Capítulo 25

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As pálpebras adormecidas de Zelda, abriram-se lentamente, enquanto sentia o calor do corpo nu da mulher virado de costas contra seu peito. Encostada nela, Mary dormia com a palma direita por cima da mão da ruiva, que a envolvia num abraço pela cintura. Zelda soltou um suspiro preguiçoso pelas narinas, antes da sua visão se ajustar, e a mente avisar sobre o ambiente desconhecido. Então, gradualmente, seu cérebro foi compreendendo os sentidos. Fios castanhos, um pouco bagunçados na sua face. Pernas entrelaçadas por baixo do lençol. Corpos unidos, numa intimidade. Dormir com alguém nunca fora tão maravilhoso. Bem como o sentimento novo, que transbordava no coração da Spellman. Ao dar-se conta disso, um sorriso ensolarado rasgou-se nos seus lábios, depois, ela afundou o rosto no pescoço descoberto, inalando o delicioso cheiro da pele da morena, e depositou um beijo carinhoso nele. Mary mexeu o ombro, dando um fraco gemido satisfeito, aconchegou-se mais aproxi- mando o seu traseiro na pélvis da ruiva, a medida que seios macios, roçavam suas costas.

– Bom dia… – disse Mary sorrindo, com uma alegria sonolenta.

Zelda apertou seu abraço, alisou a perna entre a dela, e colocou os lábios perto do seu ouvido.

– Bom dia… – sussurrou, num tom rouco.

O arrepio na pele de Mary, veio instantâ-
neamente. Um efeito que somente a voz da Spellman, trazia com facilidade. Ali, deitadas nuas na cama, as mulheres aproveitavam o momento da curta troca de carícias; até que, como um relâmpago, Mary lembrou. Ela virou rapidamente, e ergueu o tronco, segurando o lençol no peito.

Com o rosto em alerta, exclamou:

– Sabrina!

Ouvindo o nome da sobrinha, Zelda quase deu pulo da cama. Como alguém que esquecera o tempo do bolo no forno, ela velozmente levantou a metade do corpo, jogou o lençol pro lado, colocou as pernas pra fora cama, elevou-se e caminhou apressada pro banheiro. Enquanto ela andava, Mary mordia os lábios, contemplando as suas nádegas redondas pecaminosas, e pensou: "Por que sempre tem de ser assim?"

Alguns minutos foram o suficientes para Zelda ficar mais apresentável quando saiu banheiro. Mary ainda estava sentada e parada, meio atordoada, observando a mulher se vestir.

– Maldito esquecimento. – resmungou a ruiva, puxando a calça jeans. – Que horas são?

Se não fosse a expressão preocupada de Zelda, Mary riria daquela situação. Porém, conteve-se. Ela fora o motivo da distração. Em vez disso, consultou o relógio digital da mesa de cabeceira no seu lado.

– Cinco da manhã… – respondeu suavemente. Depois, ligou o abajur e voltou-se pra mulher que já abotoava a camisa de seda vermelha.
– Excelente. – disse Zelda. – É possível que ela ainda não tenha despertado.
– Bom, então eu vou…

Zelda parou seus movimentos por um instante, vendo a morena mudar a posição das pernas.

– Não, Mary… não levante desta cama.
– Mas…
– Por favor... – pediu a ruiva, quase implorando. – Fique. Cuido daqui por diante.

Mary suspirou, dando um sorriso resignado, e disse:

– Como quiser…

Zelda pegou a bolsa do chão, jogou os cabelos pra trás, em seguida aproximou-se de Mary, e curvando-se sobre a morena, pressionou delicadamente os lábios nos dela. Ambas saborearam através do beijo, aquela sensação prazerosa de suas bocas quentes e coladas. Num segundo, Mary segurou o lençol debaixo dos braços, e com as duas mãos pegou o rosto de Zelda; Mas esta, temendo não conseguir sair do lugar, encerrou o beijo. Os lábios dela se desgrudaram devagar dos da mulher, que ainda mantinha-se de olhos fechados.

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