[16] O Poder de Merlin

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Um mês depois

O fim do inverno era marcado por fortes chuvas que invadiam as áreas do castelo e assustavam os alunos que dormiam ao relento de seus dormitórios. O Lago Negro já tinha descongelado e o Salgueiro Lutador, incomodado com a neve em seus galhos se cachoalhava sem parar e machuava pássaros que pousavam ou ficavam nas proximidades. Em uma noite tranquila em Hogwarts, sem neve e sem nenhum aluno para lhe incomodar — todos estavam jantando no Salão Principal — Severo Snape descia até o cais, usando um manto negro para cobrir seu rosto e cabeça. Pegou um barco e remou em direção a ilhinha que deveria se encontrar com Bellatrix Lestrange, destinado a dizer que Erina Thompson não aceitou, e nem ia, sua proposta de duelo, e que a protegeria de suas maldades caso a mulher fosse atrás dela.

Demorou vinte minutos, e Snape atracou na beirada da ilha e subiu a montanha, chegando ao desfiladeiro de pedra lisa, que Bellatrix já estava presente, usando o mesmo vestido daquele dia, o mesmo corte de cabelo, as mesmas unhas compridas e pretas, e a varinha nas mãos. De costas, olhando para a lua com o vento gelado batendo sob seu rosto, Snape colocou uma mecha do cabelo atrás da orelha e encostou em Bellatrix.

— Onde está a pirralha? — ela virou-se, logo apontando a varinha para o queixo de Snape — Você disse que ia trazê-la, maldito.

— Erina não vem, e nem adianta insistir.

— Então... invadirei esta escola e a puxarei pelos cabelos. — Bellatrix deu um empurrão em Snape, que quase se desequilibrou — Você é um inútil, miserável. Quando o nosso colaborador souber de sua traição, ele vai te fatiar em mil pedaços, Snape. Isso claro... se eu não fizer isso antes.

— Você não é louca de me atacar. Sabe que sou mais poderoso, e por isso que milorde me escolheu e não você. Aceite isso de uma vez por todas.

Bellatrix, irritada lançou uma luz avermelhada da varinha, indo direto na cabeça de Snape. Foi muito rápido e ele não conseguiria desviar a tempo. Era certeiro estava indo na direção do seu olho esquerdo quando alguém apareceu na sua frente e rebateu com um feitiço-escudo. Snape olhou para baixo e era Erina, ofegante e suando muito.

— Thompson!

— Ela veio! — gritou Bellatrix — Finalmente... ela está aqui.

Snape estava bastante incrédulo e ao mesmo tempo espantado. Como ela chegou aqui? Olhei para trás o tempo todo, conferindo se tinha gente me seguindo... mas claro... ela aparatou quando eu saí do Salão. Que poder espantoso. Como Erina sabia que Bellatrix estaria naquele exato momento?

— Como chegou aqui, Thompson?

— Você sabe que posso aparatar, Sevinho. O feitiço protetor não pega em mim. E eu já sei que ela tem conhecimento do nosso namoro, então não preciso ter medo de chamá-lo pelo meu apelido carinhoso. — Erina olhou para trás, dando um sorriso fofo para Snape — Você deve estar em dúvida sobre isso, como eu tinha conhecimento de que ela estava aqui... bem, Sevinho... eu já sabia de tudo desde o início.

— Sabia?

— Eu tive um sonho sobre, com ela te procurando aqui querendo lutar comigo. Procurei a professora Trelawney nas minhas folgas das aulas, e ela confirmou que isto poderia ser uma premonição. (não falei de sua participação para ela, claro) Então me preparei durante um mês para este duelo, usando a Oclumência para que você não desconfiasse e tentasse me impedir. Estudei em silêncio e adquiri conhecimento em duelos. Sei que é muito boa na Oclumência também, Bellatrix. — a mulher ergueu a sobrancelha — Aquele livro que peguei dos sonetos era para isso, Sevinho. Precisava de um feitiço para combatê-la.

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