubesse, certamente ficaria espantada; assim como Mary se encontrava. A rapidez como tudo decorreu, a aterrorizou.

Como conseguiu, obter aquele intenso sentimento tão fácil?

Ela se sentia uma idiota. Uma imbecil. O que mais poderia ter esperado? Não conhecia a Spellman direito.

Mas conhecia muito bem Adam… Um excelente cuidador. O médico que tem a única medicação que Mary precisa.

A cura de um coração destroçado.

E assim a morena o carregava. Esforçando-se, apesar das dificuldades de encontrar todos os dias, a mulher por quem ainda estava apaixonada.

Duas mudanças, ela teve que cumprir.

Sua primeira, foi a de dedicar-se por inteira ao seu par, Dr. Masters, que, por sorte não notara sua mudança ao longo dos dias anteriores, por andar sempre ocupado com seus serviços urgentes na cidade, e em Riverdale. Isso foi a sua salvação.

A segunda, foi dar muitos pretextos a Zelda quando esta lhe fazia algum convite, e de distanciar-se dela aos poucos.

Até a certo ponto, Mary estava conseguindo. O trilho realinhado, rumava reto, levando a carga de sua recuperação. Porém, Adam entrou para a organização Médico Sem Fronteiras. A morena via seu trem descarrilhar, e na segunda semana de novembro, o homem partira para o sul de Moçambique, África.

Foi realmente desagradável.

Justo naquele momento?

Entretanto, ainda sim, Mary compreendeu. O Dr. tinha de executar seu juramento da ética médica. Então, sobrou apenas aceitar. Aceitar que ele fizesse seu amado trabalho. E prometer, espera-lo até ele voltar.

Agora, no início da terceira semana do mesmo mês, Mary encontrava-se na sua sala íntima, sentada no seu sofá de couro. Vestida confortavelmente, envolta numa colorida colcha de crochê, olhando para seu anel de noivado.

O celular, de repente, tocou ao seu lado, na mesa de canto.

Ela pegou-o, olhando para tela, e vendo o número desconhecido, atendeu.

- Alô?
- Srta. Wardwell?

Mary tirou rapidamente o aparelho do ouvido, respirou fundo, e voltou.

- Sabrina?
- Sim! - respondeu a jovem, com alegria. - Espero não estar atrapalhando. Peguei seu número escondido da tia Zelda.

A morena sorriu, respirando mais aliviada, e respondeu com sua voz suave:

- Não está atrapalhando, querida. Mas estou curiosa, para saber o motivo.

A morena ouviu ela limpar a garganta.

- Eu queria... queria convidá-la para sair comigo, e com meus amigos. Hoje, é a noite do boliche. E... como você é a minha nova amiga, não poderia ficar de fora. Não é mesmo?

Mary ouviu, tudo atentamente. Enquanto perguntava-se, se, seria uma bom plano. Ou se mais uma vez, não saberia dizer um não, a outro Spellman. Contudo, a voz de Sabrina transmitia algo à mais. Ela realmente queria sua companhia.

- Alô?? - disse a loirinha, percebendo a demora.
- Aqui. Ainda aqui... - falou a morena, carinhosamente.
- Então? Você aceita?

Mary fechou os olhos, e suspirou com leveza.

Collision With LoveOnde histórias criam vida. Descubra agora