Parece que foi ontem que eu estava no meu quarto na academia a dizer ao Tetsutetsu que só daria uma chance ao cabelo de merda se eu batesse forte a minha cabeça em algum lado. Bom, o facto de isso ter acontecido mostra com clareza que eu era muito burro e cego para não ver aquilo que até o estúpido do Deku percebeu.
Hoje estou casado à três anos com o homem que um dia jurei ser apenas meu melhor amigo e como se não bastasse, temos uma filha. Sim, nós temos uma filha, pode não ter o nosso DNA ou ter as nossas características, mas ela conseguiu conquistar os nossos corações e despertar instintos paternais que nenhum de nós os dois tinha sentido antes.
Lembro-me do dia em que demos a sugestão à Yoki para ser adotada por nós. No início ela mostrava apenas indiferença e não tinha nem coragem de nos chamar pelo primeiro nome, algo compreensível pois ainda éramos completamente estranhos para ela.
A sua adaptação não foi algo fácil pois ela era uma criança muito introvertida, que não queria conversar com nenhuma das crianças do infantário e estava sempre a pedir desculpas por tudo. Um exemplo é as horas das refeições onde ela pedia desculpa por termos gastado dinheiro para dar comida para ela e tempo para a termos cozinhado.
Mas depois de uns meses com ajuda de uma especialista em psicologia infantil, ela começou a socializar mais e até mesmo tornar-se melhor amiga de Rei, filha do Deku com o cara queimada que a ciência conseguiu lhes dar. Aquela criança era uma mistura assustadora dos dois, tendo cabelos vermelhos, com olhos verdes e sardas naquele rosto que era tal e qual o pavê.
Ela foi uma grande ajuda para a minha filha começar a socializar com os outros no infantário e foi até convidada por mim e o Eijiro para a festa de aniversário da Yoki que faria 6 anos. Nessa festa aconteceu um dos momentos mais emocionantes das nossas vidas, o momento em que ela nos chamou aos dois de pai.
A minha mãe junto com a mãe do Eijiro colocaram o bolo na frente de Yoki que ficou bastante emocionada e depois de cantarmos e ela soprar as velas, ela olhou para nós os dois que estávamos de frente para ela e lágrimas nos olhos no caso do ruivo.
- Não chores papai, assim preocupas o pai Suki! - ela diz vindo nos abraçar e agora eu chorava junto com o Eijiro.
Agora a minha menina está na minha frente com os seus cabelos negros soltos e os seus olhos roxos assustados. Hoje seria o seu primeiro dia na escola primária e mesmo tendo a Rei na mesma sala, estava ansiosa com as pessoas novas que conheceria.
- Mas e se eles não gostarem de mim? - ela pergunta olhando para o Eijiro que se agachou para olhar melhor para ela.
- Não tem como isso acontecer biribinha, aqueles que te criticarem são uns invejosos que só queriam ter a tua beleza! - ele diz para ela e a mesma ri.
- Se eles fizerem algo contigo, podes contar à tia que eu própria trato deles! - diz a Mina que não quis perder o primeiro dia de escola da afilhada. Ela estava com o Sero, Denki e o Shinso do seu lado e o pequeno Yudi nos seus braços com dois anos de idade, o mesmo iria para o infantário que ficava do lado da escola primária.
- Vai correr tudo bem! És a criança mais forte que eu conheço e sei que vais ser a melhor da escola inteira! - digo para ela com tom convencido e estendo a mão para ela me dar um high five.
- Eu vou fazer de tudo para estar no topo! - ela diz empolgada e dá-nos um último abraço antes de entrar dentro do estabelecimento atrás de Rei que tinha acabado de chegar junto com os seus pais.
- Elas estão a crescer muito rápido! - diz o Denki com lágrimas nos olhos e foi abraçar o Deku e o Eijiro que choravam junto com ele.
- Às vezes eu pergunto-me porque escolho andar com vocês. - digo para eles e eles riem do meu humor que sempre será o mesmo.
- Hey, hoje eu e o Suki estamos de folga, querem ir lá em casa? - convida o meu esposo e todos respondem animadamente que sim, indo em direção aos seus respetivos carros para ir em direção à minha residência.
Quando chegamos lá, o Kaminari foi logo em direção armário que estava sempre trancado desde a vinda de Yoki, o das bebidas. Agora não fazemos aquelas festas como fazíamos no dormitório mas não nos deixávamos de divertir com uma Mina e um Denki bêbados a tentar ser adultos sérios.
Depois de me servir com um pouco de vinho, sentei-me no sofá e olhei para a cómoda debaixo da televisão onde tinha algumas fotos de família, amigos e em especial duas fotografias que ficavam no meio de todas. Uma delas era uma foto minha com o Eijiro e a Yoki numa viagem que nós fizemos à praia, todos com sorrisos radiantes. A outra é aquela foto que eu tirei à anos atrás na casa dos meus pais com o Eijiro quando ainda estudávamos na academia. O melhor daquelas duas fotos acho que é o facto de serem aquelas onde o meu sorriso é de verdade e não um forçado para que a foto fique boa.
- O que tanto pensas meu amor? - o Eijiro senta-se ao meu lado e beija o meu rosto.
- Que o teu sorriso é a melhor coisa que já me aconteceu Eijiro Bakugou!
Juro solenemente não ser normal !!!
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Sumairu :)
Teen FictionComo é que alguém que passa por aquilo consegue sorrir daquela maneira? Ou melhor, como é que alguém que sorri assim consegue andar com alguém como eu?