San-Juu Ni

203 35 20
                                    

Desde sempre que eu desejo ser um herói, desejo esse que depois de muito estudo e luta concretizei como muitas outras pessoas. Eu comecei a batalhar para ser o melhor de todos mesmo sabendo que esta profissão tinha o seu lado mau, como o risco constante de vida, os media e o mais insuportável de todos, os eventos sociais.

Mais um jantar de negócios entre as companhias estava a acontecer neste momento, aqueles jantares onde tenho de vestir roupas apertadas e socializar com gente mesquinha que acham que são boas pessoas só porque são heróis, mesmo sendo abusadores em casa ou até mesmo com toda a gente por detrás das câmaras. Eu fico indignado quando vejo comentários do público que eu tenho uma personalidade demasiado difícil para ser um herói, mas eu sou apenas sincero o tempo todo e não finjo ser alguém que não sou.

É por essa sinceridade que agora estou a discutir com o Endeavor com os olhares das pessoas presentes no grande salão em nós. Eu cheguei naquele lugar junto com o cabelo de merda e depois veio o Deku com o seu marido sentarem-se connosco na nossa mesa depois do chamado do ruivo. Ambos tinham chegado junto com o Endeavor que era o dono da companhia onde o Todoroki trabalha, porém o Endeavor foi para outra mesa conversar com outras pessoas, ele só foi sentar-se onde estava o filho quando chegaram alguns paparazzi alegando que ver pai e filho juntos ia mostrar que a sua família estava ótima.

A comida foi servida e eu não tinha falado uma única palavra, pois tenho a certeza que assim que abrisse a boca para falar ia ser para mandar o fósforo ir para a casa do caralho. A minha sorte é que o Kirishima e o Deku desenvolveram uma conversa animada e não estava ali um silêncio constrangedor.

Porém o silêncio do Endeavor parou quando o assunto do casamento do seu filho começou, este que foi puxado pelo Deku que falou para o Eijiro do processo deles de arranjar uma barriga de aluguel.

- Shoto ainda não pensaste em desistir dessa farsa toda? - ele pergunta ao seu filho que assim como eu, estava com uma cara de quem queria estar em casa atirado no sofá sem fazer mais nada.

- Eu casei com o Izuku por amor, não para suprir interesses próprios! - ele diz sério e agarra a mão do arbusto que estava tenso.

- Filho já te disse que não podes ser feliz com um homem! Ele nunca vai-te dar uma vida que uma mulher poderia dar, nem herdeiros legítimos e nem mesmo satisfação!

- Tu já foste comido por homem para dizer se é satisfatório ou não caralho? - não contive a minha voz com as palavras homofóbicas ditas pela fogueira.

E foi por causa dessa pergunta que agora estamos os dois a discutir em tom alto, sendo que o meu braço está a ser agarrado pelo Eijiro para não ir para cima do imbecil.

- A prova daquilo que eu falei é as tuas atitudes Dynamight! Essa pedra estúpida do teu lado não te consegue satisfazer e é por isso que andas sempre stressado! - ele diz com um sorriso maldoso e apontou o seu dedo para o cabelo de merda. Agora ele apanha.

Eu puxei o meu braço do aperto do meu namorado e subi em cima da mesa para poder chegar naquele projeto de isqueiro e poder bater naquela cara ardente, porém antes de chegar nele um muro de gelo apareceu na minha frente, feita pelo pavê.

- Kachan olha ao teu redor! - ouço a voz do Deku e quando o fiz, vi as pessoas olharem com nojo para o antigo herói número dois e os paparazzi a reportar a situação toda para o mundo todo.

- Vamos embora Suki! - sou puxado pela mão até ao estacionamento onde estava a mota do Kirishima, esta que nestes últimos três anos que passaram não sofreu um único acidente de tanto cuidado que nós temos com ela.

Fomos em direção à nossa casa e no elevador acabamos por dar de cara com o Mirio e o Tamaki, os mesmos olharam para mim e o Mirio começou a aplaudir do nada.

