Capítulo 17

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Dentro do elevador, Mary segurava uma caixa média de papelão, quando chegava no primeiro andar.

- Ei - gritou ela, para um homem  no lado do escritório, que esperava pelo ascensor metálico. - Segure a porta para mim.

Sua bolsa pendeu do ombro quase caindo do chão. Toda atrapalhada com a caixa, ela conseguiu colocar a alça de volta.

- Obrigada! - agradeceu Mary, saindo do lugar. E o homem entrou no transporte.

Ela girou a cabeça pro lado, e para o outro. O espaço estava como sempre, naquela conhecida agitação cotidiana dos repórteres. Até que, por fim, achou seu alvo, e chamou num tom alto de voz:

- Michael!

Um homem da primeira mesa virou a cabeça pra ela.

- Não você. - falou, revirando os olhos. - O fotógrafo!

O repórter acompanhou o olhar dela.

- Melvin! - exclamou ele, chamando o jovem que estava passando por ali.
- Sim? - respondeu Melvin, animado, com a câmera pendurada no pescoço, assim que aproximou-se dele. - Precisa de mim?
- Não. - respondeu o outro, e depois indicou com a cabeça para frente. - Srta. Wardwell, é quem precisa.

Melvin olhou para a morena perto do elevador, e foi correndo até lá.

- Sim, srta. Wardwell.
- Me ajude com isso, por favor. - disse ela entregando a caixa para ele. - Venha, preciso subir naquela mesa.

Carregando a caixa vazia, Melvin tornou rápido observando-a embaralhado, e quando sua boca abriu-se pra protestar contra a idéia, ela já estava se movendo, indo na direção do móvel; e ele teve que somente acompanhar.

Eles pararam na mesa do verdadeiro Michael, que estava ainda de pé, perto da impressora.

- Dê a caixa para ele - pediu Mary, a Melvin.

Sem entender, o repórter Michael pegou a caixa, e a repórter depositou sua bolsa em cima dela, dando um peso extra para o coitado.

Ela puxou a cadeira e pôs um pé com o salto no assento, em seguida, olhou levantando sua sombrancelha arqueada, para Melvin.

- Ande, me ajude aqui. Não consigo esticar as pernas com esta saia.

Melvin deu a mão para ela, e Mary colocou, com cuidado, um pé na superfície da mesa, depois o outro.

- Isso. - falou ela ereta, esticando seu blaze preto. - Agora segure minha cintura.
- O quê? - perguntou Melvin, espantado para Mary.
- Cintura. - respondeu um pouco impaciente. - Minha cintura, fotógrafo Michael.

A repórter virou em direção de todas as mesas, e ele lentamente, como se a cintura dela fosse algum tipo de explosivo, encaixou suas mãos por trás.

À vista, a morena pôs os dois dedos indicadores entre os dentes e deu um assobio agudo ensurdecedor, e imediatamente, todos viraram para ela.

Inclusive, Zelda.

- Mas o que é isto? - murmurou a ruiva do seu lugar, cruzando os braços.

- Atenção, queridos colegas! - começou Mary, com a voz bastante elevada, e segura. - Gostaria de pedir-lhes algo de todo o coração. Aqui - a morena apontou para o objeto. - , temos uma caixa, como bem conseguem ver. Nela, vocês podem doar todo e qualquer tipo de ajuda para o Lar dos órfãos da Santa Mãe de greendale.

Os repórteres e estagiários ouviam atentamente interessados. Até o zelador parou para ouvir, com uma vassoura na mão.

- Acontece - prosseguiu ela, erguendo as palma das mãos. - , que não confio no senhor prefeito para tal solidariedade. Sendo assim, vamos dar o nosso melhor, como cidadãos, e repórteres desta amada cidade.

Collision With LoveOnde histórias criam vida. Descubra agora