Capítulo 12

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Nos dias que se seguiram, as duas mulheres fizeram como haviam prometido, desde aquele inesquecível momento.

Nada melhor como ter o trabalho pra mantê-las bastante ocupadas. Fazendo sua própria pauta. Caçando por qualquer informação relevante para o jornal. Apurando tanto dentro, quanto fora do escritório da redação. E fora nesta maneira, como transcorriam suas tarefas durante àqueles curtos dias.

Quando Mary estava no escritório, Zelda não, e vice-versa. Exceto pelas vezes necessária da avaliação de seus relatórios em suas mesa. Quanto à isso, nada puderam fazer para evitar seus encontros no mesmo local; assim como também, de não aproveitarem a rápida brecha de olhar, furtivamente, uma para outra enquanto faziam sua análise.

Ao final de seu trabalho feito, e entregue ao editor no dia 28 de outubro, Mary recebeu um pedido dele para cobrir um evento comum da colheita no pomar de Greendale. Não que aquilo fosse uma grande matéria a ser registrada, porém, sem reclamar, ela aceitou.

Chegado o dia seguinte, na tarde de quarta-feira, a morena deslocou-se com seu carro para o terreno frutífero, repleto de diversas árvores de macieiras, e cultivos de abóboras.

O clima estava nublado, como era comum na época de outono. O céu cinzento, pronunciava a chegada de chuva. Ela foi adequadamente arrumada para a temperatura fresca, apesar de ainda estar muito bonita com seu sobretudo bege, camisa social por dentro da calça flare preta, e botas cano curto de salto grosso. Um calçado propício para a terra arenosa e úmida.

O singelo evento, estava com o ambiente repleto de pessoas por todos os cantos da extensa área.
Mary fotografou, pediu alguns depoimentos destes visitantes, e entrevistou os proprietários do pomar para colocar em sua matéria.

Depois de feito tudo o que precisava, e, passando pelo labirinto de feno, ela chegou perto de uma grande árvore. A mais antiga dentre todas, onde faziam-se presentes muitas crianças, acompanhadas de algumas freiras, rindo enquanto colhiam as suculentas maçãs. Certamente, uma linda exibição, para relatar na sua matéria; Mas, não foi somente esta animada ação que chamou a atenção de Mary.

De longe, uma cena particular, comoveu seu coração, logo que seus olhos pousaram numa única criança. Uma linda menina, de cabelos morenos lisos até ombros, e de pele clara.

Ali, trajada com seu vestido cinza de uniforme escolar, sentada no banco, sozinha. Cabisbaixa, com as mãozinhas delicadas sobre colo, afastada de todo o divertimento em sua volta.

Olhando com ternura, Mary sentiu uma onda íntima de reciprocidade verdadeira à criança, apertar em seu peito. Um sentimento de desolação, da qual, talvez, ela conhecesse bem.

Portanto, no impulso da comoção, seus pés a levaram pra perto daquela mini branca de neve.

- Ora - disse Mary, despretensiosa, em pé ao lado do banco de madeira. - , parece que tem alguém aqui, que pode me ajudar. Posso sentar?

A garotinha confirmou com a cabeça, sem olhar pra ela.

- Obrigada. - agradeceu Wardwell, e sentou botando a câmera no colo. - Sabe, estou precisando de uma boa fotógrafa. Vi você aqui, e enxerguei um certo... potencial, para este serviço.

A menina olhou para a câmera, depois, voltou a cabeça pro lugar.

Mary observou seu breve interesse, e insistiu com um sorriso encorajador.

- Gostaria de ajudar-me numa publicação muito importante de um jornal?

A oferta fez chamar a atenção da criança, que rapidamente, girou a cabecinha para fitar o rosto de Mary, com seus olhinhos azuis acinzentados.

Collision With LoveOnde histórias criam vida. Descubra agora