Capítulo 6

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- Ora, ora. - disse Francis, cruzando os braços e sentando na beira da mesa de Mary, no jornal. - como o destino pode ser maléfico as vezes.

A repórter, estava sentada de pernas cruzadas na sua cadeira, girando-a pro lado e para o outro.

- Oh, docinho. - disse ela. - não fique com ciúmes. Sabe que o laço que nos une, é bem mais forte. - brincou ela.

Ele deu uma risadinha.

- E como está indo?
- Até que ela está se comportando.

Francis ergueu um sobrancelha, com um sorriso astuto nos lábios.

- Estou falando do caso, Mary.

Mary parou seus movimentos, um pouco, e sorriu para disfarçar.

- Ah, é claro. Aos poucos estamos encontrando algumas pistas. É um processo meticuloso. Todo o cuidado é pouco.
- Nada que a melhor repórter, não saiba lidar. - piscou o amigo pra ela.

A morena sorriu balançando a cabeça, até que, parou, no instante em que viu uma elegante Zelda vindo.

A sensação de frio na barriga, chegou involuntáriamente sobre ela. Um efeito que Mary culpou a imponderabilidade, apesar de estar somente no primeiro andar do edifício.

Francis estreitou os olhos observando a amiga ficar parada por alguns segundos, e depois desviar, ruborizada para o outro lado. Ele a conhecia muito bem. Pra falar a verdade. Até mais do que ela própria.

- Bom dia! - falou Zelda, amigavelmente, colocando a bolsa sobre a mesa.
- Bom dia, colega! - disse Francis, virando a cabeça pra cumprimentar a ruiva, em seguida voltou com o rosto divertido pra amiga. - Mary não vai nos apresentar?

Mary levantou uma sombrancelha interrogativa pra ele, deu um leve suspiro, e levantou arrumando o terninho de alfaiataria cinza.

- Claro. - disse ela - Francis, esta é Zelda Spellman. Zelda Spellman este é-
- Francis Wotton. - completou a ruiva sorrindo, oferecendo a mão pro homem. - Li sua reportagem da cobertura, na homenagem do Prefeito Faustus Blackwood. Excelente trabalho.

O repórter ergueu-se, e foi até a ruiva num sorriso genuíno, apertando delicadamente a mão macia, igualmente a sua.

- Muito obrigado! - disse com sua voz macia. - Muito prazer, Srta. Spellman.

Qual era o problema de Zelda? Pensou Mary, naquele momento. Ela sorria pra qualquer pessoa, mas era um fato a ser negado, ao que parecia, exclusivamente pra a morena.

- Bom - disse Francis, cortando o silêncio. - Está na minha hora. Zelda, querida, até um dia!

Mary nem disfarçou a cara de perplexidade, ao ouvir o "querida", sendo dito tão proposital por Francis.

- Mary - virou pra morena. - , nos falamos pelo telefone. Ainda precisamos ir naquele salão maravilhoso que mencionei.

Ela piscou pra ele. E o jornalista saiu.

Zelda estava olhando pra ele enquanto este andava, em seguida, tornou pra Mary.

- Vamos trabalhar?

                        * * *
A ruiva estava numa sala do mesmo andar, frente à fotocopiadora, absorta em seus pensamentos.

- Srta. Spellman?

Os ombros dela deram um pequeno impulso pra cima, e ela olhou pra mulher que estava perto demais dela. Próximo do seu ouvido, com o tom de voz pesado e susurrante.

Um calafrio percorreu sua espinha, arrepiando sua pele.

- Sim. - respondeu Zelda, virando de braços cruzados pra olhar Mary.

Collision With LoveOnde histórias criam vida. Descubra agora