Juu Achi

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Outro fim de semana que eu quis que acabasse o mais rápido possível e pelo mesmo motivo. Ver aquele ruivo falso com cosplay eterno de tubarão.

É segunda feira de manhã e acabei de entrar na academia para ir para a sala de aula, onde só estava o Iida e o Deku por ser muito cedo. Ignorei o bom dia dos dois que falavam de algo que realmente não é do meu interesse.

- Kachan o que vais fazer em relação ao Kirishima? - claro que aquele legume de sopa maldito não ia dar-me dois minutos de paz.

- Morre! - digo apenas isso antes de cruzar os braços em cima da mesa e pousar a cabeça em cima para descansar um pouco antes da hora da aula.


Quem é o sem amor à vida que está a tocar nos meus ombros neste momento? Levantei a cabeça para olhar e não vi nada à minha frente, mas o toque permanecia, olhei para trás e lá estava o cabelo de merda a invadir o meu espaço pessoal como sempre. Não estou a reclamar.

- ELE NÃO MORREU! - ouviu-se o grito da cara de bolacha e sem seguida o barulho de palmas do resto da turma. Por favor, nem parece que temos entre 17 a 18 anos!

- Ela entrou em processo de divórcio agora de manhã! - senti os pelos de todo o meu corpo arrepiarem-se quando ele se inclinou mais para perto de mim para sussurrar a novidade. Olhei de volta para a cara dele e percebi a falta que eu estava de vê-lo com tanta felicidade assim.

- Tu e a tua mãe vão finalmente ter paz, livres daquela coisa - tive de me virar completamente para trás para falar com o mesmo que estava sentado em cima da mesa do Deku. Os olhares de alguns daqueles curiosos ainda estavam a olhar para nós e por isso ele começou a falar o que se estava a passar com mais pormenores em tom baixo.

Ainda bem que ele hoje veio razoavelmente cedo pois ele conseguiu falar tudo o que aconteceu nestes últimos dois dias. A mãe dele apesar de ainda ter alguns surtos, tomou consciência de que a presença do seu marido era ainda mais prejudicial tanto para ela, como para o seu filho. O Eijiro diz que ela não mediu palavras para lhe mandar fazer as malas pois iam para a casa da sua avó, tudo nas costas do homem da casa. Na hora de sair o homem quase que puxava a mulher de volta para dentro, algo que seria fácil para ele, pela individualidade igual à do filho, mas o Kirishima conseguiu tirá-la de lá por ter muito mais força pelos treinos intensivos.

Esta conversa foi boa também para realmente ver que ele perdoou aquilo que eu fiz, mesmo tendo feito o pior pedido de desculpas do mundo.

Ainda temos de conversar melhor sobre nós, mas sinceramente não tenho ideia do que irei falar para ele, pois tudo o que estou a sentir ele já sabe. Que no caso é uma grande confusão.

Outras pessoas que aparentemente já não me odeiam é o casal fita rosa e a pilha, pois foram falar comigo com a mesma empolgação de sempre, apesar de ter recebido uma pequena ameaça de morte da Ashido.

" Por favor bombinha, não magoes o Eijiro outra vez se não queres perder a tua vida."

Até o Deku e o seu animal de estimação ficaram com caras confusas quando viram que estava tudo normal entre nós, mas felizmente pela primeira vez o relvado não colocou o nariz dele onde não é chamado.

O dia inteiro foi como sempre era, mas o clima tenso voltou quando nos despedimos dos outros três para irmos para os nossos dormitórios e ficamos sozinhos naquele corredor.

- O teu quarto ou o meu?

- Ahm? - questiono olhando para ele chocado com a sua pergunta.

- Estudar Katsuki, ainda queres fazer junto comigo certo?

- Sim sim, tanto faz o quarto.

Ele foi em direção ao meu e na hora que colocou a mão na maçaneta, achando que a porta ia abrir, ele deu de cara na madeira arrancando uma risada da minha garganta. Sem dizer-lhe nada apenas destranquei a porta com a chave e entrei com ele atrás de mim.

Ele começou a tirar os próprios cadernos e livros de história pois amanhã vamos ter um teste, sendo esse o motivo dos professores hoje não terem mandado trabalhos nenhuns.

Comecei a revisar a matéria toda com ele sentado ao meu lado na cama, depois de quase uma hora apenas a olhar para os meus apontamentos e ler o livro para ver algo que eu não tenha apontado, já estava com a matéria na cabeça. Admito que história não é o meu forte, mas eu sou minimamente bom em quase tudo portanto eu sabia que o teste ia ser fácil para mim.

Porém não é fácil para toda a gente.

- Porque caralhos ele fechou aquele contrato com o barbudo?

Mais uma hora foi passada apenas garantindo que ele estava a apanhar tudo direitinho.

- É bom que eu passe nesta desgraça de teste, puta que pariu!

- Olha a boca suja cabelo de merda - provoco com a frase que eu mais oiço de todas as pessoas com quem convivo.

- Vem lavar então porra! - ele tentou fazer uma expressão séria, mas ficou pelo tentar mesmo.

Espera o que raios ele acabou de falar?

- Relaxa sei que estás confuso e tal mas eu já tenho a solução perfeita para nós os dois! - eu devo ter feito uma expressão que entregou o meu pequeno ataque de pânico pela fala dele.

- Que desgraça de solução seria essa? - não gostei da risada maliciosa dele.... tudo bem só um pouquinho.

- Vou fazer com que te apaixones por mim, obviamente!

Este personagem que estava a chorar por mim na semana passada está a dizer-me uma coisa destas com uma naturalidade que só posso chamar de assustadora.

- Isso é conselho da porquinha pepa não é? - perguntei pois não teria outra explicação possível.

- Isso não importa - pelo desvio do olhar dele tenho a certeza que estava certo - bem, precisas ir dormir, boa noite!

Quando ia responder, o meu queixo é agarrado por ele e o mesmo dá-me um beijo no rosto tão rápido quanto a velocidade da luz, correndo para fora do meu quarto logo em seguida.

Caralho nem me lembro quem foi a última pessoa que me beijou o rosto, devem fazer anos.

Não é tão mau quanto pensei.























Juro solenemento não ser normal !!!


Sumairu :) Onde histórias criam vida. Descubra agora