Capítulo 21

465 52 32
                                    


Os dias seguintes se desenrolam como de hábito. Mary e Zelda trabalhando normalmente no edifício. Não importava mais o que acontecia entre elas. Parecia que tornara-se comumente agir com naturalidade quando tinham algum evento memorável com as repórteres. Que o ato íntimo, nada interferira em suas vidas.
Houve uma mudança na srta. Wardwell. Ela não mais sentia aquele sentimento de fuga, pelo contrário, mantinha-se à vista como se nada de importante tivesse acontecido. O que era, mentira. Ter feito sexo com a ruiva, adicionou outra marca. Um novo vestígio interior que nem para o melhor amigo ousou contar. A cada momento tinha o peso de sua infidelidade, pendendo crescentemente na balança da sua conduta.

Zelda, fingia do mesmo modo. Ficar indiferente sempre fora o modo como tratava, como dava seguimento. Nunca se apegava com suas aventuras sexuais. Pelo menos, até certo ponto, esse processo se realizava com brilhantura. Mas, conviver com Mary no trabalho talvez tenha alterado o percurso inato do seu jeito. Ocorreu que, gostara muito. E independentemente do que sua lei de não repetir lhe ordenava, no fundo, a ruiva queria outra dose. Mais uma porção da mulher em sua cama. Entretanto, sentia que seria algo difícil de conseguir. Naqueles dias subsequentes, Mary se mostrava obstinada. Ignorava seus olhares sedutores à frente de sua mesa. Era como se ela, a própria Mary, tivesse tomado a lei de Zelda para si.

Então, teve o dia da Ação de Graças. Dois dias depois do aniversário de Mary. A família Spellman a convidou; porém, a morena tinha sido convidada por Madre Ruth para passar no Lar com as crianças. Depois, chegou o mês dezembro, veio uma carta postal de Adam, anunciando a data da sua volta, para o alívio de sua noiva. Dia dezesseis, Zelda comemorou seu aniversário com a família. O resto dos dias conseguintes passaram. Greendale recebeu uma grande nevasca, o chamado solstício de inverno, apresentou-se longo e rigoroso naqueles dias. As coisas pararam um pouco. Não surgiu nenhuma grande notícia nesse período, sendo assim, as repórteres trabalharam em suas casas. Na véspera do natal, no lindo apartamento de Francis, Mary leu a matéria de Zelda na St. Bernard Hall, um artigo detalhando o famoso o parquinho natalino da cidade. Incrível como apenas a menção do nome, ou qualquer outra citação sobre a ruiva, ainda a deixava mexida por dentro. Assim, ela atravessou o natal e o último dia de dezembro juntamente com Francis Wotton. Com o coração divido, entre esquecer totalmente Zelda, e de prepara-lo para o Dr. Masters, crescer nele. Em Janeiro, o tempo fora horrível, cinzento e desolado. Na aconchegante cabana, teve por ótima distração seu contínuo dever jornalístico, principalmente, a toda qualquer informação sobre o prefeito, Sr. Blackwood.

Enfim chegou fevereiro. Novo começo. Novo ciclo, para todos de Greendale.

Uma linda manhã fria e seca, brilhava à luz do sol de inverno. Mary recebeu uma mensagem de Sabrina, pedindo sua presença na Baxter High. Ela não hesitou em atender o pedido amável da jovem. Foi com grande ânimo que dirigiu em seu carro pelo longo trajeto até à escola.

Já dentro do colégio, Mary seguiu diretamente para a sala equipada como um simples escritório, onde numa outra época ela e Francis tiveram seu prelúdio jornalístico estudantil.

Sabrina Spellman estava virada de costas dentro da sala, quando Wardwell chegou. Conversava animadamente com Roz, e mais alguns colegas. A repórter parou na soleira da porta, pousou o ombro direito na abertura, e sorriu enquanto olhava para a loirinha.

– Conseguimos Rosalind! - exclamava Sabrina, alegremente.
– Agora, podemos ajudar ainda mais nosso grupo da MAGIA. – acrescentou Roz no mesmo ânimo.
– Sim!

Era visível a profunda exaltação dos adolescentes, mas logo Mary foi notada por Rosalind, que limpou a garganta, e sorridente apontou com olhos, como aviso para a amiga. Sabrina virou, olhou pra convidada, e abriu um enorme sorriso.

Collision With LoveOnde histórias criam vida. Descubra agora