Eram quase onze horas da noite quando o carro de Mary parou frente ao luxuoso hotel. A animação do começo tinha diminuído, entretanto, dúzias de convidados e curiosos ainda se encontravam de um lado e de outro da entrada.
– Você está pronta? – perguntou Alice, ajeitando o cabelo solto no banco do passageiro.
Mary olhou seu reflexo no retrovisor, arrumou sua cabeleira corte social cor castanho-grisalho, e com uma sensação excitante na barriga, respondeu:
– Perfeitamente.
Dito isso, elas abriram a porta e saltaram pra fora para o ar frio da noite. Um dos empregados do hotel já estava pronto para receber.
– Boa noite, senhor. – disse polidamente. – Seja bem-vindo.
Mary apenas acenou com a cabeça e entregou as chaves do carro pro rapaz.
Ótimo. Ele não notou.
Alice, com seu vestido preto de veludo, decotado, de mangas compridas e colar de pérolas simples no pescoço, contornou na frente do carro indo na direção de Mary.
– E aí? – sussurrou.
– Até agora, tudo certo. – devolveu Mary do mesmo modo, arrumando o paletó do seu smoking um pouco folgado.A loira alta sorriu, acomodou a bolsinha debaixo do braço e chegou-se mais perto de Mary esticando os braços.
– O cabelo e a barba com bigode estão perfeitos. – disse, ajeitando a gravata borboleta da morena.
Os lábios sem batom de Mary abriram-se num sorriso, e ela falou:
– Foram algumas horas bem gastas no salão masculino.
– Não esqueça. Nada de mexer muito estes quadris.
– Sim.Elas respiraram fundo, e a loira pegou de volta a bolsinha na mão esquerda.
– Vamos lá? – perguntou a Cooper.
Mary ofereceu um braço direito, e Alice botou o seu esquerdo entre ele.
– Vamos.
O empregado levou o carro para o estacionamentos, conforme elas deslocavam-se para a entrada do suntuoso hotel, furando a pequena fila dos convidados, o recepcionista, um homem de aspecto notável, alto, com uma barba preta quadrada, pálido e bem vestido, tinha acabado de atender os convidados anteriores, e sem perceber a infração, logo olhou pra elas.
– Boa noite, senhores. – cumprimentou cortês, segurando um tablet. – Nomes, por favor.
As repórteres se entreolharam rapidamente.
– Cooper – disse a loira. – Alice Cooper.
Não demorou muito para o homem achar o nome dela, o primeiro do alfabeto na lista. Ele levantou os olhos da tela acesa.
– Certo, senhora. – confirmou. Olhou para Mary. – E o seu, senhor?
Elas sentiram juntas uma pontada no estômago. Mary começou a pigarreiar, um harrum teatral, na intenção de preparar suas cordas vocais para um tom mais grave.
Alice ergueu o queixo.
– Harold Cooper. – a loira apressou-se em dizer. – Meu acompanhante.
Mary parou de tossir, e encarou em expectativa o homem enquanto este tornava sua inspeção para a lista. Depois de alguns segundos, voltou balançando a cabeça.
– Desculpe, senhora. – falou ele. – Não há este nome aqui.
Alice fechou a cara. Mary, vendo seus planos serem suplantados, curvou a cabeça, e girou no calcanhar, mas logo a mulher puxou o seu braço cruzado, posicionando-a para o lado dela.
VOCÊ ESTÁ LENDO
Collision With Love
FanfictionZelda Spellman é uma repórter júnior, que trabalha no jornal de mídia impressa da cidade, The Greendale Gazette. Apesar da idade madura, ela ainda sonha ambiciosamente ser uma afamada jornalista, mas a chegada de uma outra repórter mais experiente...