Capítulo 8

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Era uma tarde nublada, quando Zelda chegou na loja de Cerberus.

No momento em que a ruiva entrou, April com seu traje chique de trabalho, já encontrava-se sentada, num dos bancos de couro vermelho à sua espera.

Uns minutos antes de passar para o outro lado do estabelecimento, a repórter pôs-se primeiro a sondar ao redor. Olhou por todo o lugar, prescrutando por sinal de Hilda ou seu marido, nas fileiras de instantes cheias de livros, e no balcão que ficava no fundo. Seus nervos se acalmaram, ao não achar nenhum rastro deles.

Quer seja o milagroso motivo para tal raridade, achou ser mais um ótimo sinal, para aquele dia de sorte.

Depois da verificação rápida, seguiu mais confiante para junto da mesa metálica grudada na parede, onde a moça, acomodada no assento confortável, mexia no celular, totalmente distraída.

- Olá, April! - saudou Zelda, com um largo sorriso, de pé no outro lado, segurando sua bolsa.

April, rápidamente, elevou seus olhos azuis comuns para a ruiva, e sorriu.

- Oi, srta. Spellman! - falou ela, afavelmente, deixando o celular de lado. - Fico feliz que tenha vindo.
- Zelda. - corrigiu a ruiva, num tom simpático, ao passo que sentava. - Eu prometi, não é mesmo? - disse, com um leve sorriso, depositando a bagagem no seu lado. - O que posso fazer por você?

April, abaixou a cabeça, juntando suas mãos no colo, e depois de alguns segundos, com um sorriso triste, respondeu:

- Você estava certa. Preciso soltar isto pra fora. Esta foi a causa do meu retorno. Mandei a mensagem para você, pois sabia que encontrava-se perto de Mary, e assim, poderia contar à ela também.

A jovem, virou a cabeça pro lado, olhando com atenção em volta.

- Está procurando por ela? - perguntou Zelda, suavemente.

April tornou para a repórter.

- Sim...
- Oh, ela não pôde vir. - disse a ruiva dramaticamente. - Está trabalhando.

A moça deu um breve sorriso.

- Tudo bem. - compreendeu April, em seguida, uma rápida expressão preocupada, formou-se em seu belo rosto. - Não estou atrapalhando o seu, também?

Zelda sorriu serenamente.

- De forma alguma, querida. - respondeu ela. - Uma repórter, por vezes, faz seu próprio horário.

Ouvindo isso, o sorriso que havia no rosto da outra mulher, se desfez, e Zelda imediatamente percebeu o leve desconforto que causou nela, ao revelar seu ofício.

- Uma repórter... - repetiu April, com a voz baixa, para si. - Me desculpe, mas acho que não convém conversarmos.

A loira pegou sua bolsa para o pagamento do Milkshake, enfiou o celular dentro, tirou o dinheiro depositando-o na mesa, e, logo depois, levantou-se; mas antes que pudesse prosseguir para seu ávido deslocamento, Zelda pegou sua mão, com delicadeza, prendendo-a no lugar.

- Por que não? - falou a ruiva, num tom leve e olhar acolhedor. - Precisa desprender-se do que está sufocando você.

A jovem olhou para a mão de Zelda, que estava quente e reconfortante sobre a sua. Ela realmente almejava algum tipo de toque protetor, durante aqueles dias difíceis. A insegurança, podia ser vista por seus gestos corporais, um pouco perturbados.

- Receio que possa ser perigoso. - disse April, encarando a ruiva nos olhos, com lágrimas ameaçando rolar através deles. - Para mim, e assim como também, para você...

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