- Bakugou deste uma boa lição no Enji Todoroki, conquistaste o meu respeito - ele mete a minha cabeça entre o seu braço para esfregar a minha cabeça, movimento que tratei de desviar o mais rápido possível.

- Ele foi muito corajoso! - diz o Tamaki baixo como sempre depois de receber um abraço do Eijiro, os dois davam-se muito bem.

- Não faz nem meia hora que isso aconteceu e já todos sabem. - diz o Eijiro com um suspiro e encosta a cabeça na parede do elevador com o cansaço.

- Não se preocupem, o público adorou a atitude do Dynamight - o Mirio disse antes de ele sair junto com o parceiro do elevador quando chegamos no andar deles, que era abaixo do nosso.

A primeira ação que tomei assim que fechei a porta da minha casa foi tirar as roupas enquanto ia em direção à casa de banho do meu quarto, pois estava a precisar urgentemente relaxar e nada melhor do que tomar um banho de banheira.

Com as roupas tiradas e a água na temperatura escaldante que eu adoro, mergulhei na banheira deixando os meus músculos relaxarem e encostei a cabeça na borda apreciando a calmaria. O silêncio que estava ali presente acabou quando o Eijiro entrou na casa de banho também a retirar as roupas e lançou-me um olhar que eu interpretei como um pedido se ele podia juntar-se a mim.

- Anda logo cabelo de merda! - cheguei para a frente para dar espaço para ele.

Ele ficou de pé na banheira e foi em direção à pequena prateleira onde estavam os produtos de higiene para trazer para perto de nós.

- Katsuki qual deles queres? Tem de uva, morango e maçã! - ele diz animado em relação aos shampoos que ele comprou na secção de criança, sendo que ele tem muito orgulho dessa compra.

- Eu tenho cara de criança caralho? O de morango!

Ele vem na minha direção com o shampoo e deita-se atrás de mim para começar a lavar o meu cabelo com o mesmo cuidado de sempre. Ele era tão delicado que encostei-me nas suas costas e fechei os olhos, poderia dormir ali tranquilamente.

Depois de tratar do meu cabelo e esfregar o meu corpo com a esponja, ele tratou do seu próprio banho mas em vez de sair da banheira, ele continuou no mesmo lugar atrás de mim servindo como um encosto.

- Estás melhor? - ele pergunta baixo para mim para não destruir aquele clima calmo que nos cercava.

- Muito, ouvir aquele imbecil falar assim só porque acha que dois homens não podem casar e ainda falou de ti! Quando nós fizermos o nosso casamento eu quero mandar-lhe um convite só de ódio.

- Pensas em casar Katsuki? - ele aperta um dos seus braços ao meu redor e sussurra a pergunta no meu ouvido.

- Claro, nós já estamos casados praticamente só falta oficializar. - digo com tranquilidade e o braço que estava ao meu redor saiu dali para ser estendido para fora da banheira.

- Ah bom - ele diz e o braço que tinha sido estendido volta com uma pequena caixa na mão que ele abriu em frente aos meus olhos - Então Bakugou Katsuki, aceitas casar comigo?

Dentro da caixa de veludo vermelha estavam duas alianças de noivado e eu peguei nela com a minhas mãos para virar-me de frente para ele, foi ai que eu vi que ele tinha lágrimas nos olhos.

- Eu que queria ter perguntado! - resmungo e ele ri da minha cara de zangado, claramente fingida e estendo a caixa na sua direção - Kirishima Eijro aceitas casar comigo?

- Eu aceito meu amor! - com a sua resposta pego no anel que, assim como o nosso de namoro, tem um fio para servir de colar. Coloquei o dele em volta do seu pescoço e ele fez o mesmo comigo para em seguida puxar-me para um beijo que conseguiu tirar o fôlego de nós dois.

- Eu amo-te! - digo para ele e em seguida sou erguido da banheira em direção ao nosso quarto.
















































Juro solenemente não ser normal !!!

Sumairu :) Onde histórias criam vida. Descubra agora