[40] O Fim (Final)

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Erina Thompson não sabia exatamente onde estava, e também não tinha memórias frequentes. Tudo que sua mente conseguia processar era no exato momento em que Patrícia Rakepick estava prestes a lançar um Avada Kedavra em Severo Snape, e ela se jogou para intervir.

Agora sim ela se lembrou do que aconteceu, mesmo que fosse bem vago. Recebeu o Avada no lugar dele e acabou morrendo... é, era isso que Erina pensava: deveria estar... no céu? Não... ela acreditava que as almas quando morriam, iam para outro lugar a qual não sabia exatamente explicar o que é... uma espécie de "Purgatório do Bem" (se é que isso de fato existe).

Só que ali onde acordou, não tinha nada a não ser uma forte luz que fazia-lhe cegar e deixar os olhos lacrimejando. Era um local todo branco e extremamente familiar... parecia de início com a sala comunal da Corvinal, só que maior e com um corredor à frente que não parecia ter fim.

Andando um pouco para explorar o lugar desconhecido, encontrou atrás dela uma estátua de Rowena Ravenclaw, idêntica a que tinha no salão. Erina não tinha dúvidas de que era mesmo a sala comunal da Corvinal. Mas isto era deveras estranho. Em vez de seguir em frente, ela voltou para a escola... será que Erina então, se transformou em um fantasma e passaria a vagar por Hogwarts a partir de agora?

Só pode. Ela foi assassinada, e sabia o que estava causando sua morte.

Erina andou mais um pouco pela sala e começou a caminhar pelo corredor de luz infinito, quando olhou para o lado esquerdo e encontrou uma figura conhecida. Merlin segurava seu famoso cajado, igual ao dela, apenas com a mínima diferença de que a cor que os diamantes acima brilhavam era verde. As vestes do mago, eram as mesmas que vestia em seu quadro.

— Senhor Merlin? — Erina correu até ele — Estou tão feliz em ver o senhor...

— Também estou feliz em vê-la, jovem descendente, apesar do momento ser bastante crítico.

— Onde estamos? Parece com a sala comunal da Corvinal...

— Digamos que, este lugar é uma projeção do seu maior desejo do agora. Você sabe me dizer qual é?

Erina sabia, com todas as letras.

— Voltar para Hogwarts, rever o Sevie e terminar meus estudos... porque eu sentia muita falta de estar com os meus amigos e perto dele... — Merlin sorriu — Me diga, senhor... estou morta?

— Meio que sim, mas também que não.

Erina não entendeu o que ele quis dizer.

— Um bruxo com soulmência possui muitas habilidades, que nem o próprio conhece. Você recebeu sim a Maldição da Morte, mas quando isso ocorreu, a sua alma se desprendeu do corpo em um momento de tensão. E essa é a habilidade máxima que um soulmente pode alcançar.

Erina entendeu por cima o que aconteceu, mas mesmo assim precisava de maiores explicações porque tudo estava muito embaralhado no seu cérebro.

— Calma senhor Merlin... está querendo me dizer que... minha alma saiu do corpo antes de eu receber o Avada Kedavra da Rakepick? — Merlin fez sim com a cabeça — Então... e-eu não estou completamente morta... posso voltar para salvar o Sevie e o pessoal do Kars, né?

— Pode... mas acho que não seria bom retornar antes que eu lhe diga algumas coisas que, de fato, escondi de você por ser imatura demais para entender. A situação pede cautela, então me ouça com calma: eu não abri o Poço do Fim, não sozinho...

Erina se espantou, além de ter ficado bastante assustada e impactada. Sempre ouviu de Merlin que foi ele quem abriu o Poço do Fim sozinho, e jogou Morgana lá e sem nenhuma ajuda... seja de Arthur ou dos Cavaleiros de Metal. Foi uma informação um tanto... reveladora para a garota.

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