[20] Adeus, Professor Warren

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Erina Thompson nunca esteve tão feliz quanto nos dias que se sucederam após ser aceita. Ninguém mais lhe perturbou, os olhares julgadores simplesmente desapareceram, e com menos pressão conseguiu se concentrar nos estudos e no quadribol, já que a final contra a Sonserina estava se aproximando. Erina achava que não tinha muitas chances de ganhar deles. A morte de Georgino fez com que o apanhador fosse substituído pela batedora Erika Rath, que não parecia ser uma pessoa ruim, mas que tinha um jeito mega agressivo e debochado quando se tratava de quadribol. Sempre queria ser a vencedora e ganhar as partidas.

Erina teve que estudar todos os tipos de manobras, mas não queria ter que emprestar uma cópia do Quadribol Através dos Séculos da Biblioteca, por saber que Madame Pince iria se desesperar por apenas alguém pegá-lo — de acordo com a mesma, este é o livro mais requisitado (e o mais maltratado também) da Biblioteca de Hogwarts — então teria que pedir emprestado de algum aluno que já tenha.

Zara foi o seu socorro, pois ninguém na Corvinal tinha esse livro (ou queria emprestá-lo).

— Aqui. — disse a garota entregando a cópia bem desgastada — Era da minha mãe, então é muito especial para mim... esse livro tá na minha família há gerações. Se não fosse você me pedindo emprestado Nininha, eu não daria para ninguém.

— Sabe o quanto eu tomo cuidado com os livros, ainda mais este que lhe é tão especial.

— Eu sei. E Nininha... arrebenta a bunda da Rath no último jogo.

E Erina estudou todas as manobras possíveis antes do jogo, principalmente para apanhadores. Dali, já conhecia a Finta de Wronski, o Giro da Preguiça — a Finta sempre era bastante usada pelos apanhadores, desde nos times da escola como em jogos profissionais da Liga — e um que Erina quase não vê nenhum outro usar: O Passe de Plumpton e outro bem mais agressivo chamado Faz-que-Vai da Transilvânia, que coincide em uma simulação de soco no nariz. Esse é péssimo. Não quero ter o nariz quebrado de novo, pensou. Achou que a melhor manobra seria o passe, apesar de ser algo difícil de fazer.

O dia do jogo chegou... fazia um tempo horrível (sempre fazia em finais de temporada, parecia como se fosse um padrão apenas para atrapalhar o jogo), com raios e trovões por todos os lados. O bom daquilo tudo é que não teriam mais dementadores para atazanar e atrapalhar a partida. Erina se reuniu com seu time da Corvinal no vestiário, relembrando todas as manobras existentes e com quem as garotas — porque apenas tinha um garoto naquela seleção — teriam de lidar.

— Rath é uma excelente batedora. — disse Tulipa — Mas só fica nisso... ela foi escolhida como apanhadora porque o Snape não teve tempo de colocar alguém... mais capacitado. Vocês sabem que o Georgino era o apanhador antes de sumir do mundo.

— Sumir não. Aquele ali já está é morto. — comentou Harriet Bioyard, terminando de colocar seu uniforme — Vocês sabem que aquele perdedor foi morto por algum justiceiro há muito tempo.

Erina sabia bem quem era o justiceiro.

— Gente, vamos parar com isso, ok? Sabemos que a Rath é uma excelente batedora, mas não deixou a desejar nas partidas em que esteve como apanhadora, e por isso que a Sonserina chegou na final com a gente. — comentou Erina — Nunca devemos subestimar nossos adversários, por mais bobos que eles aparentam ser de início. Seguiremos a estratégia que fiz aqui no quadro, analisando cada manobra dos jogadores da Sonserina. E principalmente... vamos dar o melhor de nós mesmas.

— Me sinto meio estranho ao meio de tantas garotas... — disse Steward Kopaski.

— Não fique. Daqui a pouco você se torna uma também. — disse Ever. O garoto logo se assustou.

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