Capítulo 11

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Na ensolarada manhã do dia seguinte, Francis entrava pela porta de uma encantadora confeitaria.

- Mary. - disse, quando alcançou a mesa redonda.

Puxou uma cadeira, e sentou-se frente à ela.

- Vim o mais rápido que pude, no instante em que vi sua mensagem. O que aconteceu?

A morena suspirou, depositando o garfo com cheesecake de chocolate, no prato.

- Então... - começou ela um pouco hesitante, limpando o canto da boca com o guardanapo. - Beijei Zelda Spellman, ontem.

O queixo de Francis caiu, olhando-a com perplexidade, e Mary mordeu os lábios, envergonhada.

- Não creio! - falou ele, com sua voz graciosamente abismada.
- E o pior - continuou Mary, inclinando-se sobre a mesa. - , ainda estar por vir. Segure-se aí.
- Ai céus, vocês fizeram.

Ela arregalou os olhos.

- Não! - exclamou, corando rapidamente, depois, abaixou o tom de voz. - Não fizemos sexo...

Francis bufou, colocando uma mão dramática no peito, aliviado.

- Como chegou nesta conclusão? - questionou ela, fitando-o estupefata.

Ele sorriu.

- Minha querida... - devolveu sorrindo. - , esqueceu que eu a conheço muito bem?
- Não. Mas eu...
- O que poderia ser pior? - perguntou ele, apoiando as mãos no queixo, voltando para o assunto.

A repórter respirou fundo.

- Pois bem, eu tentei ter com Adam, assim que cheguei em casa. Porém...
- Porém...?

Ela fez uma breve pausa.

- Não consegui chegar no ponto alto do ato. - desabafou Mary, tristemente, abaixando a cabeça.

Houve um curto silêncio.

- Minha nossa... - murmurou o amigo, chocado.
- Agora - disse ela, pegando o garfo, e erguendo-o na vista. - tenho que contentar-me com esta singela satisfação.

Francis tentou manter-se sério, colando a linha dos lábios, mas foi incontrolável. Logo, ele desatou a rir, numa gargalhada reprimida.

- Ei! - interrompeu Mary, ofendida, largando o talher no prato e cruzando os braços. - Isto é sério. O que faço?

Ele pegou o copo de leite da amiga, e bebeu, para cessar a crise de risos.

- Sugiro minha amiga. - falou Francis, limpando as lágrimas - Que você estoque chocolates em sua casa.

Uma expressão dura, formou-se no rosto de Mary; mas em seguida, um sorriso brincalhão abriu-se em seus lábios vermelhos.

- Ha ha! Muito engraçado, Francisco.
- Credo. Que nome horrível! - injuriou ele. - O que ocasionou o tal beijo? - perguntou muito interessado.
- Oh, pfft... - soltou Mary, o ar cansado pela boca, reclinando-se no encosto da cadeira. - não sei, foi tudo tão rápido. Quando dei por mim, já estava agarrada nela.

Francis semicerrou as pálpebras dos olhos pra Mary em avaliação, por alguns segundos.

- Não. - falou ele, convicto. - Há mais coisa aí. O que fez para ela?

A morena limpou a garganta, com seu semblante plácido, e respondeu:

- Eu posso... ter… ultrapassado no trabalho que estávamos fazendo em dupla.

O repórter bateu uma palma.

- Eu sabia, Mary Elizabeth! Você é implacável! - ele sorriu, arrastando o prato com a fatia triangular de bolo pra si. - Ela com certeza, não deixou passar, não?

Collision With LoveOnde histórias criam vida. Descubra agora