Capítulo 10

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Alguns minutos depois, Mary saía pela porta da sala do almoxarifado.

Ela respira fundo, enquanto transpassa pela abertura, juntando toda a coragem, que, certamente precisará, após sua humilhante atitude dentro daquela sala.

Vergonha.

É o sentimento que a consome nesse momento, por ter deixado levar-se pela extrema onda de sua excitação incontrolável. Justamente, naquele dia. Seu dia de glória!

No entanto, não era mais assim que o sentia. Outra sensação a tomara, arrancando do lugar. Uma da qual, jamais pensou em ter na vida. 

Foi deste modo, que ela fechou a porta. Decidida a enfrentar, e não deixar aquilo, o constrangimento, domina-la por completo. Embora, ainda sinta um insistente frio na barriga.

- Vamos garota. - aconselhou ela a si. - Em frente!

Então respirou fundo, arrumou novamente o cabelo, e puxou a camisa justa, esticando-a para baixo. Em seguida, direcionou-se, passando pelo pequeno corredor, até chegar no escritório aberto.

Parou, de novo, para ver o ambiente. Permanecia agitado. O que era totalmente normal; porém, por conta da manchete exclusiva, o lugar encontrava-se num alvoroço acrescentado.

- Continue, continue… - Mary encorajou-se mais uma vez.

E logo colocou-se a obedecer seus próprios conselhos, empinando o nariz, e ficando ereta na postura para seguir caminhando rumo pra lá.

O percurso para sua mesa, não era muito longo; mas naquele instante, tornou-se cansativo. Cada pisada sobre seu salto, estalava com grande peso no chão de cimento polido. Como se nem conseguisse sair dali.

- Zelda...

Inesperadamente, sua mente trouxe esse nome, fazendo ela parar depressa na sua caminhada.

A ruiva ainda poderia estar por perto. E pior ainda, frente à mesa de Mary.

É melhor verificar. Quem sabe, a morena consiga fugir, se caso Zelda estiver sentada na sua cadeira giratória, com aquele lindo sorriso debochado.

Não. Com certeza, não é o que quer. Não é o que Wardwell, precisa. E se para isto tiver de escapar. Que seja.

Absorvendo essa idéia, Mary tomou o ar, e o soltou profundamente, esperando não encontrar aquela mulher. Sentindo-se uma idiota por ter receio de deparar-se com a ruiva.

- Ah, pelo amor de deus. - ela bufou, ironicamente incrédula consigo.

E sem demora, continou sua andança. Desta vez, um pouco lenta. Mais… vigilante.
Um pé primeiro, depois outro, a repórter foi avançando, com olhos atentos chegando próximo do elevador.

- Porra… Porra…

Um leve desespero interno, percorre por seu corpo, na medida que anda, virando a cabeça na direção das várias mesas.

Lá estavam as delas. As últimas no fundo, do lado esquerdo. Mas é quase impossível visualizar direito. Não quando tem repórteres, fotógrafos e estagiários se deslocando por todos os lados.

O ideal é parar, para observar.

E é exatamente, o que Mary fez.

Já perto do elevador, a morena se deteve ficando inerte, apertou os olhos, e concentrou-se fitando fixamente para o local.
Estirou o pescoço pro lado, alongou-o para o outro. Até que, quando finalmente conseguiu enxergar, subitamente, foi arrebatada pela percepção da visão alcançada.

Zelda, não estava lá.

Que alívio bem-vindo para seus músculos tensos; porém, sua bolsa em cima da superfície do móvel, sim. E isto confirmava que a mulher fazia-se presente no edifício.

Collision With LoveOnde histórias criam vida. Descubra agora