Juu Rok

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Eu não acredito que cheguei a este ponto. Neste momento acho que o pior que pode acontecer é ser apanhado por alguém no lado feminino dos dormitórios a esta hora.

Depois de eu ter ido tomar um banho e refletir um pouco, decidi que iria falar com a pessoa que talvez conheça o Kirishima melhor. Antes eu achava que eu era essa pessoa, mas depois de levar com aquela informação sinto-me um idiota por não ter reparado algo tão óbvio.

Bati na porta, mesmo ouvindo barulhos estranhos lá dentro, pois podia ser que as meninas estivessem a fazer alguma espécie de festa de pijama. Quando ela abriu a porta, o barulho de vozes ficou mais reconhecível e percebi que tratava-se do Sero e do Kaminari. Ia perguntar o que raios eles estavam a fazer numa hora destas mas levei um estalo na cara tão forte da alien que até fiquei tonto.

- Seu chihuahua imbecil do caralho! Quem é que pensas que és para simplesmente fazer uma porra daquelas? Esta manhã quando ouvi o que fizeste achei que te ias desculpar, não ser um imbecil ainda maior! - ela diz tudo de uma vez, ficando até sem fôlego no final da sua fala.

- Eu não sei o que fazer! - digo arranjando calma não sei de onde - eu não acho que sinta o mesmo por ele e...

- Isso eu já sei - ouvi a voz dele dentro do quarto da Mina, mas o Eijiro não veio cá fora dizer-me isso - eu não quero saber Bakugou, por favor vai embora!

A voz dele estava chorosa e antes que eu pudesse dar um passo para dentro daquele quarto, sou impedido pela Ashido.

- Sai daqui! - ela olhou-me com uma cara ainda mais irritada - AGORA!

- Caralho Ashido! Como é que era suposto eu saber disto? Não é como se ele nunca tivesse se declarado! - eu percebo o lado deles, mas porra ninguém entende o meu?

- Como assim tu não sabias? Toda a turma achava que já sabias à muito tempo! - ela diz nervosa e ouvimos o barulho do choro aumentar.

Eu não quero sair dali, mas parece que quanto mais insisto mais ele chora,talvez é melhor acalmar-me antes de falar alguma coisa. Sai dali e fui para o meu quarto, nem me lembrando de fazer os trabalhos. Nem dormi direito.

[...]

- Bakugou, Sero, Kaminari, Ashido e Kirishima se vocês querem tirar boas notas convém fazerem os trabalhos de casa pelo menos, que não se repita! - diz o professor depois de perguntar quem tinha feito os trabalhos e com desgosto eu não coloquei a mão no ar, assim como os outros quatro.

O clima na sala estava bastante tenso, pelo menos no meu ponto de vista. Todos pareciam que queriam matar-me com o olhar (tirando a uva passa) e para melhorar a situação toda o Kirishima nem estava a prestar atenção nas aulas mais.

Percebi que o dia sem aquelas criaturas realmente era muito... triste.

Não ouvi as conversas animadas deles, não ouvi os suspiros apaixonados do Kaminari quando o Shinso passava, não tive a oportunidade de provocar a Mina e o Sero sobre eles serem os impostores do grupo por gostarem do sexo oposto e não teve Kirishima. Os toques repentinos dele, as piadas sem graça alguma, a palavra másculo que eu tanto ouvia da boca dele, as suas tentativas de fazer o meu dia melhor que mesmo que eu não admita, realmente faziam e a presença daquele sorriso que mais ninguém tinha igual. Pois é, realmente eu gosto da companhia dele. Que merda!

Óbvio que queria ir falar com ele, mas eu tinha medo de magoar aquele coração molenga com a merda da minha incerteza. Não consigo definir se o que sinto por ele é o mesmo, apenas por ele ser a única pessoa do mundo que não me irrita.

Amanhã como era sábado, iria para a casa dos meus pais passar o fim de semana e assim talvez pensar melhor no que vou fazer.

Quando as aulas terminaram, fui fazer o meu treino e os trabalhos do dia, percebendo ainda mais a falta que ele fazia. Foi estranho não ter ali alguém para competir ou até mesmo contar o número de flexões que eu fazia. Fico a pensar também se ele está a sair-se bem nos trabalhos, mesmo ele já tendo melhorado imenso, às vezes ele tem uma dúvida ou outra.

Mesmo sabendo que não ia conseguir, fui tentar dormir ao horário de sempre, mas acabei por ficar a ler um livro pela falta de sono.

Acordei no dia a seguir com o livro em cima de mim, não tendo a mínima ideia em que momento da noite eu adormeci. Fui fazer a minha rotina matinal e peguei na minha mochila com algumas roupas para ir para a casa dos velhos. Saí do prédio e fui em direção à paragem, mas a meio do caminho vi o cabelo de merda ir em direção a um táxi com uma mochila nas costas.

- KIRISHIMA! - não resisti e acabei por gritar pelo nome dele e fui na sua direção sabendo perfeitamente para onde ele iria - achas que estás bem para ir para lá?

Ele olhou para mim chocado mas rapidamente ele se recompôs, ou tentou.

- Não tens nada a ver com isso Bakugou! Se eu vou para lá é porque eu quero! - o olhar dele não dizia o mesmo que as suas palavras, mas eu não queria deixá-lo ainda mais irritado.

Virei costas e segui o meu caminho normalmente, esforçando-me para não olhar para trás.

[...]

- Seu desmiolado! Nem para ligar a avisar, ainda por cima sem Kirishima! - foi a primeira frase da velha dirigida a mim quando a mesma abriu a porta da frente - onde está ele?

- Velha ele tem a vida dele também! - atirei-me para o sofá.

- A vida daquele imbecil inexplicavelmente és tu seu idiota! - ela diz empurrando as minhas pernas do sofá para se sentar - MASARU A PRAGA CHEGOU!

Até a velha sabia e eu não, como é que nunca reparei porra?

- Olá filho! O kirishima?

- Shine em todos vocês! - levantei-me já irritado e fui em direção às escadas mas travei quando olhei para as fotos que ficam em cima da lareira.

O lugar onde antes tinham apenas fotos com familiares, estava lá a foto que eu tinha tirado com o Eijiro, é até engraçado o facto de que aquela é a única foto dali onde eu estou a sorrir. Nem sabia que eu conseguia sorrir assim.

- Tens de lhe dar logo.

- CALA A BOCA VELHA!






























Juro solenemente não ser normal !!!

Sumairu :) Onde histórias criam vida. Descubra agora