Capítulo 20

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O sol brilhava timidamente através das finas cortinas das janelas no quarto dos hóspedes. Era tarde da manhã e Mary já estava acordada.

De pé ao lado de uma das camas, ela olhava para Zelda, contemplando sua figura nua de bruços, coberto apenas pelo fino lençol estendido até metade do corpo, dormindo serenamente, no pequeno colchão desarrumado.

A morena sorria triunfante, enquanto amarrava o laço do robe de seda, lembrando de cada fragmento da noite incrível. Ainda sentindo o seu leve sabor na boca.

Fora Mary, quem obteve o domínio durante todo o ato íntimo com a ruiva. Zelda, nem ao menos tivera a chance de tirar o seu baby doll preto, e de roubar-lhe um beijo. Naquela noite, fizera a mulher derramar-se em dois maravilhosos e intensos orgasmos, um atrás do outro, sobre sua boca e dedos.

Sem dúvida, era este o motivo por ela ter dormido na cama com Mary. Devia-se à exaustão de todo o sexo ardente. Elas dormiram juntas como amantes impassíveis à quaisquer sentimento amoroso. Cada qual pro lado oposto da outra. Entretanto, a Spellman adormecera ali. Confortavelmente despreocupada. Tendo a outra mulher, íntima o suficiente, para tal ação rara.

Mas agora, por mais que a visão satisfatória, enchesse seus olhos, a hora de acordar Zelda, tinha de ser feito, antes que alguém notasse sua ausência no quarto principal, ou pior, soubesse que ela estaria ali, daquele jeito tão exposta no quarto com Mary.

– Zelda... - susurrou ela, cutucando o braço nu da ruiva. - Acorde. Alguém pode chegar aqui.

– Mmm... – gemeu Zelda, preguiçosamente sonolenta, e
virou a cabeça para o outro lado, aninhando-a ainda mais contra o travesseiro macio.

Mary bufou impaciente. Depois, pegou o robe quimono do chão, e pôs sobre Zelda.

–Não demore. – ela deu o aviso firme, com a voz baixa perto da mulher.

E em seguida, saiu do quarto, com uma bolsinha, rumo ao toalete frente à porta do mesmo cômodo.

Chegando no outro lado do corredor estreito, Mary colocou a mão na marceneta; mas, quando tentou girar-la, deteve-se em abrir por um momento, assim que viu Hilda sair do outro quarto. Ela estava vindo na sua direção com o sorriso radiante.

A mão apertou forte o ferro, e um frio percorreu sua espinha no mesmo instante.

– Bom dia, querida! – saudou Hilda, com um enorme sorriso, parando perto dela.  Dormiu bem?

Mary girou, com um sorriso nervoso para ela, e respondeu:

– Excepcionalmente, bem. Minha querida.
– Oh! Muito bom saber, Mary. – falou a loira, ainda sorrindo. – Agora, se me der licença, preciso encontrar o meu encharpe aqui dentro.

Hilda apontou com o polegar por cima do ombro para o quarto de hóspedes, e virou.

Mary arregalou suas lindas esferas azuis, e sem pensar nas consequências, gritou:

– Não entre aí, Hilda Spellman!

A loira parou imediatamente, depois rodou o corpo, e com uma expressão confusa no rosto, falou:

– Por que não, meu bem?

Mary engoliu em seco, apertando sua bolsinha entre as mãos.

–Você n-não vai... gostar de ver...

Gaguejou um pouco nas palavras.

Até que, de repente, a porta abriu, e Zelda passou por ela, fechando-a rapidamente logo atrás de si, num estrondoso barulho.

Collision With LoveOnde histórias criam vida. Descubra agora